Pale Expression

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Eu, Raven e Finn ficamos conversando por muito tempo. Sobre assuntos leves, não sobre os fardos pesados que a mecânica teve que carregar desde que chegou até aqui. Contamos histórias enquanto conectamos um monitor no rádio, para podermos não só escutar as pessoas na Arka, mas vê-las.

_ Ei Raven _ Bellamy aparece na porta do Dropship, agora aberta, já que a tempestade passou. _ Precisamos do rádio _ a Reyes assente e o Blake sai. Antes que Raven se levante, me ofereço para ajudar.

_ Eu posso dar para ele _ aviso, me levantando e andando na direção do aparelho.

_ Tem certeza? Sabe encontrar a frequência? Consegue carregar tudo sozinha? _ a mecânica se certifica. Aceno positivamente, já indo lá para fora.

Árvores caíram e as barracas estão rasgadas ou molhadas. Os jovens arrumam toda a bagunça que conseguem. Procuro por Blake e o encontro o parado e observando.

_ Oi tio Bellamy _ falo ao seu lado. Apenas olha para mim e sorri meio falso. Começo a me lembrar dos acontecimentos de ontem, para ver se encontro um motivo para seu humor. Talvez seja o mesmo que fez Octávia gritar comigo.

_ Onde está aquele terrestre? _ pergunto, não sabendo o que aconteceu depois da tempestade.

_ Não se preocupe com o terrestre, você está a salvo _ o Blake responde e acena. Respiro fundo, porque não era essa a resposta que eu queria.

_ O rádio está pronto _ o aviso. O Blake se abaixa e sorri.

_ Obrigado _ agradece, claramente escondendo algo.

_ Maria _ escuto um chamar. Me viro e vejo Octávia. Engulo seco após lembrar o que me disse. _ Você sabe onde encontro mais panos sujos? _ e me mostra os que carrega. Aceno um sim e a levo para buscar. Nisso, continuo a acompanhando, assistindo em silêncio enquanto os lava na pia, construída dentro de uma barraca por Monty. As barracas são improvisadas e foram sendo construídas aos poucos. A maioria dos panos estavam sujos do sangue de Finn.

_ Eu sinto muito em como te respondi ontem a noite _a Blake quebra o silêncio, me gerando um sorriso. _ Você não tem nada a ver com confusão alguma _ e deixa escapar o início de uma risada. _ Você nem devia estar aqui, é só uma criança _ é irônica.

_ Você também é _ a relembro. Pode até ser alguns bons anos mais velha que eu, mas não é uma adulta. _ O que aconteceu com o terrestre? _ arrisco perguntar. Ela hesita um pouco, mas começa a falar.

_ Está no terceiro andar _ admite. Mordo os lábios, nervosa com o que mais vai me contar. _ A faca era dele _ refere-se a que perfurava o Spacewalker. _ E estava envenenada, então precisamos de sua ajuda para salvar Finn _ e aceno positivamente. _ Mas Maria _ e larga os panos, segurando minhas mãos e olhando profundamente nos meus olhos. _ Não importa o quão assustador e perigoso alguém for _ fala firme. _ Não importa o quanto você esteja com raiva e com medo, nunca, jamais deixe que isso te transforme em um monstro, ok? _ aceno devagar concordando e me imaginando magicamente sendo transformada em um mostro peludo e roxo. _ Tem que me prometer. Você promete?

_ Eu prometo _ falo. Octávia fica satisfeita e volta ao que fazia. Algo terrível aconteceu ontem e talvez eu esteja juntando as peças do quebra-cabeça.

Saio da barraca e vejo Clarke entrar em outra. Decido que quero ver como está e sigo até ela. Dentro do lugar, a Griffin está sentada em um banco pequeno, de frente a uma mesa improvisada que dá espaço aos aparelhos que entreguei a Bellamy.

_ Oi tia Clarke _ faço na intenção de a assustar. Mas me olha com uma cara de interrompida, já que conversava com as pessoas da Arka. Eles ficam mudos do outro lado da linha até que a Griffin interrompa.

Maria ReyesWhere stories live. Discover now