Capítulo 47

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─ Para onde você vai? ─ Ele pega minha mala e a joga no chão

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─ Para onde você vai? ─ Ele pega minha mala e a joga no chão. ─ Não, você não vai sair daqui!

─ Sim, eu vou sair daqui. Não aguento mais, não aguento olhar a cara de vocês, não aguento mais viver desse jeito, submetida a velhos regimes onde uma mulher tem que ser submissa a homens, eu nasci no século XXI e não viverei de acordo com séculos passados. ─ Pego minha mala no chão. ─ Não viverei de acordo com o que você pensa ou acha ser o melhor para mim, tenho 18 anos e estou crescidinha demais para aturar estas torturas psicológicas que tive que viver durantes esses anos.

As violentas mãos agarram meu pulso, tenho de pressionar os dentes um contra os outros para disfarçar a dor.

─ Se eu disse que você não vai sair daqui, você não vai sair! ─ Ameaça, apertando mais e mais.

─ Você acha mesmo que vou deixa-la sair de casa para ir morar com o namoradinho? Sabia que deixa-la estudar naquela escola de rico não ia fazer bem a sua cabeça, sempre foi ingênua, boba demais. ─ Olho para Gabriel, julgando que durante esse tempo que estou arrumando minhas coisas ele deve ter contato sobre Alex. ─ Ele larga meu pulso. Seu rosto é jogado de um lado para o outro, sua respiração parece acalmar. ─ Olhe, Jasmim, não sei o que esse garoto prometeu a você, porém não vale a pena. Esses garotos de hoje em dia só querem usar as mulheres e não aceito que você seja idiota para cair no papinho dele, ouviu bem?

─ Acha mesmo que eu não sei? Fala sério, esses garotos que você se refere são seus filhos. É isso que tem medo, que eu encontre um homem igual ao senhor ou a seus filhos? Tem medo da lei do retorno, não é? ─ Forço uma risada.

─ Não se preocupe, o garoto porque estou loucamente apaixonada não é igual aos animais daqui de casa e também não se preocupe, Alex não me jura amor eterno e muito menos um futuro junto. ─ Os olhos dele arregalam-se, sua testa franze e sei que não compreende nada do que sai de minha boca. ─ Não estamos mais juntos. ─ Digo com dor.

─ E, não, eu não vou correr para a casa dele como uma princesa que precisa de um príncipe encantado, ao contrário das princesas dos filmes, eu enfrento e mato os meus dragões. ─ Sinto a primeira lágrima cair. Meu corpo treme, treme muito, mesmo assim, crio energia e forças para continuar plantado no mesmo lugar, encarando os olhos malignos e raivosos. ─ Não preciso de um homem, do mesmo jeito que não preciso mais de você.

Agacho. Pego minha mala, minha mochila.
Dou meu primeiro passo para a liberdade. Meu primeiro passo para começar a viver, o segundo passo é interferido, meu pai puxa meu cabelo, obrigando meu corpo a recuar o passo que havia dado.

─ Não aceito! ─ Grita no meu ouvido. ─ Não vai me abandonar como sua mãe me abandonou. Não vai dar as costas assim como ela dava, não vai ameaçar ir embora assim como ela! ─ Grita, puxando mais forte meu cabelo. Passo minhas mãos pelo crido mudo e encontro o abajur, com força, bato o objeto no rosto do homem que solta meu cabelo.

Minha GarotaWhere stories live. Discover now