Capítulo 14

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─ Uau! ─ Abre a boca, impressionada com o texto a sua frente

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─ Uau! ─ Abre a boca, impressionada com o texto a sua frente. ─ Foi você quem escreveu isso? Claro que foi você, o sinal mais óbvio é que fomos presos bem no início da história. ─ Brinca. Entrega o notebook para mim, e procura entre cadernos a sua parte. ─ Mandei minha parte, tem alguma coisa que você quis mudar, acrescentar?

─ Tem. ─ Os olhos dela se arregalam. Consigo notar que se auto questiona. Frequento duas aulas onde Jasmim é uma das minhas colegas de classe e as notas dela são impecáveis, ela não recebe criticas dos professores, elogio e mais elogios são as coisas que ela ouve e suponho que ter de acrescentar alguma coisa na parte dela deve deixa-lo chocada, principalmente quando ainda não elogiei seu capricho nas palavras usadas e o cuidado em me fazer um aluno que se interessa pela arte ou pelos lugares turísticos do México.

─ Sério? ─ Não consigo prender e solto o riso.

─ É sério. Mas relaxa, a sua parte ficou perfeita, apenas acrescentei uma frase que vai fazer a professora acreditar que fizemos esse trabalho juntos. ─ Arqueia uma das sobrancelhas, talvez esteja refletindo que frase eu acrescentei ou se eu estraguei a parte dela toda com essa frase. Pego a folha que imprimi com a parte dela e a entrego, em segundos os olhos ferozes correm pela folha em busca da minha modificação. Um alívio e um sorrisinho se intensificam nós lábios em formato de coração.

─ E para completar uma boa viagem nada melhor do que encher a cara com uma autentica tequila mexicana para criar lembranças que com certeza nunca vamos lembrar. ─ Lê o que eu escrevi e com um olhar procura explicações em minha face.

─ Eu durmo nas aulas de espanhol, você acredita mesmo que nossa professora seria tapada ao ponto de acreditar que se eu fosse ao México eu ia visitar lugares turísticos? Eu ia beber, beber muito.

Como o combinado, treinamos nossas pronúncias lendo e relendo nossas partes. Jasmim começou lendo a parte dela, forçou-se em ler com calma e corretamente, mas quando errava alguma coisa encarava as mãos e engolia a seco, as pequenas mãos tremiam obrigando o papel a se mexer constantemente entre seus dedos. Estava nervosa, isso ela nem tentou negar e no meio de alguns erros disse que sente vergonha em falar para muitas pessoas. Tentei tranquiliza-la, disse que não havia motivo de nervosismo e realmente, não tem.

O espanhol dela é muito bom, em contramão, sou eu quem devia estar engolindo páginas e páginas do dicionário de espanhol. No segundo parágrafo eu comecei a gaguejar e a falar baixo na intensão dela não notar que eu não sabia pronunciar aquela palavra. Jasmim riu, gargalhou das minhas palavras ditas erradas, poderia ter ficado zangado, mas ver aqueles lábios se abrirem e mostrarem os dentes brancos, os olhos diminuindo de acordo que ela ria, não deixou que nenhum sentimento desprezível se formasse em mim. Ela também me ajudou. As palavras ditas erradas ela as pronunciavam de modo certo e me fez fala-las até consegui acertar a pronúncia correta. A cada palavra corrigida ela batia em meu ombro e dizia palavras motivadoras que me fizeram acreditar que estava indo bem.

─ Acho que está bom por hoje. ─ Comunica, dando uma curta olhada na tela do celular aceso ao lado dela. ─ Se tiver um tempo pratique quando estiver em casa e com certeza bem antes de sexta você vai estar arrasando no espanhol. ─ Guarda os materiais na mochila e eu faço o mesmo com minhas coisas.

─ Acha mesmo? ─ Confirma. ─ Você fala e entende espanhol muito bem, fez curso?

─ Mais ou menos. O namorado do meu irmão, Bruno, era mexicano e quando meu irmão chegava tarde do trabalho ou estava se arrumando, o namorado dele me dava algumas aulas. E depois que eles terminaram e ele voltou para a cidade natal continuamos com as aulas, no entanto, nas videoaulas a gente sempre se comunicava em espanhol e algumas vezes ele não podia me dar aulas e eu conversava com a irmã dele que não entende muito bem nossa língua. De tanto praticar e tentar entender e manter uma conversa nessa língua consegui incorpora-la como um idioma fácil para mim. ─ Explica de modo humilde, sem exaltar a si mesmo ou coisa assim. Gosto desse jeito dela. Mesmo sendo espertar, bonita, inteligente não se gaba e muito menos se enaltece quando os outros reconhece seus pontos altos, pelo contrário, sempre rebate elogio com sorrisos sinceros e agradecimentos acanhados.

─ Jasmim! ─ Cristian a chama. Em ágeis movimentos ela se ergue e se debruça sobre o balcão para atender ao chamado do magrelo que não hesitou em nos vigiar desde que começamos o trabalho.

O assunto deles não demoram muito e antes que possa conferir todas as minhas mensagens que recebi, Jasmim retorna. Pega sua mochila e a coloca nas costas.

─ Acabou meu expediente e a sorveteria já vai fechar. ─ Avisa, dando passos lentos, porém sorrateiros. Antes que ela possa fazer qualquer outro movimento, agarro minha mochila e laço meu braço na cintura dela. O tom que ela usou não é o tipo que expressar felicidade para ir a uma festa, mas sim, aquele tom de despedida. Não, eu não aceito que ela não vá comigo a essa festa.

─ Pronta para se divertir? ─ Franze os lábios.

─ Eu preciso tomar banho para ir a essa festa.
─ Desculpas e desculpas. Por que ela não confessa de uma vez que está com medo do pai?

─ Trouxe roupa?

─ Sim, mas... ─ Cubro sua boca com minha mão, evitando ouvir mais pretextos.

─ Vamos para o meu apartamento, lá você se arrumar e faz tudo o que tem que fazer.

─ Eu, tomando banho no seu apartamento? Nem pensar!

─ Você disse que quer tomar banho, não é? Qual é a diferença da água da minha casa para água que sai do chuveiro da sua? ─ Jasmim abre a boca, mas antes que possa retrucar, cubro seus lábios. ─ Se você elaborar uma teoria maluca para não tomar banho na minha casa, eu juro que te calo com um beijo! ─ Os olhos dela se arregalam e suas bochechas se tornam rosas. Removo minha mão de sua pele e a boca dela se abre novamente, mas antes de emitir qualquer som, balança a cabeça e sai andando alguns passos a minha frente

Minha GarotaWhere stories live. Discover now