Sempre gostei de fazer planos. Amava ter tudo sobe o meu controle, só que na verdade, não tinha controle de nada.
Meu pai é um homem que vive no século XV, segue os preceitos que as mulheres não devem agir com liberdade, muito pelo contrário, defen...
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Completei minha rotina de sempre, preparei o almoço e todos comeram, arrumei a cozinha e quando me certifiquei que estava tudo no lugar, comecei a me arrumar para ir ao trabalho.
─ Jasmim, está ocupada? ─ Cristian, meu gerente, indaga me observando terminar de limpar uma das mesas.
─ Não, já acabei por aqui. ─ Recolho os produtos de limpeza e sigo até o rapaz de 20 anos com lindos cabelos platinados.
─ Poderia me fazer um favor? ─ Afirmo. ─ Preciso ir ao banco, você poderia tomar conta da loja e distribuir a função para os outros funcionários? Não vai demorar, prometo. ─ Cris sempre fala isso e sempre acaba demorando.
Odeio ter que dar ordens aos meus colegas, eles me olham com cara feia e às vezes ficam fofocam sobre mim e Cris termos um romance. Tão infantil, chega ser chato de lidar.
─ Tudo bem, mas volte rápido, por favor.
─ Pode deixar. Você é demais! ─ Ele beija minha bochecha em forma de agradecimento e no mesmo instante noto Cíntia, uma das funcionárias que morre de amor por Cris, me lançar um olhar mortal. Juro, se um olhar matasse, eu estaria morta nesse momento.
Pego a prancheta do Cristian e leio as funções de cada funcionário, analiso por um tempo e tomo coragem o suficiente para erguer a voz e chamar a atenção dos meus colegas de trabalho.
"Vai lá, você consegue", Tento me dá a confiança necessária.
─ Galera! ─ Chamo, todos param o que estão fazendo e prestam atenção em mim. Puxo o ar e solto, engolindo meu nervosismo. ─ O Cristian saiu e pediu que eu repassasse as funções de cada um hoje, tudo bem? ─ alguns concordam, mas o resto parece nem sequer me ouvir. ─ João e Caio estão responsáveis por ajeitar o deposito. ─ Os dois garotos seguem em direção ao depósito, e antes que possa continuar, ouço um deles resmungar.
Finjo não ouvir.
─ Paula está responsável por fazer o registro das coisas que estão faltando. Gisele, eu, Cíntia estamos responsáveis por ficar no balcão e atender os clientes, Bárbara, você ficou com as tarefas no caixa. Acho que é só. ─ Abaixo a prancheta e sigo até a porta, retiro a placa onde diz fechado e abro a porta de vidro.
Por não haver muito movimento, concentro em estudar um pouco de espanhol, o resto das meninas mexem no celular ou foram para a sala dos funcionários beber água ou simplesmente fazer hora por lá. Como previsto, se passaram quase uma hora e nada do Cris, mas tudo bem, já estava esperando isso dele.
Ouço risos e muitas vozes se aproximando, quando olho na direção da porta vejo que muitos alunos do meu colégio entram, eles se acomodam em uma mesa e mantêm conversas aleatórias e sem nenhum nexo, mas os ignoro e volto para meu estudo.
─ Hola, Chica! ─ Ergo meus olhos e me deparo com os olhos mais azuis e menos confundíveis que já vi. Alex dá seu típico sorriso de canto e debruça os braços sobre o balcão.