Capítulo 54

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Grito pela terceira vez

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Grito pela terceira vez.

Grito alto o suficiente para o morador do andar de cima conseguir ouvir, berro o bastante para vizinhos baterem na parede, mandando eu falar mais baixo, mas para Maria Alicia, minha voz sai como um sussurro. Ela não entende, ela me desafia... medindo força comigo para tentar abrir a porta, não tendo forças para me afastar da porta, começa a gritar, a exclamar que me odeia, que sou o pior irmão, o ser mais idiota do planeta, e pela sétima vez nessa semana praguejo a maldita hora que minha mãe e Maria vieram fazer essa porra de surpresa.

Odeio o fato de passar o dia com Maria. Detesto o fato de ouvir minha mãe colocando defeitos na comida que faço, na roupa que lavo, como estou vivendo a minha vida, opinando na minha escolha de namorada, eu estou odiando a minha vida.

─ Saía da frente! ─ Maria esgoela, acertando uma panela em mim. ─ Me deixa viver minha vida, Alex. Que saco! ─ Choraminga, acertando um corpo na parede ao meu lado. Estou sendo calmo, calmo até demais, mas não sei se consigo continuar desse jeito. Não aguento mais ouvir ela gritando ou reclamado e para piorar, além da panelada que ela me deu, meu corpo inteiro dói, qualquer movimento que faço é motivo para que os hematomas espalhados pelo meu corpo decidam me torturar.

Mesmo com a dor no corpo, a dor de cabeça devido a minha capacidade de dividir minha atenção nas matérias que tenho que estudar e de cuidar do Lorenzo e da idiota da mãe dele, que está quase me matando para poder sair e encontrar o canalha que a colocou naquela merda de clínica de reabilitação, empenho-me em me manter forte para sobreviver ao trabalho que ainda tenho que ir. E para piorar não faço ideia de onde minha mãe se enfiou, não atende meus telefonemas e até agora não deu nenhum sinal de vida, estou atrasado para o trabalho e falta pouco para eu abrir a porta e mandar Maria ir procurar aquele canalha.

Estou exausto!

─ Por que você não pode me apoiar? Porque quer me proibir de viver? Com certeza foi por isso que sua namorada o deixou, ela não aguentou viver sobe o comando de um cara que a priva de viver, que a impede de ser feliz e no fundo você é igual ao nosso pai, sempre quer ter o controle de tudo e de todos, sempre tentando virar o jogo para o seu lado.

─ Chega! Chega, Maria Alicia. ─ Berro, sem paciência, sem a capacidade de escutar falar de Jasmim e do idiota do meu pai.

─ Posso ser um péssimo irmão por não ter abandonado minha vida para me mudar com vocês, mas eu não sou como nosso pai. Não controlo ninguém e nem quero, o que eu faço hoje, não é controlar você, mas sim proteger. Estou protegendo você de ser humilhada mais uma vez, de ser drogada e ter que parar num hospital, ou já esqueceu que fui eu quem te encontrou desmaiada no chão, quem ficou vendo um monte de médico juntar em você, aplicando medicamento e mais sei lá o quê. ─ Desabafo, gritando mais alto que ela, cuspindo tudo entalado na minha garganta.

Maria se cala. Seus olhos arregalados e os braços encolhidos, sentida atemorizada por alguém ter gritado com ela pela segunda vez na vida. Esse é foi um dos erros dos nossos pais, não educaram, sempre fizerem as vontades dela, a princesinha nunca ouviu não, e quando ouviu nosso pai gritando pela primeira vez por desgosto por saber que ela teria um filho antes do casamento, ela procurou as drogas como refúgio, procurou o Lorenzo como abrigo, mas advinha? Ele saiu fora, já a tinha usado e a deixado viciada, agora ela não prestava para mais nada.

Minha Garotaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن