Capítulo 43

354 29 107
                                    

Quatro horas da manhã

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Quatro horas da manhã. Meu corpo implora pelo calor das cobertas, meus olhos insistem em negar-se a abrir, mesmo assim persisto. Coloco os pés no chão, ergo-me, esfregando os olhos e tateando o ar para não bater em nada durante o caminho até o banheiro. Coloco o chuveiro no frio, a água gelada imediatamente reativa todos os meus músculos preguiçosos.

Quatro e quinze. Pego pão de forma, faço alguns sanduíches, faço chá e café e os coloco em garrafas térmicas, corto um pedaço de bolo que havia preparado na noite passada, por fim, coloco as poucas frutas que acho, dentro da mochila. Apanho a chaves e sigo, torcendo para tudo acontecer de acordo com o plano.

Estaciono o carro um pouco distante da casa grande, pulo atravesso a cerca de arrame e como o combinado a porta traseira da casa está aberta. Pego meu celular e leio as instruções mais uma vez, passo pela cozinha em passos lentos, subo as escadas, conto a quantidade de quartos a maior parte deles estão com as portas trancadas, somente um se apresenta com a porta entreaberta. Entro, tranco a porta atrás de mim.

Enrolada nas cobertas e abraçando um bicho de pelúcia amarelo, nunca imaginei que ela ficaria tão fofa dormindo desse modo. Tiro os sapatos, entro debaixo das cobertas, minhas mãos repousam em sua barriga e no mesmo momento Jasmim pula da cama.

Seus olhos cavalgam pela escuridão a procura do intruso, quando seus olhos localizam os meus, não sei o que posso dizer, talvez por causa do escuro não consigo capitar a felicidade nos olhos dela, mas no escuro, encarando bem, vejo apenas desespero. Ela esfrega os olhos, balança a cabeça e sussurra “não acredito que estou apaixonada o suficiente para sonhar com Alex”.

─ Bom dia, aniversariante. ─ A puxo para meus braços.

─ Você lembrou! ─ Fala contente.
Nunca me esqueceria do aniversária dela. Mesmo que ela tenha me dito somente uma vez dessa data tão importante.

Esfrego minhas mãos gélidas pelo corpo quente. As mãos pequenas dela passam na lateral da minha barba e puxa meus lábios ao alcance dos delas, um beijo repleto de saudade atinge meus lábios.

─ Obrigada por se lembrar. ─ Diz, contornando meus lábios com a ponta de seus dedos. ─ Como entrou aqui?

─ Bruno deixou a porta de trás aberta para mim. ─ Explico, brincando com os cachos bagunçados dela. ─ Agora por meu sacrifício ter valido a pena, você vai levantar, se arrumar para podermos curtir seu aniversário, ok?
Ela estica sua mão para alcançar seu celular, olha as horas e me lança um olhar confuso. Não a culpo, são quatro e cinquenta da manhã. Mesmo sem entender nada, ela apenas segue o que peço, sem questionar e sem me mandar nenhum olhar subliminar, apenas faz o que eu digo. Isso é novidade.

─ Já está pronta? ─ Apreso-a.

─ Quase. ─ Usa a mesma resposta pela segunda vez desde a última vez que fiz a mesma pergunta.

─ Tem como andar mais rápido? ─ Encaro as horas pela sétima vez em dois minutos.

─ Por que essa presa? Pelo que eu saiba não tem nada aberto as cinco e quinze da manhã.

Minha GarotaWhere stories live. Discover now