Capítulo 34

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Desligo o carro

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Desligo o carro. Mando uma mensagem para Jasmim e em poucos segundos vejo a garota de sorriso branco passar pela porta. Ela olha para os lados, parece preocupada que as pessoas a vejam vindo até mim. Apoio meu cotovelo na janela, encontrando uma posição confortável para deslumbra-la melhor.

─ Meu irmão não se sente bem e não vamos mais olhar o apartamento. ─ Comunica, tristinha.

─ Que pena. Por que nós dois não vamos olhar os apartamento? ─ Sugiro. Ela franze os lábios e desvia seu olhar para a rua calma, parece pensar. Pensar muito.

Meu celular vibra no meu bolso, o pego e leio o nome Bruno na tela.

Bruno: A leve parar sair. Deixa que eu resolvo sobre o assunto que discutimos ontem.

─ Quer saber, esqueça os apartamentos. ─ Sua sobrancelha ergue. Abro a porta do carro, ela se afasta um pouco. A pego pela cintura e amarro seu corpo ao meu. ─ Esqueça de tudo e mantenha sua atenção somente em mim, em nós. ─ Digo, tirando os cachos que deslizam pelos olhos mais raros.

As mãos dela passa por meu pescoço e na ponta do pé e com um pouco de dificuldade seus lábios de colam aos meus. Eu a quero, a desejo como nunca desejei nenhuma garota em toda minha vida. Quero sentir esse gosto de morango que possui em seus lábios por séculos, sentir sua pele macia contra minha, ver seu sorriso todos os dias. Eu quero que ela seja a Minha garota.

─ Somente em nós. ─ Sussurra.

Entramos no carro. Travo as portas e acelero, acelero na tentativa de fuga. Fuga do medo de ter confessado estar louco pela cacheada ao meu lado, fugindo do meu lado anti-amor que se recusa a aceitar essa paixão, escapando de todos os pensamentos que dizem que não vai dar certo, tentando me apegar a imagem que posso confiar numa garota. Me agarrando a ideia que ela sinta o mesmo, que possamos dar certo juntos.

─ Para aonde vamos? ─ Pergunta, percebendo que estamos saindo de Belo Horizonte.

─ Relaxa. Prometo que vai gostar do local. ─ Tento tranquiliza-la. Mas conheço Jasmim o suficiente para saber que não vai se contentar com essa frase. Imagino que tudo o que saíra da boca dela será totalmente pensando, com o objetivo de descobrir para onde a levo e é exatamente por isso que ligo o rádio buscando qualquer tipo de distração.

Como previsto, perguntas em cima de perguntas são lançadas contra mim, mas nada concreto escapa por minha boca. Sempre a palavra relaxar é mencionada, como se não conhecesse essa baixinha que não consegue suportar estar fora do controle do que vai acontecer.

Poderia dizer que odeio esse jeito dela, mas mentiria, amo o jeito que ama fazer perguntas, adoro o jeito que não esconde o que pensa e adoro tira-la do controle das coisas, gosto de mudar os planos dela, gosta de faze-la viver o momento.

Estaciono o carro a frente da casa de campo.

Os olhos investigativos são lançados contra mim em busca de resposta.

─ Meu avô morreu e como herança recebi esse carro e esta casa de campo. ─ Respondo.

Saio do carro e analiso o lugar. Faz quatro anos que ninguém passa por aqui, o provável seja que tudo esteja uma bagunça, no fundo torço para que as coisas não estejam tão ruim quanto penso.

Pego na mão de Jasmim e caminhamos para dentro da enorme casa. Acendo as luzes e todos os moveis estão cobertos por panos brancos, adentro mais e abro as janelas para o ar circular na casa. Jasmim nem esconde sua admiração. Tudo parece novo para ela, o que me faz parar e capitar cada sorriso, cada olhar sendo lançado por todo o lugar do cômodo.

─ Gostou?

Apenas confirma com o movimentar com a cabeça.

─ Venha, quero lhe mostrar uma coisa. ─ Seguimos para a área externa.

Passamos pela piscina e descemos por um caminho trilhado por uma escada de madeira que meu avô mandou projetar para ligar a casa ao rio.
Abrindo o lugar pelas folhas de árvores conseguimos ver o final da escada e o começo das águas cristalinas. Descendo o último degrau, encostando nossos pés na terra úmida, Jasmim ainda não consegue dizer nada. Eu também fica sem palavras ao contemplar árvores com tom de verde-vivo, águas transparentes que possibilita ver algumas pedras coloridas no fundo do rio e com a ajuda do sol o lugar se torna mais vivo, desconsiderando as árvores grandes que deixam algumas sombras.

─ É maravilhoso. ─ Comenta. A mão esconde a boca, mas vejo suas feições mexerem, mostrando sussurrar para si mesma.

─ Quer entrar?

─ Não trouxe roupa para isso.

─ Vai deixar mesmo simples roupas te roubarem um dia incrível? ─ Arranco minha blusa, tiro meu tênis e o jogo num canto qualquer, desço minhas calças e entro na água gelada. Afundo por um tempo e quando emerjo de volta, Jasmim não veste mais sua blusa e termina de tirar sua saia.

É inevitável não a olhar. Não quero piscar para não perder num movimento que ela faça, quero fotografar cada curva de seu corpo, cada pinta espalhada, catalogar todas as partes, desvendar o calor, o gosto dela. Senti-la em meu poder definitivo. Como quero toca-la, comprovar que ela é finalmente minha garota. Como quero que ela seja minha, e pela primeira vez na vida não a quero somente para uma noite, um dia, uma hora de diversão carnal, a quero por dias, anos.

Ela pula na água. Quando torna a superfície seus cabelos estão espalhados por seu rosto, a ajuda joga-los para trás.

─ Já disse que você é linda? ─ Indago, tirando o último fio de cabelo dos olhos dela.

─ Não. ─ As bochechas dela coram.
Acaricio seu rosto, os olhos dela se fecham e de certo modo sua bochecha se aconchega na minha mão esquerda.

─ Você é a garota mais linda que já tive o prazer de admirar. ─ Abre os olhos. Uma das sobrancelhas se ergue, seus lábios mexem, nenhum som consigo ouvir. Jasmim que perguntar alguma coisa, quer expressar, mas não consegue... somente não sei o motivo que proíbe de revelar o que pensar. Gostaria de saber.

─ Por- por que está falando isso? ─ Gagueja um pouco. Parece curiosa, temerosa, meio perdida, não sei explicar a face dela é uma mistura.

─ Porque gosto de você.

─ Gosta de mim? Como? De qual jeito gosta de mim?

─ Desse jeito. ─ A beijo. Não é mais um beijo comum. É o beijo em que deixo tudo que acreditava para trás, abro mãos de todos meus princípios contra o amor, é o beijo em que deixo finalmente meu corpo tocar uma mulher com respeito e o amor que sempre neguei.

Minha GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora