The Wanheda part 2

643 64 11
                                    

Começo a sentir um frio terrível, como se tivessem arrancado minhas roupas de repente.

_ Vamos! Está na hora _ Raven encosta a mão em meu braço. Reviro os olhos e solto um suspiro em reclamação, virando-me na cama na intenção de me render novamente. _ Nada disso, mocinha! _ insiste. Aceito que será uma guerra perdida e me levanto, nada feliz.

_ Bom dia Gina _ digo ao sentar-me na mesa do refeitório, carregando minha bandeja.

_ Bom dia _ a garota brinca com a comida no prato.

_ Bellamy não voltou ainda? _ adivinho. Ela acena um não. Ele é forte, ficará bem tenho certeza.

_ Finalmente Cartwig! _ Sinclair me olha de cara feia por chegar atrasada. Solto um sorriso que diz: me desculpa, sei que estou errada. E como sempre, o chefe se rende ao meu rostinho bonito. _ Carol vai te dar umas aulas hoje _ começa a me contar o que tenho que fazer enquanto Raven ajusta meu rabo de cavalo. _ Você tem que ir fazer check up na Enfermaria e vai aproveitar para instalar o sistema de iluminação na área B _ faço anotações mentais. Jacabo olha em seu relógio, provavelmente verificando o que farei primeiro. _ Já está atrasada _ concluo que devo ir à Enfermaria, já que Carol não me espera aqui. _ Reyes, para a cozinha _ a mecânica assente, finalizando com um laço no topo dos meus cabelos. _ Mãos à obra _ bate palmas, coisa que faz toda vez para acordar si próprio.

Coloco somente o protetor aureolar e vou, os materiais que preciso já estão todos lá, já que a instalação na área A ocorreu uns dias atrás.

_ Bom dia Maria _ doutora Griffin me cumprimenta, enquanto entro na ala hospitalar quase vazia.

_ Bom dia _ respondo.

_ Você é minha hoje _ a médica sinaliza para que sente na maca. Logo após analisar minhas respirações lentas, usa o aparelho engraçado de medir pressão.

_ Como está a senhora? _ resolvo iniciar assunto.

_ Ótima _ a doutora abre um sorriso. Não sei como deve estar se sentindo, sua filha saiu para a floresta em direção lugar nenhum a três meses atrás, e ninguém tem notícias desde então. Abby anota os detalhes no tablet, exatamente como faz todas as vezes. Graças ao sistema, consegue ver minha evolução mais facilmente. _ Deixe-me ver suas unhas _ pega minhas mãos. O sorriso indica que o caso é positivo. _ Estão ótimas _ dá um sorriso contagiante. _ Mas ainda podemos melhorar _ reviro os olhos. Me levanto para medirmos minha altura e peso. _ É _ a médica reage ao visualizar. _ Um metro e vinte e quatro centímetros. Cresceu um centímetro em três meses _ explica. _ Não vou falar nada a respeito Maria, porque talvez seja genético. Mas está baixinha demais _ suspiro em reclamação. _ Não desanime _ interrompe meu drama. _ Ganhou três quilos completos _ sorrio com a revelação. _ Semana que vem tem exame de sangue _ tira as luvas, indicando que acabou. Me arrepio ao lembrar da agulha, mas ainda sim saio feliz por ter acabado.

_ Obrigada doutora Griffin _ me levanto e vou colocando um avental.

No meio do meu trabalho os atendimentos continuam, por conta disso vejo Jasper chegando. Continuo o que faço, fazendo o máximo para que não me note. Não estou pronta para conversar com ele. No meu MP3 toca Price Tag, Jessie J 2011.

Acordo de meu transe musical quando a conversa silenciosa se torna um amontoado de vozes. Lincoln, Octávia e mais algumas pessoas entraram trazendo um terrestre em uma maca. Me lembro dele, é o curandeiro. Arranco o fone de meu ouvido, solto minhas ferramentas e corro até onde estão. A Blake coloca a mão em minha frente, garantindo que eu mantenha distância.

_ A coagulação vai parar o fluxo _ doutora Griffin começa _ , mas perdeu muito sangue.

_ Vou testá-lo _ Jackson sai para buscar algo, enquanto Abby estanca o sangramento. Tem um corte feio em sua barriga. O aparelho de teste sanguíneo apita. _ Rh nulo _ o doutor conclui, tenso.

Maria ReyesOnde histórias criam vida. Descubra agora