Capítulo 21

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─ Qual é a aula que você tem agora?

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─ Qual é a aula que você tem agora?

─ Olá para você também. Sabia que quase me causou um ataque cardíaco?

─ Depois sou eu o dramático da história. ─ Retruca, parecendo rir baixinho, não sei bem, já que a escuridão me proíbe de ver o rosto dele e o som disparado do meu coração interfere na minha audição.

─ Tenho aula de educação física agora. ─ Respondo, relembrando da pergunta feita a segundos atrás.

─ Isso significa que tá livre?

─ É, mas...─ Dedos pairam sobre meus lábios os obrigando a se calarem.

─ Nada de "mas". ─ Ele tira o dedo da minha boca e com os movimentos que meu celebro manda para minhas pernas consigo me virar, para ver se consigo capitar qualquer imagem do rosto dele, tentando entender o porquê de estarmos aqui e o porquê das minhas pernas quererem me deixar na mão. ─ A escola compete em jogos de xadrez e hoje tem uma competição, quer ir comigo? ─ Sei que deveria estar pensando no sim ou no não, mas a palavra que mais me chama atenção é "Xadrez". Ele sabe jogar xadrez ou vai somente para assistir? É difícil imaginar Alex concentrado em estratégias para lidar com um jogo como esse, na verdade, nem consigo imaginar o senhor piadas bobas num jogo desses. ─ Topa?

─ Topa o quê? ─ Volto para a realidade e me lembro da proposta que ele me fez nos primeiros momentos que não estava tentando imaginar Alex sério na frente de um tabuleiro de xadrez. ─ Não dá, depois da educação física e no próximo horário é artes.

─ A professora de artes faltou. ─ Ataca no mesmo momento. ─ Não tem mais desculpas para usar para não sair comigo e sabe disso, não é?

─ Você joga xadrez de verdade? ─ Pergunto surpresa, ainda não acreditando que ele fala sério.

─ Você vai descobrir se dizer sim a minha proposta. ─ Não seria mais fácil ele responder um simples sim?

─ Ok, eu vou, mas tem que prometer que vai ganhar. ─ Uma luz acende no alto da minha cabeça, fazendo meus olhos doerem um pouco. ─ Por que raios me trouxe para um lugar escuro? ─ Observo que é a lanterna do celular dele que clareia boa parte do meu rosto, possibilitando que, consiga contemplar o rosto dele também.

─ Porque pensei que você ficaria assustada, mas você nem gritou... tão chata.

─ Otário.

─ Ué, queria que eu fizesse algo com você então? ─ A voz provocativa e baixa faz com que me arrependa pela palavra dita. ─ Se quiser, ainda posso fazer. ─ A lanterna desliga. O hálito quem dele se choca na lateral do meu rosto. ─ Somente diga o que quer que eu faça. ─ A voz é baixa, baixa mais audível, audível e também provocativa o suficiente para que mil pensamentos corram disparados. Poderia pedir para ele me beijar, ao menos se o beijo for horrível eu vou saber e com certeza não vou arriscar a sair com o Lorenzo, mas, por outro lado, uma parte de mim, sente curiosidade em saber qual é a sensação de sentir os lábios de Alex juntos aos meus, conhecer o que as outras garotas provaram e se viciaram ao ponto de chorarem ao saberem que não teriam mais... conhecer o sentimento de estar à mercê dos desejos que pulsam por todo o meu corpo. ─ O que quer que eu faça?

─ Me beije! ─ Era para ser somente pensamentos, pensamentos idiotas que ao invés de serem particulares, fugiram da minha boca somente para causar pânico e tensão.

Mesmo não o vendo, posso jurar que ele sorrir com minhas palavras. Meu coração salta do meu peito ao sentir suas fortes e ligeiras mãos pegarem minha cintura, provocando uma colisão entre nossos corpos. Cada parte de mim se derrete nas mãos deles, cada centímetro de mim grita pela emoção do calor dele se transportado para o meu, cada parte de mim, parece se desfazer.

─ Tem certeza? ─ Não, eu não tenho certeza! Por que você não me beija rápido antes que eu mude de ideia?

─ Eu n... ─ Sua boca se choca com a minha, sua língua navega por minha boca sem ao menos pedir permissão, as mãos dele passeiam livremente por minhas cinturas, costas e todos os lugares que ele simplesmente deseja tocar. Deveria estar petrificada, ao menos era assim que imaginava ficar no meu primeiro beijo, no entanto, cada parte do meu corpo se agitada a cada segundo que Alex morde meus lábios e me excita descendo seus lábios úmidos por meu pescoço. Sua boca volta a pairar próxima à minha, mas ele não volta a me beijar, ele respira ferozmente. Puxa o ar e o solta, recuperando o oxigênio que perdemos, suas mãos continuam gravadas em meu corpo, impedindo que eu me mova... estou em domínio dele. Com o folego recuperado, sinto as fortes mãos levantarem meu corpo, fixo minhas pernas ao redor da cintura dele e minhas costas se chocam na parede... em meramente num fechar de olhos a boca dele invade a minha mais uma vez. É quente, sexual, intenso... esse beijo é tudo. Tudo de bom. Tudo o que eu queria.

Devagar, mas rápido ao mesmo tempo, os lábios dele deixam os meus. Continuo firme em seu colo, sentindo seu coração bater tão rápido quanto o meu, me fazendo acreditar que talvez lá no fundo Alex esteja tão nervoso quanto eu.

─ Agora sei um jeito perfeito para você nunca mais dizer não. ─ Sua mão sobe pela lateral do meu rosto e com mais um selinho carinhoso ele devolve meus pés ao chão. Talvez eu diga não mais vezes, tendo esse tratamento como punição viverei com essa palavra na boca. ─ Ainda quer ir ao jogo de xadrez?

─ C-claro. ─ gaguejo, vasculhando da minha mente a procura de qualquer palavra confirmativa.

A porta se abre. Alex é o primeiro a sair, com as pernas meio bambas e tentando segurar a adrenalina que circula dentro de mim passo por ele, andando meio devagar e sem ao menos conseguir olhar nos olhos azuis que tanto admiro. Braço forte engloba minha cintura e com o hálito quente a voz mais sexy, sussurra no meu ouvido:

─ Sempre soube que me queria, Chica. ─ Viro meu rosto para ele com incredulidade.

─ Eu não te queria antes e nem agora, Chico. ─ Afirmo com tom claro e confiante. ─ Foi somente um beijo. Além do mais, você queria esse beija mais do que eu. ─ Rebato com o atrevimento aguçado.

─ Eu? ─ Coloca a mão no peito e em seguida balança o dedo para lá e para cada, negando meu argumento. ─ Somente te beijei porque você me pediu, e eu sei que você queria.

─ Como sabe que eu queria? ─ O que poderia ser um flerte na minha mente soa de um jeito tão idiota que, eu queria ter um buraco para enfiar a cara. Como ele sabe que eu queria? Eu falei um claro "me beija" somente sendo surdo para não entender.

─ Se você não quisesse não deixaria que eu te tocasse, e muito menos iria suplicar por um beijo meu. ─ Que exagero! Não estava desesperada para beijar ele, estava afim, mas nunca desesperada. ─ Nem vem com essa cara! O assunto acabou, você queria e eu fiz, ponto final. ─ Fala apontado o dedo para o meu rosto, reconhecendo que estou bolando ótimos argumentos para mostrar que não sou uma desesperada por beijos.

─ Ponto final uma ova! Nem queria te be... ─ A boca dele intercede a minha, fazendo com que eu engula qualquer fato construído mentalmente. Antes de separar sua boca da minha, morde meus lábios e com um sorriso vitorioso afasta seu rosto do meu.

─ Eu queria te beijar. Satisfeita? Era eu quem queria sentir seu gosto, fui eu quem planejei aquela piadinha estupida induzindo você a querer a mesma coisa que eu, agora que eu já admitir podemos não entrar numa disputa de quem quer quem? Mesmo sabendo que você é louca por mim.

Abro a boca para contestar, porém, as palavras me escapam e em minha mente somente vem as palavras pronunciadas por esses lábios finos que, proporcionou os melhores minutos da minha vida.

Minha GarotaWhere stories live. Discover now