Death is a crazy job

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Eis que eu falei que ia sumir só um pouquinho e deram oito dias 🤡😮

Aguardo ansiosa na caverna em que estamos. Achei que soubesse separar muito bem quem meus sentimentos começam a se importar. Mas temo pela vida de Arlo.

_ E aí? _ me levanto e pergunto para Echo, que volta da floresta. Apenas acena negativamente e abaixo o olhar. Eu olho para os meus pés e respiro fundo. Mataram os desertores, quase todos eles. Tirando os que estão aqui, Lindo e o pouco de seu povo. Os encontraram. Se ao menos eu tivesse convidado o Sangredakru para vir conosco, e não com os outros.

Mas não posso remoer minhas atitudes, isso acabaria comigo.

_ Sinto muito _ Luna encosta no meu ombro. Me surpreendendo, aparecem por onde minha seda passou Murphy, Kane e Diyoza. Emori corre e dá um longo beijo em John.

_ Abby? _ pergunta logo após. O garoto pálido acena negativamente, indicando que não o pegaram.

_ Ela está...? _ Raven arrisca.

_ Não _ Marcus assume. _ McCreary está com ela _ e é aí que a freikdrana me direciona um olhar, aquele de: precisamos  conversar. Deixo escapar um suspirar e caminho até o o outro lado da caverna, aguardando, de costas, que chegue até mim.

_ Então... _ Emori diz ao chegar do meu lado. _ Não vai me contar o que aconteceu...? _ deixo escapar mais um suspirar e sinto meus sentimentos à flor da pele.

_ Por que eu compartilharia isso com você? _ solto. Esperava-se que ficasse chateada com as palavras, invés disso sorri. Coloca a mão em cima do meu ombro e olha para mim, que faço o contrário, desviando o olhar para frente.

_ Pensei que compartilhássemos tudo _ diz, enfiando um dedo na minha barriga de brincadeira. Me retraio, mas não entro na mesma. Não é algo simples como gostaria que fosse.

_ Sua boca é um túmulo? _ pergunto, considerando a contar. Me responde com um sinal com os dedos, como se estivesse trancando suas palavras. Respiro fundo e vou. _ Fiz Kane me levar até Abby _ ela escuta com atenção _ e a fiz pagar _ franze o cenho, confusa. _ Pagar pelo o que fez com Raven _ mas continua perdida, provavelmente pensando no que eu possa ter feito.

_ Você...? _ tenta formular alguma coisa, mas não consegue.

_ Eu a fiz pagar na mesma moeda _ revelo que a torturei. Emori engole seco, processando o que aconteceu. Qualquer um, mesmo se prometesse, contaria para Bellamy, Echo, Raven ou Luna, que além de ficarem decepcionados provavelmente iam me fazer ouvir alguns gritos. Mas não a de rosto pintado. O que quer que tenhamos, me permite compartilhar tudo com menos julgamentos.

_ Ela está bem? _ arrisca perguntar. As palavras me irritam, afinal não é com a médica que devia se preocupar.

_ Duvido que coloque um dedo em Raven de novo _ fico apenas nisso. Ninguém aprovaria o que fiz. Talvez Echo. Não aprovaria, mas também não diria muito sobre. Isso pesa sobre mim, porque vivi a vida toda com suas aprovações. Será a hora em que me soltarei das amarras que sempre me fazem pedir por permissão, antes de fazer?

Essa noite dormi ao lado de Raven, ambas em silêncio enquanto dormia sobre seus braços. Não me pediu que me fizesse nada a respeito. E muito menos é indefesa. Não, Raven Reyes é tudo menos indefesa. Jamais me esquecerei do dia na ilha, em que fez tudo o que todos os outro não conseguiram, quando a foi pedido para sentar e observar por conta de sua perna.

A verdade é que jamais me soltarei dessas amarras. Precisarei de suas aprovações para sempre. Considere algo ruim, quem quiser. Mas elas me movem, me transformaram em que eu sou. São tudo o que eu precisava, mesmo não estando a procurar.

Maria ReyesWhere stories live. Discover now