Reapercussions

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Dia seguinte

_ Bom dia! _ digo saltitando. Entro em seu quarto na área hospitalar, carregando lhe um copo d'água. Raven apenas sorri e pega, não está muito falante. Ela percebe minha ansiedade, quando vê meus pulinhos e meus pés batendo.

_Ei! Por que está animada? _ pergunta sorridente.

_ As crianças estão brincando lá fora _ explico.

_ Ah sim! _ sorri, me devolvendo o copo vazio.

_ Posso ir? _ pergunto.

_ Claro que sim. Vai lá _ responde. _ Mas antes, quero um abraço da minha mecânica favorita _ me surpreende com o apelido. Vou até Raven e lhe dou o abraço. Tenho que ficar na pontinha dos pés, porque a maca é alta e ela está sentada.

_ Tchau! _ saio do abraço e corro para o lado de fora.

O dia pode estar lindo, mas o Sol está um inferno. Tampo meus olhos da grande bola amarela que nasce no horizonte.

_ Posso brincar também? _ pergunto as crianças. Quatro meninos e duas meninas estão lá. Uma das, lembro-me da Arka.

_ Você é a garota que veio com os criminosos? _ um garoto, um pouco mais velho, pergunta. Respondo sim em um aceno.

_ Sério!? Você teve medo dos terrestres? _ a menina que não conheço pergunta. Eu assinto. O mesmo garoto ri e fala mal educadamente:

_ Eu não ficaria...

_ Já viu uma cabeça partida ao meio por um machado? _ respondo na mesma moeda. Todos ficam paralisados, até o mal educado.

_ Vamos brincar de pega-pega? _ alguém interrompe após muito tempo.

Brincamos MUITO. Até a sede chegar e irmos atrás de água. Ofegantes, tomamos litros e litros. Sentir sede e beber água é uma coisa nova , já que na Arka não tínhamos essa oportunidade. 

Olho ao lado e vejo uma multidão reunida, assistindo alguma coisa. Parece até o bando de jovens com quem convivi. Todos nós, ainda bebendo água em copos de metal, nos aproximamos para ver. Até que alguns dos pais das outras crianças, aparecem e impedem a passagem de todos, nos chamando para dentro. Os outros foram animados, mas eu me desviei fácil-fácil, passando despercebida pela maioria.

Vejo a cena e meu coração se aperta. Doutora Griffin está com os dois braços presos em troncos e uma pessoa dá um choque em suas costas, mal consegue ficar de pé. Procuro qualquer pessoa que conheça e acabo de encontro a Kane, que está na sua frente. Vou correndo e quando chego toco no homem, chamando a sua atenção.

_ Ei! Você tem que ajudá-la! _ peço.

_ Maria, vamos sair daqui _ toca minhas costas.

_ Não toque em mim! _ grito, um pouco assustada. Nem o conheço.

_ Me desculpe _ se defende. _Mas precisa sair.

_ Não! Precisamos ajudá-la! Por favor! _ ele respira fundo.

_ Não tem nada o que posso fazer _ tento analisar melhor a situação.

_ Como não? Você é o chanceler, não é? _ digo quando vejo seu broche. Não sei o que aconteceu com Jaha, mas parece que foi substituído.

_ Ela cometeu um crime _ explica.  _Precisa ser punida. São as leis.

_ O que? _ agora estou chateada. _Não podem fazer isso _ começo a chorar. Todos viram a atenção para nós e ele faz sinais com as mãos para tentar me acalmar. _ Não podem torturar alguém por causa de um erro! _ não só grito, como faço um show. _ Por favor _ quase imploro.

Maria ReyesWhere stories live. Discover now