Remember me

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Tudo passa rápido, como um filme diante de nossos olhos. Os terrestres ficam revoltados com a atitude da loirinha, não queriam só morte, queriam vingança. Mas basta um olhar da comandante para que todos se controlem.

Abby e Kane descem até lá para negociar. E Raven também vai, para se despedir de Finn. Não me deixam ir, mas sou rápida e no meio da confusão, me enfio e saio correndo atrás de Reyes. Quando chego em frente ao grande tronco em que o garoto estava dependurado, encontro a mecânica no chão, ao lado de seu ex-namorado assassinado. Ela passa a mão em seu rosto, como se o decorasse. Ainda chora, só que dessa vez silenciosa.

_ Você não devia estar aqui _ gagueja ao me ver chegar.

_ Eu sei _ falo me sentando ao seu lado. Quando olho para cima, vejo Finn. Me assusto com a cena. Está morto e em dois lugares ao mesmo tempo. Me afasto, arrastando-me pelo chão.

_ O que foi? _ Raven pergunta.

_ Ele... _ gaguejo _ Ele ainda está aqui _ engulo seco. A mecânica me olha com olhar de preocupação.

_ Venha cá _ estica os braços. Segura-me como se fosse um bebê, ainda sentada, e mexe o corpo devagar, como se me colocasse para dormir.
Finalmente me solta. Não vejo mais o Spacewalker, graças a Deus, eu acho. A Griffin tem a cara de pau de aparecer aqui.

_ Vá embora _ Raven fala irritada, sem nem tirar os olhos do cadáver.

_ Sinto muito Raven _ a loirinha insiste.

_ Eu disse para ir embora! _ a mecânica grita, se levantando.

_ Sei o quanto isso deve ser difícil, mas eu estou indo com os terrestres e você tem que trabalhar no rádio _ reviro os olhos com suas palavras. Reyes acabou de perder muito, pelas mãos da Griffin, e ela tem a coragem de vir pedir um favor. Então, dois terrestres grandes aparecem em minha frente e começam a carregar Finn. Me afasto, assustada só pela presença dos homens.

_ O que eles estão fazendo!?_ Raven grita novamente.

_ Precisam levá-lo _ Clarke explica, fazendo sinais para a mecânica se acalmar.

_ De jeito nenhum! Saiam! _ continua.

_ Nos dê alguns minutos, por favor _ a loirinha pede aos terrestres, que por uma razão que ainda não sei identificar, obedecem. _ Raven... _ a Griffin encosta no braço da garota irritada e é recebida com um movimento brusco na intenção de afastá-la.

_ Concordou com isso? _ Reyes pergunta chorando.

_ Vamos levá-lo a aldeia que ocorreu o massacre _ explica. _ Há um ritual de morte. É o único jeito de tirar nosso povo de Mount Weather.

_ Então eu vou também _ a mecânica finaliza o assunto. _ E não se preocupe, levarei seu maldito rádio _ diz saindo. Corro atrás dela, não quero ficar aqui sozinha, muito menos com Clarke.

Chegamos de volta na estação e Raven caminha até a engenharia.

_ Posso ir também? _ abro o jogo.

_ Sim _ responde sem pensar, concentrada em seu rádio. Não ofereço ajuda, está nervosa e usando o projeto para canalizar. Ninguém aparece aqui, a madrugada é evidente e trabalhamos por dois dias inteiros. Observo tudo com atenção, sem muita intenção de aprender alguma coisa. Às vezes ela começa a chorar no meio ou para tudo só para isso. Não questiono nem interrompo, chorar é tudo que lhe restou.

Em uma hora, duas não sei, Reyes finaliza tudo e põe em uma mochila.

_ Vamos passar no quarto _ e andamos até lá.

Maria ReyesWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu