Capítulo 53

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O apartamento de Júlio e da avó é aconchegante

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O apartamento de Júlio e da avó é aconchegante. Uma decoração típica de vó, uma mesa farta de alimento e uma senhora habilidosa com as palavras. Bruno enfarta seu prato de comida, ao contrário de mim, que coloco pouco para não pensarem que estou passando fome, mas no fundo me arrependo, a comida é deliciosa demais para não ser provada de novo.

─ Seus pais não ligam de vocês morarem sozinhos? ─ Sara pergunta, desconcentrando-me do meu grande dilema, eu repito ou não repito a refeição.

─ Nossa mãe morreu quando éramos crianças e nosso pai é um ser desprezível, então meio que não pedimos permissão para morramos sozinhos. ─ Bruno explica.

─ Faz quatro anos que Júlio mora aqui, antes morava com os pais no interior, mas meu menino sempre foi um rapaz ambicioso e queria mais da vida e mudou para Belo Horizonte para estudar e ter uma carreira melhor. O pai dele não concorda e o proibiu de voltar para casa. É impressionante como os pais de hoje em dia querem controlar os filhos, ou não querem vê-los melhores que eles. ─ Sara balança a cabeça em forma de julgamento a certas atitudes. Júlio não expressa muita coisa, ele permanece fechado no mundinho dele, duvido que esteja ouvindo qualquer coisa da conversa.

Em forma de agradecimento me voluntario para lavar as vasilhas, Sara concorda e vai com Bruno para dar um passeio na rua, ela diz que tem hábito de caminhar após o jantar, porém julgo ser mentira, sendo um plano para me deixar a sós com o neto.

─ Você está muito bonita esta noite. ─ Júlio fala, com a voz baixa. Ele pega o prato de minha mão para secar e devido à vergonha mal olha em meus olhos. ─ Desculpa pelas indiretas que minha avó vive jogando, ela pensa que eu preciso de uma namorada, principalmente agora que minha ex-noiva postou estar num relacionamento sério. Minha avó pensa que deveria fazer o mesmo, sair, conhecer garotas, me divertir, ela esquece que tenho que estudar, focar nas provas. ─ Fala, cabisbaixo.

─ Compreendo. Mas às vezes precisamos dar um tempo, olhar ao redor e ver que a vida são mais que livros, muito mais que teorias para serem decoradas e esquecidas à medida que não usamos mais... sei como é ter ansiedade pelo futuro, mas me diga, caso você morresse hoje, teria aproveitado a vida ao máximo?

Júlio não responde por um tempo que considero longo, talvez esteja pensando no que responder, e pela falta de reposta, continuo com minha linha de raciocino.

─ Eu digo por mim, não morreria feliz. Passei 18 anos da minha vida enfurnada no quarto estudando, não estudei por que eu quis, os estudos foi um escape... tinha muitas regras em casa, não podia sair, ir para festa nem nada do tipo e enfiar a cara nos livros para esquecer das limitações da minha vida ─ dos traumas ─ comecei a viver realmente quando conheci meu namorado, quer dizer, meu ex-namorado ─ Me corrijo rapidamente, já que Alex não ocupa mais este lugar em minha vida. ─ ele foi muito bom para mim, além de cuidar de mim, me fez conhecer festas, fazer novos amigos, viver coisas que via em filmes e pensava que não aconteceria... Alex me fez enxergar que a vida é o agora e o futuro é uma dadiva a ser alcançada. Não vou dizer que não sou neurótica com o futuro porque ainda sou, mas quando passo um tempo com meu irmão, do me jeito que aceitei a vir nesse jantar, estou tentando tirar o máximo de proveito da minha vida, porque quando eu morrer, vou gostar de acessar minhas lembranças no meu último respirar, e ver o que eu vivi, quero sentir orgulho por valorizar cada momento, mesmo sendo os mais comuns, quero saber apreciá-los.

Minha GarotaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt