Capítulo 39

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Fiquei horas olhando para a porta, esperando meu pai chegar, Gabriel contar tudo a ele e o próprio vim questionar minhas atitudes, mas nada

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Fiquei horas olhando para a porta, esperando meu pai chegar, Gabriel contar tudo a ele e o próprio vim questionar minhas atitudes, mas nada. Ele chegou, nada aconteceu, talvez Gabriel não tenha contado, ao menos é isso que espero.

As luzes de pouco a pouco foram se apagando, todos em casa, e nenhum sinal do meu pai me procurar, mesmo sabendo que tranquei a porta, continuo a olhar, imaginando a hora em que gritos a procura de meu nome começaram a soar. Mesmo querendo passar a noite toda de guarda, não consigo, meu corpo se sente pesado, meus músculos estão tensos desejando o prazer do relaxamento e meus olhos a cada piscar sedem, sonolentos.

Piloto automático. Desde que sai da cama essa manhã, meu celebro resolveu ligar o piloto automático, tomo atitudes sem explicação, ando sem saber para onde, apresento o trabalho de espanhol sem expetativa alguma, sem esperar pela maior nota, sem esperar pelo elogio da professora, sem esperar por nada.

─ Ei. ─Alex tenta chamar minha atenção.

Sua mão acaricia minha bochecha. Posiciono minha mão em cima da dele, deixando que a pele do meu rosto grave a sensação de seu toque.

─ Está distraída, aconteceu algo depois que fui embora?

─ Não. ─ Um olhar de quem não acredita se lança como resposta. ─ Não aconteceu nada. Nada mesmo. ─ Confirmo.

─ Se está dizendo, a única coisa que posso fazer é confiar. ─ Sua mão se une a minha e caminhamos poucos passos para fora da escola.

Há muito barulho, muita gente, que não consigo ouvir meus próprios pensamentos, com passos mais longos e rápido seguimos ir na direção do carro de Alex. Os olhares furtivos são atirados sobre nossas mãos enlaçadas e em seguida venenosos olhos raivosos femininos são armados para cima de mim. Consigo imaginar alguns dos pensamentos terríveis que passam-se na cabeça dessas garotas, mas mesmo com tantas teorias, prefiro abandonar todos somente para concentrar no garoto que mantem seus olhos azuis hipnotizados em mim.

─ Já disse o quanto você é bonita? ─ Deito a cabeça de lado, um pouco surpresa por tal comentário, mesmo assim, contente ao ponto de não conseguir conter um sorrisinho manhoso. ─ Você é linda demais. ─ Leva as costas da minha mão até a altura dos lábios, um beijo suave toca minha pele. ─ Sempre fui louco por garotas baixinhas, mas nunca pensei que namoraria a baixinha mais linda da galáxia.

─ Por que tantos elogios? ─ Desconfio que existe segundas intenções por trás de tantos elogios.

─ Você me insulta em pensar que quero algo. ─ Semicerro os olhos e jogo um olhar ainda mais desconfiado. ─ Ok, eu quero algo. ─ Solta um sorriso de canto. Passa as mãos pelo cabelo e antes que eu possa questiona-lo sobre o que ele quer, sou jogada contra o carro de Alex. As mãos dele travam meu corpo perante a porta de ferro.

─ Que tal comemorarmos a nota máxima que ganhamos no trabalho de espanhol? Eu, você, no meu apartamento, debaixo das cobertas assistindo um filme... ─ Faço uma careta, achando que ele ia falar alguma safadeza.

Decepcionada.

─ Filme? ─ Pergunto para confirmar.

O sorriso se abre nessa boca que consegue me fazer viajar para todos os universos existentes sem mesmos precisar sair do lugar.

─ E eu que achava estar namorando uma santa, e não uma safada que só pensa em se aproveitar do meu corpinho. ─ Soco o peito dele em objeção ao comentário bobo. ─ Hoje?

─ Me pega depois do trabalho?

─ Te pego na hora que quiser. ─ Brinca, afastando um pouco, possibilitando que eu consiga abrir a porta do carro.

─ Depois eu sou a safada. ─ Retruco com ironia.

─ Semelhante atrai semelhante.

Bruno e eu fomos comprar um colchão, pretendíamos comprar uma cama, porém o dinheiro não foi suficiente, tivemos que nos conformamos apenas com um colchão e com o restante do dinheiro vamos tentar comprar um fogão. Eu pensava que a maior batalha seria encontrar um apartamento, me enganei completamente, a maior guerra será mobilha-lo. Geladeira é o olho da nossa cara, o fogão é o único com o preço razoável, mesmo assim, o meu salário e do Bruno estão ficando esgotados com essa nossa suposta independência.

Infelizmente cheguei tarde devido a essa saída com meu irmão, sendo assim, tive que pagar minhas horas de atraso, ficando para o fechamento da sorveteria.

Meu celular não para de vibrar com mensagens, mas estou ocupada demais tentando fechar a loja para ter a intenção de vê-las. Quando finalmente minhas mãos ficam livres e tenho a capacidade de raciocinar que fechei todas as portas, desliguei todas as luzes, guardei no cofre o dinheiro do caixa, somente nesse momento, pego meu celular.

Alex: Não estou me sentindo bem. Acho que não vou conseguir te buscar.

Eu: O que você tem?

Alex: Minha barriga não tá legal, estou afim de vomitar. Minha pressão está caindo um pouco, minha visão está meio falha.

Eu: Meu deus! Não faça esforço, estou indo para aí.

Guardo meu celular na bolsa. Corro, corro como nunca corri antes na minha vida. As pessoas por quem passo, me olham como se eu fosse uma louca, mas não me importo com que elas vão pensar, apenas quero chegar o mais rápido possível ao lado de Alex e cuidar dele.

Dentro do ônibus mando uma mensagem para Bruno avisando que talvez chegue em casa tarde. Não sei o estado em que vou encontrar Alex, mas para todo caso, irei acompanha-lo ao médico e conhecendo os hospitais daqui, sei que o mais provável é que saiamos dele somente amanhã de manhã.

O ônibus me deixa uma quadra do apartamento de Alex. Continuo a correr, meu pulmão bate contra meu peito, meu coração parece estar sendo amassado contra uma parede, minha garganta parece nunca ter sentindo o gosto da água em toda sua vida, e mesmo minhas pernas doendo um pouco, não paro nem um segundo se quer para retomar o fôlego.

Adentro no prédio. Me jogo no chão do elevador, conseguindo respirar e dando um pouco de descanso a minhas pernas, mas quando as portas são abertas novamente, meus olhos me iludem, ou parece me iludir, não sei. Levanto. Saio do elevador e agacho para pegar uma das pétalas de rosas-vermelhas que está derramada pelo chão, trilhando um caminho para dentro do apartamento de Alex. Sinto a macies da pétala e aceito que não é nenhuma ilusão.

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Se o capítulo terminou naquele suspense, terminou kkkkk, tudo somente para vcs ficarem loucas para o próximo, pq... meninas, eu digo  com toda a certeza que o próximo capítulo vai abalar nossos corações (de um modo bom).

Caso eu veja que vcs estão  muito curiosas, quem sabe eu não posto ele hoje ainda😌😅😏.
Bjs, minhas lindas (os)🦋.

Minha GarotaWhere stories live. Discover now