God Complex

513 54 27
                                    

O terrestre é colocado na caixa de vidro que emite radiação. Nós assistimos, numa atmosfera pesada e tensa. Podemos estar matando alguém se não funcionar. E mesmo se funcionar, a pessoa sofrerá no início, assim como Luna.

Clarke, a Doutora Griffin, Luna e o rei Roan de Azgueda, que veio com a loirinha, assistem Jackson amarrar o homem do outro lado. Enquanto de cá estamos eu, Murphy, Raven, Emori e Miller.

_ Os sinais vitais estão fortes _ Abbigail fala, no meio do silêncio. _ Jackson, feche a câmara _ comanda, atrás da tela do computador.

_ Entendido _ e o faz. Viro-me para Raven e ela entende facilmente. Mesmo sendo difícil, já que sente dor, eu realmente preciso disto. Agora em seu colo, observo até onde isso vai dar. _ Ele está pronto.

_ Sim, mas nós estamos? _ a Reyes murmura, se mexendo um pouco para me segurar melhor. Todos trocam olhares, como se pedissem aos outros coragem para dizer que não devem fazer isso.

_ O cara é um monstro _ Emori manifesta-se. De uma coisa eu tenho certeza: se a radiação não o matar, a freikdrana terá a honra.

_ Nós sabemos disso _ Clarke intervém, não estando afim de mais um dos surtos da terrestre. _ Nenhum de nós quer fazer isso, mas a onda da morte estará aqui em dez dias _ as palavras deixam os músculos da mecânica tensos, posso sentir. _ As células-tronco de Luna foram injetadas com sucesso. Bailys está fazendo nightblood sozinho. Essa é a nossa única esperança _ tenta passar tranquilidade. Sentimento que não combina com o que quer que estejamos prestes a fazer.

_ Ainda estamos falando disso? _ Murphy fala. _ A chuva negra já está aqui _ relembra. _ Dezoito pessoas morreram ontem em Arkadia. Então, se o nigthblood resolve isso, eu quero saber logo _ enquanto isso, Raven beija minha bochecha. Clarke acena para Abbigail, como se dissesse que estamos prontos.

_ Está bem _ a doutora Griffin manifesta-se. _ Jackson, prossiga.

_ Você não tem que ver isso _ a Reyes sussurra em meu ouvido. Minha única reação sobre é descansar minha cabeça em seu ombro, virando o olhar para o lado ao contrário. Sei que se pedir a mecânica se retira comigo. Mas se der certo, quero estar aqui.

_ Entendido. Iniciando _ o médico começa. Escuto barulhos de botões sendo apertados e máquinas iniciando funcionamento, mas não olho, apenas abraço o pescoço de Raven e escondo-me da situação por aqui mesmo. _ Quinhentos rem _ engulo seco, sentindo suor frio no pescoço de Reyes. _ Oitocentos e cinquenta. Esse é o ponto onde veríamos os sintomas em alguém que não é nigthblood.

_ Pressão sanguínea, cem por cinquenta _ escuto a doutora Griffin. _ Temperatura corporal, trinta e sete graus Celsius _ enquanto isso, a mão da mecânica que não me segura, vai para as minhas costas. _ Descansando confortavelmente.

_ Sem efeitos visíveis _ Clarke conclui, deixando a atmosfera mais apreensiva.

_ Mil rem _ Jackson continua. _ Mil e quinhentos.

_ Tudo bem até aqui _ escuto Abbigail murmurar.

_ Dois mil rem. O nível da chuva negra _ o médico avisa. Raven leva a mão a minha cabeça, como se isso me protegesse do que quer que possa vir.

_ Nada ainda. Está funcionando _ Clarke sussurra.

_ Dois mil e quinhentos.

_ Espere _ Abby interrompe e Reyes me pressiona.

_ Não _ Clarke está assustada. _ Desligue _ e eu aperto minhas pálpebras, como se isso me tirasse de onde estou.

O barulho da máquina acaba. Em vez disso, escuto gritos abafados vindo de dentro da câmara de vidro.

Maria ReyesOnde histórias criam vida. Descubra agora