Capítulo 48

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Saio do banho e escuto meu celular tocar, por um momento meu coração acelera, imaginando poder ser Jasmim, no entanto, não

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Saio do banho e escuto meu celular tocar, por um momento meu coração acelera, imaginando poder ser Jasmim, no entanto, não. A luz apaga, recolho o celular e reparo que Bruno me ligou 10 vezes, talvez ele queira brigar comigo por eu te magoado a irmã dele, e meio que mereço, deveria ter contado para ela, só que as coisas estavam perfeitas e não queria estragar, não queria que acabasse.

O aparelho volta ascender.

─ Alô.

─ Alex ─ Bruno fala desesperado. ─ meus irmãos ligaram e disseram que Jasmim saiu de casa, nosso pai parece que bateu nela, e cara, eu não sei o que fazer... não sei se vou conseguir entrar naquela casa sozinho e preciso pegar minhas coisas. Mano, eu preciso da sua ajuda. ─ Suplica em meio a aflição.

─ Onde você está? ─ Pergunto, notando minhas mãos tremendo e meu corpo se enchendo de uma raiva agonizante.

─ Estou na esquina de casa, vendo se meus irmão estão ou não. 

─ Não sai daí. 
Desligo. Calço meu tênis, passo por minha mãe na sala sem dizer onde estou indo, agarro minhas chaves e saio, a escuto gritar, ignoro descendo as escadas de emergência. Estaciono meu carro próximo à esquina, Bruno está com a respiração acelerada e está aterrorizado de medo, poderia sorrir falar que tudo vai ficar bem, mas se eu pegar o pai da Jasmim hoje, nada vai ficar bem.

Andamos. Vejo Bruno entrar e o sigo pela casa, noto sangue espalhado na entrada, encontro um taco de beisebol e por instinto o pego, subo as escadas e seguimos para o quarto de Jasmim que está destruído. Pego as roupas espalhadas no chão, o notebook dela e alguns livros que acho que ela gostaria de levar, enquanto isso, Bruno arruma suas coisas.

─ Que porra você tá fazendo? ─ A voz de Gabriel ecoa pelo corredor. Jogo as malas de Jasmim pela janela, torcendo para que nada se quebre. Não apareço, escondo-me atrás da parede e apenas estudo a situação. Gabriel não diz nada, ao contrário de Bruno que em cada palavra pronunciada reflete medo. ─ Nosso pai está chegando e com certeza ele vai querer falar com você.

─ O que ele quer comigo?

─ Todos sabem que você e Jasmim são inseparáveis, então com certeza sabia que ela estava se metendo com aquele rico maldito. Nosso pai deixou claro que não queria que ela namorasse, era sua função que a deixasse longe de qualquer garoto, mas falhou, ela foi embora e o mais provável que tenha corrido para os braços daquele canalha.

─ Jasmim sabe tomar conta de si própria.

─ Se ela sabe tomar conta de si própria, porque está fazendo suas malas? Claro, com certeza vocês estavam planejando isso, não é. ─ Silêncio. Bruno não diz nada e também não consigo ouvir a voz de Gabriel. ─ Também pretende fugir, seu covarde?

Exibo a cabeça para fora do corredor, em passos cuidadosos, avanço até o quarto de Bruno. Gabriel está adiante dele, oprimindo com apenas um olhar insano que deixa Bruno como um cachorro assustado, a procura de qualquer pessoa que possa resgata-lo.

─ Responda, porra! ─ Gabriel grita, segurando Bruno pela gola da camisa.

Não dá para simplesmente assistir essa merda, é doentio o jeito como esse cara trata o próprio irmão. Deixo o taco de beisebol escorado na parede do lado de fora do quarto. Esmurro a porta de madeira, os olhos castanhos de Gabriel e sua imagem assombrada vislumbram minha imagem.

─ Devo imaginar que Jasmim deva estar pegando as coisas dela? ─ Gabriel estrala os dedos, como se quisesse me intimidar.

─ Não. Se depender de nós, Jasmim nunca voltará para esse inferno. Ela nunca mais precisará viver sobre o mesmo teto que psicopatas machistas como vocês.

─ Que gracinha, está aqui para resgatar a honra da sua putinha. ─ Tranco os punhos e a medida que meu sangue ferve em minhas veias e a sanidade extasia meu corpo, aproximo de Gabriel, que não recua.

─ Repita o que disse? ─ Ordeno, sentindo que meus dentes vão quebrar pela grande força que os travo. Gabriel sorrir com deboche, seus lábios tentam se movimentar, só que meu punho já atingiu sua boca. Sangue, ele cospe um dente no chão, o homem com olhos vermelhos joga seu corpo em mim, suas mãos travam em meu pescoço e sacode minha cabeça contra o chão. Com força e irracionalidade bato minha testa em seu nariz, ele fraqueja um pouco, o tiro do meu corpo com agressividade, ergo-me o suficiente para conseguir puxa-lo pela blusa e aproxima-lo da parede, batendo sua cabeça contra o concreto até eu vê-lo render-se ao chão.

─ Nunca mais a chame de puta! ─ Berro, erguendo o rosto desorientado. ─ Todos vocês são os filhos da puta que estragam a vida dela, são vocês os culpados por oprimi-la, por dar a ela tristeza, vocês são os covardes que não fizeram nada quando o pai batia nela. Entre todo esse inferno era ela a luz, e vocês a apagaram, tratando como se não fosse nada, mas advinha ela é tudo. ─ Bato a cabeça dele contra a parede mais uma vez. ─ Ela é porra da minha Garota, e ninguém machuca a Minha Garota. ─ Rujo socando minha mão no nariz de Gabriel que suja meus dedos com seu sangue.
Solta sua cabeça e seu corpo despenca de minhas mãos,  ele ainda está consciente, um sorriso alienado está reluzindo, e isso me mata, intensifica que minhas veias queimem pelo ódio.

─ Gabriel, chegamos! ─ Os castanhos abrem.

─ Pai, o filha puta tá aqui em cima? ─ Gabriel grita, arrastando-se pelo chão.

Bruno me olha com seus olhos pequenos e um semblante a espera do pior.

Minha GarotaWhere stories live. Discover now