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Ashton ainda procurava por Calum, claro que não tanto quanto antes, precisava por um limite em si mesmo ou acabaria se destruindo por conta própria.

Tudo na casa lembrava o moreno, principalmente quando ia dormir, parecia que seus sentimentos redobravam e apenas a lua assistia suas lágrimas, talvez com certa pena ou ódio.

Seu cheiro estava a desaparecer pelos cômodos e, quando acordava pela manhã, esquecia-se de que não precisava esperar por Calum ou servir uma xícara de café a mais, esquecia-se de quando chegava em casa não teria alguém que vinha correr para lhe abraçar, esquecia-se de que não precisava chama-lo e esquecia-se de que não precisava espera-lo para dormir. Via sempre presentes em lojas e, quase sempre, comprava, pois esquecia-se de que o moreno não estava mais lá e, quando isso lhe ocorria, a porta de seu guarda-roupa era aberta, onde pilhas de roupas ainda estavam lá, intocáveis, com um bilhete - o qual Hood lhe escreveu antes de partir -, na esperança de que algum dia ele voltasse, nem que seja apenas para buscar o que deixou.

Sua rotina mudou, isso de certa forma lhe afetou e, na tentativa de se recompor, ao menos pelos fãs, Ashton tentava não ficar muito em casa, não ir nos lugares que antes frequentava com o moreno e até tentou um novo ciclo de amizades. Mas quem estava a enganar? Quando deitava a cabeça no travesseiro, com a luz da noite a invadir sua janela, por entre as cortinas mal fechadas, o cacheado sentia o frio do outro lado da cama, no qual pertencia a Calum.

Irwin tinha um álbum inteiro inspirado em Calum e, céus, como ele odiava ter que cantar algumas daquelas músicas quase todas as noites. Era exaustivo, seu psicológico se partia e ele maltratava a si mesmo com perguntas do tipo: "o que eu fiz de errado?", "podia ter o dado mais atenção, talvez ele ficaria, certo?", "como não notei antes a mudança de comportamento, sou tão desligado assim?". E a resposta, por mais que sempre criasse diversas teorias para responde-las, sempre o magoava.

Mentia para si, entretanto para seu bem. Queria ver seus fãs felizes, a única coisa importante que lhe restou e tinha muito medo de perde-las também, se doava o dobro, na tentativa de não ocorrer nada parecido com o que ocorreu com Calum. Abafou o caso sobre seu relacionamento de fim confuso, mesmo algumas sempre pedindo do moreno, o garoto era realmente muito amado por elas. E por elas, suas fãs, Ashton faria o possível e o impossível, tanto para tentar melhorar a si mesmo - sua saúde mental -, quanto para melhorar seu lado artístico, aprimorar, evoluir seu eu em meio a música.

Yeah, a única coisa que lhe mantinha firme, seu pilar, era a música e as fãs, a arte sempre fora uma terapia para si, sempre lhe acalmou e lhe ajudou a colocar tudo no lugar, procurava por soluções e conseguia ser forte diante dos acordes que fluiam, dos versos que escapavam, tão precisos como se, de alguma forma, aquilo realmente fosse certo e como aquilo já estava dentro de si. Calum pode ter lhe tirado tudo, pode ter lhe partido, todavia lhe deu mais inspiração, como sempre fazia.

Your Baby - Cashton Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang