Capítulo 36

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Os grandes portões de Líang se abrem, os jardins estão exatamente iguais como lembro mas o cheiro das rosas não parece o mesmo, os soldados e servas se curvam quando passamos e volto a manter a postura a que fui ensinada ter.

Olho para Yáng Shun procurando coragem para ir em frente naquilo que pensei ser apenas um sonho ou vã esperança, o sol parece brilhar nas paredes do grande salão principal, me ajoelho perante a porta antes que ela seja aberta, vejo que Yáng Shun de ajoelha ao meu lado.

- Por que está se ajoelhando?

Pergunto baixo sem olhar para ele, um príncipe de outro reino e um herói não precisa se ajoelhar voltando vitorioso uma simples reverência bastaria então não entendo o porquê dele estar ajoelhado.

- Não poderia deixá-la sozinha poderia? Não sou inferior a minha gōngzhǔ, sou apenas seu humilde servo a seu serviço gōngzhǔ.

Sinto meu rosto esquentar com suas palavras e meu coração acelerar quando desisto da luta que travo contra mim e viro meus olhos em sua direção, ele sorri para mim o que faz meu coração acelerar mas estranhamente me sentir mais calma.

As portas são abertas e me viro rapidamente para frente, lágrimas brotam em meus olhos ao ver o grande salão em que cresci e passei bons momentos com meu pai, onde recitei meus primeiros poemas e onde ganhei e perdi jogos, a figura sentada no trono se levanta vagarosamente.

- Saiam!

Em segundos o salão está vazio, meu pai imperial se aproxima lentamente e a cada passo sinto meu coração se apertar, quando ele está mais perto corre em minha direção e me levanta rápido ainda sem falar nada então me abraça, sinto as lágrimas saírem sem controle e os soluços saem sem parar.

- Bàba...

Retribuo o abraço e por vários minutos apenas fico abraçada em meu pai, me sentindo segura como em meses não senti e como se nada no mundo pudesse me ferir, então mesmo contra minha vontade nos separamos.

- Mei... Minha filha preciosa deixe-me ver você... Por que perdeu tanto peso? Não sabe como me dói vê-la assim...

Me curvo levemente novamente a sua frente e ele para de falar.

- Sinto muito tê-lo feito se preocupar pai imperial, deve cuidar de sua saúde.

Ele novamente me levanta e sorri para mim.

- Nunca duvidei que voltaria, não há um general vivo que se compare em inteligência a gōngzhǔ.

Sorrio para ele então me viro de leve para Yáng Shun que sorria ainda ajoelhado.

- Lavante-se wángzǐ.

Vejo ele se erguer ainda sorrindo.

- Pai imperial Yáng Shun gēgē se esforçou muito e sofreu para me trazer em segurança para casa.

Digo mas paro assim que meu pai faz um sinal com a mão.

- Sei disso e ele será recompensado com as maiores riquezas, receberá ouro, prata, minas de ferro e quaisquer animais que queira... Por hora realizaremos uma festividade de duas semanas avisem todo o povo e nenhum imposto será cobrado nesse tempo, todos devem festejar e se alegrar com a volta da princesa mais velha.

Vejo Yáng Shun se curvar mais uma vez mas antes que ele fale alguma coisa o interrompo.

- Como estão minhas irmãs? Como está a sexta irmã?

Pergunto rápido esquecendo meus modos.

- Espera você chegar todos os dias desde que foi levada, deve ir visitá-la o mais cedo possível.

Meu pai imperial fala.

- Bìxià... Não desejo honra, ouro e jóias tampouco títulos nessa vida a apenas uma coisa que quero, desejo passar todos os dias da minha vida ao lado da primeira gōngzhǔ, adimira-la a cada dia que se passa até que nossos cabelos fiquem brancos...

A queda de LíangWhere stories live. Discover now