Capítulo 58

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Não há motivos para estarmos separados

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Não há motivos para estarmos separados.

Não há motivos para que minha mente entre num transe de aceitação, porque não há nada aceitar.

Não mudarei minha vida, meus planos de antes da minha mãe chegar ainda estão e ficaram de pé e Jasmim é a parte fundamental dele e não me separarei dela, não desistirei dela.

O elevador abre. Sigo pelo curto corredor e consigo ver a porta aberta, ouço risadas, avanço mais dois passos, vejo o garoto da noite passada repousando sua cabeça sobre as pernas de Jasmim que rir por algo que ele diz. Bato três vezes na madeira da porta, olhar curioso atinge-me. Jasmim afasta a cabeça do garoto e fica de pé e caminha até mim, a sobrancelha arqueada e lábios que não conseguem pronunciar nada.

─ Achou mesmo que eu te abandonaria depois de ter me dito que me ama?

A cabeça dela gira na direção do garoto que continua no chão.

─ Júlio, este é o Alex. Alex, este é Júlio, meu vizinho. ─ O cara acena para mim, devolvo o gesto e retorno meu foco a garota que tenta sutilmente enxotar o amigo. ─ Poderia nos dar um tempo sozinho. ─ Usa a voz mais delicada que consegue.

Júlio obedece. Ele sai e tranco a porta.

─ Alex não torne isso mais difícil. Por favor. ─ Sua voz é tão baixa, transmite tanta dor que mal consigo manter meu sorriso em meus lábios.

─ Tenho novidades. ─ Um brilho de esperança se acende em seu olhar, mas é apagado, como se ela dissesse para si mesmo que tudo acabou e não há nada a se fazer.

─ Novidades? ─ Interroga, intrigada.

─ Não vou mais viajar. ─ Revelo. Ao balbuciar tal declaração, esperava ganhar um abraço, sorrisos, mas Jasmim não me entrega nada disso, sua testa se enruga e a boca abre para fazer mais perguntas.

─ Por quê? Vai deixar sua mãe voltar sozinha para Barcelona ou ela escolheu ficar no Brasil?

─ Nenhum dos dois. ─ Dou uma pausa. Respiro fundo e recordo sobre todas as revelações que foram tacadas na minha cara há uma hora atrás, empenho-me em encurtar a história, porque cada segundo contando dos atos da minha família, faz meu sangue ferver e maldizer a chegada da minha vida naquela família.

─ Meu pai usou a minha mãe para me manipular a cursar administração, ela não apoia meus sonhos, não concorda com meus planos e do mesmo modo que você renunciou aqueles que tinham o mesmo sangue, faço o mesmo, porque família é aqueles que te apoiam e não aqueles que sufocam. ─ Encontro seus dedos e os entrelaço ao meus, ergo sua mão na altura dos meus lábios e beijo. ─ Você é a minha família. ─ Deixo que as palavras fujam da minha boca, palavras ladronas que roubam a tristeza, a curiosidade e a incerteza, deixando que na garota a minha frente tome a alegria para iluminar seus olhos, a tranquilidade em sua mente e a clareza que afugenta todas as perguntas.

Minha GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora