Gimme shelter

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"Home. A place where I can go, to take this off my shoulders. Someone take me home".

_ Luna e Abby estão cuidando de Raven, ela está em boas mãos _ Murphy fala, sentando-se ao meu lado no sofá. Saí do laboratório de Becca e vim para sua casa, deixando a mecânica lá. Não faço ideia de como concordei com isso, mas no fim acabei me rendendo.

_ O que está acontecendo com ela? _ pergunto. Ainda não compreendo o porquê está convulsionando..., com certeza não é igual da última vez.

_ Nada _ o garoto pálido responde. _ Só estava nervosa _ explica, levantando-se e caminhando pela cozinha.

_ O que vamos fazer? _ gaguejo, lembrando-me que precisamos do nigthblood para sobreviver a radiação, e agora não podemos ir ao espaço fazê-lo.

_ Abby acha que tem um outro jeito _ John murmura. _ Podemos usar a medula de Luna _ explica.

_ Como em Mount Weather... _ sussurro. Murphy faz uma cara de: talvez, não estava lá.

No fim, me dou por vencida. John coloca uma música e começa a "cozinhar", apesar de duvidar muito de suas habilidades. Como ele está encarregado de cuidar de mim, pega várias e várias cobertas e coloca ao chão do lado da lareira. Quando me sento, coloca uma mais leve sobre meus ombros.

Brinco com minha boneca quando Emori e Clarke aparecem na porta de vidro, gigantesca por sinal. A loirinha, que falhou em sua missão de trazer o combustível, me dá um sorriso de lado e caminha até Murphy. A freikdrana entra esguia, sempre com sua faca em mãos.

_ Você sabe cozinhar? _ a Griffin conversa com John.

_ Uhu _ o garoto pálido resmunga.

_ Você sabe ler _ Clarke debocha, supreendida com a capacidade do garoto, mesmo que básica. Isso pesa em meus ombros, lembrando-me de todos os jovens que foram considerados criminosos descartáveis.

Deito-me e me viro para a lareira, tirando o foco da conversa. Eu não quero estar aqui, quero estar com Raven e Luna. Estar aqui me assusta. O fim do mundo me assusta. O que Jackson me deu prendeu-me em um vácuo. E eu nunca tive tanta dificuldade, em toda minha vida, de demonstrar que estou desconfortável com uma situação. Não há nada que ninguém possa fazer para tirar a agonia do fundo da minha garganta, e isso me deixa ansiosa. Quando vejo, meus dedos raspam com tanta força no meu pulso que deixa a superfície avermelhada.

_ Eu já disse que o bunker não é a resposta _ escuto Murphy, em um tom de voz mais alto do que o normal. Viro-me e o vejo conversando com sua namorada, agachada atrás do armário. _ O que foi? Viu algo na floresta? Os saqueadores voltaram?

_ Nem eles me fariam o que seu povo está prestes a fazer _ Emori responde tão rápido que quase embola, andando pela cozinha com uma mochila.

_ Emori, pare _ John exige explicações. _ O que você está falando?

_ Eles vão sacrificar alguém para testar nightblood _ fala com os olhos fixos no garoto. _ Quem você acha que vai ser? Clarke? Raven? _ as palavras desesperadas me cortam no coração. _ Eu sou a estranha, John, a freikdrana! _ abaixo o olhar.

_ Ei, Emori, relaxa _ Murphy a pega de leve pelos ombros. _ Olhe para mim _ está tão assustada que está ofegante. _ Olhe _ e o garoto pálido consegue sua atenção. _ Respire _ e passa tranquilidade. Só agora percebo que estou completamente espionando, o que me faz abaixar-me de leve e olhar para a boneca, fingindo que não presto atenção. _ Conte-me tudo _ quando percebo, olham para mim.

_ Ela ouviu tudo _ a garota sussurra, voltando a ficar desesperada.

_ Relaxe e converse comigo, depois damos um jeito nela _ John insiste. Meu estômago gela, já colocando a mão na faca em minha bota.

Maria ReyesWhere stories live. Discover now