Notas inicias
Não sei o que eu tô fazendo da minha vida (10/06/21)
Houve uma alteração no último capítulo, então leiam os últimos parágrafos por favor.
Andrew surta de empolgação ao me ver pilotar, soltando frases como "isso é tão maneiro", "você é incrível" e tentativas frustradas de um vocabulário sujo, mas é correto demais para isso. O contrário de Alison...
Me sinto mal por ter convidado o rapazinho. Porém, por mais que as vezes nossos momentos chamem por um romance de verdade, a guitarrista não está pronta para isso.
Pilotando, faço algumas gracinhas, o que faz a médica me lançar um olhar de desaprovação pelo perigo que estava nos colocando. Mas qual seria a graça de pilotar uma nave sem supervisão se não aproveitasse o momento para me divertir?
Assim que chegamos, minha reação inicial é puxar Andrew com as mãos e sair do meio desse ambiente pesado. Corremos para a ponte e programo a abertura de todas as janelas, revelando as paredes de vidro e o permitindo de visualizar tudo. Assisto sorridente o rapazinho observar, de boca aberta, a imensidão do universo. Coloca as mãos em sua cabeça, como se impedisse sua mente de explodir, e se aproxima dos vidros. Para em reparáveis dois pés de distância da parede, provavelmente com medo.
_ Você gostou? _ pergunto. Temos isso em comum: ambos vivemos tudo com intensidade. Seus olhos brilham e talvez tenha visto uma lágrima escorrer. _ Te levo para ver Saturno se tu quiseres _ ofereço, ao perceber que tem sentimentos genuínos diante da sensação de viver essa experiência pela primeira vez. É um privilégio, privilégio que nunca terei, porque sequer me lembro de quando foi a minha primeira vez. Mas conheço algo similar do que sente: um frio na barriga ao perceber que somos parte de algo tão maior que nós mesmos. E tão bonito.
O rapazinho solta uma risada, o que me mostra que ele não faz ideia do que é Saturno.
_ Nós podemos ir lá fora!? _ pergunta. Mordo o lábio.
Claro que dei um jeito de o colocar lá fora. Acatei a situação como uma oportunidade de fazer jus a minha criação, que foi em grande parte feita por uma mecânica 0g (gravidade zero).
_ Me deixe ajustar isso direito _ aviso, apertando algumas fivelas no traje. Dou dois tapinhas em seu peito e o assisto ficar com vergonha. _ Não morra, por favor _ peço ao fechar a porta entre mim e ele. Andrew fica SUPER nervoso e eu dou risadas de sua situação. _ Despressurização completa! _ converso comigo em voz alta, repassando tudo. Limpo os tanques de reciclagem, abro a válvula de resfriamento e assisto seus pés flutuarem pela falta de gravidade.
Acerto os fones no meu ouvido, para ter certeza de que o escuto bem, e ouço risadas de empolgação. Eu não sei nem se ele sabe o porquê flutua agora, porque é impossível diferenciar sua expressão de uma que faria em um parquinho.
_ Isso é tão estranho! _ grita, quase estourando seus ouvidos.
_ Eu sei! _ grito de volta, sorrindo. O rapazinho se vira para a imensidão do espaço e pelo silêncio que tomou conta, percebo que está assustado. _ Ei Andrew, está tudo bem? _ pergunto. Fico preocupada quando não responde. Preocupação que some ao vê-lo rodopiando. _ Pelo oceano, que criancice _ e ambos rimos.
Assisto com nada mais e nada menos que paixão em meu sangue. Gostaria de estar lá fora também. O julguei de criancice, mas não é como se eu fosse muito diferente.
_ Você faz isso a vida toda!? _ questiona.
_ Você não precisa gritar! _ respondo, deixando escapar risadas.
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Maria Reyes
ФанфикApenas uma criança em um mundo fervendo a radiação e monstros, será que ela vai sobreviver? Uma mãe assassina, um pai assassinado e uma tia pronta para se sacrificar. Encontrará a esperança em um bando de adolescentes e uma mecânica debochada? *segu...