Capítulo 51

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Os primeiros raios de sol acalentam minha pele fria, meu corpo dói e treme pelo frio me sinto exausta, minha garganta está seca e meus olhos pesados pelo cansaço.

A luz faz com que meu coração se acalme, assim que o escuro da noite se vai consigo me acalmar, mesmo assim a dor em meus braços e pés é quase insuportável. Olho para cima vendo minhas mãos vermelhas, a corda amarrada parece esfolar meus pulsos, já meus pés latejam por estarem apoiados apenas nas pontas dos dedos.

O sol cada vez mais forte faz com que sinta meus lábios secarem, sinto como se tivessem espinhos em minha garganta, o sol que passa pelos galhos secos da árvore que me prende faz minha pele ficar vermelha, sinto meus olhos pesarem, meus pensamentos estão bagunçados como se houvesse uma neblina que os ocultasse, não lembro ao menos qual o plano que tinha em mente e muito menos consigo pensar em um escape. Porém me render não é uma opção, me render e obedecer como um cão obedece ao dono seria pior que a morte, não devo nada ao imperador. Não que eu acredite que Shang Lín espere que eu desista pois em toda noite e toda manhã ninguém veio ver se eu me entregaria ou se estava viva, ele deve apenas esperar que eu morra.

- Veja quem voltou..

Uso o que ainda tenho de forças para virar meu rosto em direção a voz feminina, quatro mulheres se aproximam, suas vestes são as de escravas do nível mais baixo.

- Quem.. são..vo.cês?

Cada palavra que consigo pronunciar arranha minha garganta, uma delas a mais alta se aproxima de mim, sinto meu rosto arder em um tapa.

- Como ousa.. por sua causa fomos rebaixadas, agora finge não lembrar de nós?

Abro meus olhos tentando reconhecer porém não consigo distinguir seus rostos, mas a voz é familiar.

- Bata nela!

Escuto ela dizer antes de sentir meu rosto arder mais uma vez, quando começo a erguer novamente meu rosto em sua direção recebo mais um tapa, e outro e mais um. Sinto meu rosto arder e um corte se abrir em meus lábios secos.

Então sinto sangue umidecer minha boca, não tenho forças para gritar mas sinto o ar sair de meus pulmões ao sentir alguém acertar minhas costas com uma vara.

- De novo.

A mesma voz feminina fala e sinto mais uma vez a vara contra minhas costas, perco o equilíbrio deslizando meus pés e fazendo o peso ficar apenas nos pulsos, sinto vontade de chorar mas não o faço.

- Por que não implora para que eu pare?

Sinto seus finos dedos segurarem meu rosto e se aproximar então a reconheço como uma das bailarinas na mansão de Shang Lín.

- Bata de novo.

Fecho os olhos já pronta para a dor que se segue. Elas marcavam com precisão o tempo entre cada golpe desferido em minhas costas. Assim que a dor atingia seu máximo e a ardência começava, elas davam um novo golpe. Cuspo sangue e aos poucos começo a perder minha consciência.

- Mas vou lhe contar um segredo... Parece que nosso xiānshēng já não tem mais interesse por alguém tão sem graça, ele mandou pessoalmente que déssemos um jeito em você.

Escuto cada palavra sua acompanhada de sua risada e das outras mulheres. Então é isso, ele me quer morta e mandou outra pessoa fazer o trabalho, então é assim que ele é realmente, sinto meu peito se apertar.

- Também, uma garota sem graça... Achou que o interessaria? Ele não se importa com ninguém muito menos com alguém de Líang.

Então ele me odeia essa é a resposta e me quer morta apenas por eu ser de Líang, a dor toma todo meu ser então as vozes vão embora, mal consigo manter meus olhos abertos, o tempo passa perco a consciência algumas vezes. Sinto algo tocar meu rosto e ao abrir os olhos vejo Shang Lín parado a minha frente, sua expressão indiferente e cabelos negros. Antes de perder a consciência mais uma vez consigo virar o rosto para longe de sua mão.

A queda de LíangUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum