Para o Mar

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︎ Palavras em itálico significam que estão falando em inglês.

Aquela era a primeira batalha de Adalyn, e mesmo que a sua principal obrigação naquele dia fosse cuidar das armadilhas para só depois se juntar à luta de verdade, ela ainda se sentia eufórica pela sensação de empunhar a sua espada, agora tendo completa consciência de o seu dever era matar o máximo de soldados que conseguia. O dia frio contrastava com a sua pele quente, acarretada pela adrenalina em sey sangue. Era o dia de conquistar o respeito das pessoas que ainda olhavam torto para ela, e Adalyn não poderia falhar com isso.

O viking ao seu lado já era um senhor de idade, mas isso não o impedia de fazer com que os saxões caíssem com rapidez em cada uma das armadilhas nas ruas em que Adalyn e ele haviam ficado como responsáveis. Por já conhecer quase a língua nórdica por completo entendia o clamor daquele homem para Odin, o pai de todos. Ele não temia a morte e a aceitaria como uma velha amiga. Adalyn, inspirada pelas palavras daquele homem, decidiu pedir para o Deus de seu marido também. Ela desejava êxito em sua Vitória.

Por um tempo longo ela assistiu os soldados tendo seus corpos sendo atravessados por longas lanças, ou tendo seus corpos incendiados por meio do óleo que caiam sobre os mesmos. Ignorava o máximo que podia os gritos de dor e os pedidos de misericórdia, e também ignorava o seu passado cristão que insistia em ficar ali. Ao ver que tudo estava saindo como o planejado agarrou com firmeza o seu escudo, ainda não muito familiarizada com o objeto, e seguiu para o real campo de batalha assim como dezenas de outros guerreiros e damas do escudo.

Ao encarar o final daquela rua observou um grande número de soldados os esperando, sendo sobreviventes das várias armadilhas, e já bastante furiosos. O grito de uma das escudeiras a avisou sobre a formação da parede de escudos, a qual Adalyn fazia parte também. E assim, os soldados correram com violência até os vikings.

Ergueu com toda a sua agilidade e rapidez o escudo que segurava e esperou o ataque daqueles homens, o que não demorou mais do que uma duzia de segundos para acontecer. O choque entre seu escudo e o corpo enfurecido do saxão quase a desequilibrou, porém Adalyn usou toda a sua força para se manter firme e não prejudicar a parede de escudos que ela integrava. Os homens do outro lado tentavam de todas as formas passar por eles, mas todos ainda se mantinham firmes. Contudo, o homem ao seu lado deixou um pequeno espaço entre o seu escudo e o da princesa, dando oportunidade a um dos soldados saxões para enfiar sua espada pela brecha e atravessar o corpo daquele viking. O corpo deslizou com violência ao lado da princesa, mas ela o ignorou ou acabaria sendo o próximo corpo ao chão.

O soldado do outro lado se aproveitou do rápido momento que a parede de escudos se reagrupava pela recente perda, para tentar atingir outro viking. Contudo, sua lâmina passou a poucos milímetros do rosto de Adalyn, mas acabou por atingir a mão da mesma naquele percurso. Um grande e profundo corte fazia uma boa quantidade de sangue manchar a pele pálida da jovem. Sua vontade era gritar pela grande dor que aquele ferimento aflingia a ela, porém se manteve firme e aguentou a dor em silêncio.

Logo em seguida uma chuva de flechas foi presenciada contra os homens desavisados. Dezenas de corpos foram ao chão, e até mesmo alguns caíam contra a jovem, mas ela se continuou parada em sua posição como se aquilo não fosse nada.

Os homens do lado inimigo, que conseguiam escapar das flechas, tentavam de todas as formas atingir aqueles que sustentavam a parede de escudos, incluindo a garota. Entretanto, utilizando de uma força até então desconhecida, se manteve de pé ao lado das escudeiras e de alguns vikings permitindo aos arqueiros aniquilarem boa parte dos saxões naquela parte da cidade.

Foi então que a parede de escudos se desfez e ela seguiu em busca de algum sobrevivente da chuva de flechas, e por fim acabou os achando pelo corredor o qual andava e sem nem mesmo pensar duas vezes atravessou o corpo deles com a sua espada. A adrenalina e a euforia controlavam o seu corpo naquele mesmo instante. Queria provar a todos que era capaz e digna de estar ali lutando.

Ragnarök || Ivar, O DesossadoWhere stories live. Discover now