Second Chapter

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Brian Johnson

Meu pai mesmo não sendo um pastor, depois da morte do meu irmão ele tem estudado muito a bíblia e consequentemente o pastor o deixa pregar, já que ele obteve um conhecimento extenso do assunto.

Ele estava lendo a palavra de Deus, mas especificamente ele lia novamente levíticos. Me sinto as vezes com as suas palavras sendo repreendido, mesmo que meu pai não saiba disso.

Ele para de ler a palavra e começa a falar sobre como o homem foi feito para a mulher e a mulher para o homem. Como ele mesmo estava dizendo.

- Deus meus irmãos, se foi criado Adam e Eva, não Adam e Evo - disse ela fazendo uma parte dos irmãos darem risada.

Alguns como eu apenas se mantem quietos e finquem que não escutam o que ele dissera.

- Esses negócios dessa corga homossexual de falarem que nasceram assim é uma enganação meus irmãos - disse ele olhando diretamente para mim - vocês sabem disso meus irmãos, é uma escolha deles viveram no pecado. Então meus amigos falando com os vizinhos de vocês, não deixem as crianças perto dessa gente, isso é imoral e profano, não podemos deixar nossas crianças vendo isso, essa imoralidade – continuou o monólogo mais alto.

Meu pai continua com a fala que outras formas de amor, que não seja homem com mulher e mulher com o homem e errada e considerado por Deus é um grande pecado.

Mas aí ouvindo essas palavras a única pergunta que vem na minha cabeça é, se Deus é de fato amor, e seu único filho que veio a terra disse que "Ama-vos uns aos outros como a ti mesmo", todas as representações de amar não ser validas, mesmo que seja amor uma pessoa do mesmo sexo?

Tenho quase dezenove anos, ainda sou bem novo contudo já sinto como se já carregasse o peso do mundo em minhas costas.

Será mesmo errado amar alguém do mesmo sexo?

Será que vou para o inferno se um dia tirar essa armadura que está envolvida em mim?

Às vezes eu só queria sair correndo e nunca mais voltar. Outras vezes eu só quero fugir dessa camada de perfeição que eu com o passar dos anos me autocoloquei.

Só queria ser seguro de mim, conseguir enfrentar meu pai, e finalmente viver em paz comigo mesmo, sem a sombra da dúvida pairando sobre mim o tempo todo. Queria que a minha própria família me aceitasse, e assim eu poderia sair dessa casca de aparências que eu criei em volta de mim para que ninguém de fora veja a verdade, meu desejo mais profundo é sua aceitação.

É horrível se encaixar como uma coisa abominável para a sua própria família. Edward era o único que poderia me entender e me aconselhar, entretanto infelizmente algo mais tirou ele de mim antes que o mesmo pudesse me ajudar nisso.

É sufocante, eu as vezes me sinto em um oceano, sozinho, andando no mar profundo da infelicidade prezo na minha camada de perfeição que meu pai e minha mãe tanto queriam em um filho.

As vezes tenho certeza de que algumas pessoas que se dizem servos de Deus, só fazem isso para benefícios próprios.

Claro que nunca julgarei Deus ou deixarei de acreditar nele por seus servos pregarem de maneira errônea. Tenho certeza de que Deus não fez seus mandamentos dessa forma e para ele o que importa e o coração é a bondade das pessoas, e seguir seus mandamentos.

O que me adiantas está no caminho "certo" e não ser feliz?

O que está me adiantado fingir sem alguém que eu não sou? Só está me deixando infeliz com a minha vida.

Sei que mentira é pecado, então fico pensando se então eu deveria escolher qual pecado pesa menos no final.

Peço mais da metade do culto perdida em meus pensamentos, dívidas e questionamentos, quando me dou conta o culto já acabou meu pai já vinha em minha direção.

- Vamos pai - pergunto me levantando - eu tenho que estudar para uma prova da faculdade.

- Meu filho sempre muito empenhado - disse ele olhando para o pasto, que sorriu brevemente para mim.

Assim que saímos da igreja meus ouvidos são reenchidos com gritos animados que vem do outro lado da rua.

Os gritos são em italiano, a sorte e que tanto eu quanto meu pai sabemos falar italiano fluentemente de que de viajamos para a Itália a alguns anos.

- VOGLIO ANDARE A NASCONDERE NASCONDERE PAPÀ (EU QUERO IR PARA O ESCONDE ESCONDE PAPAI).

Assim que a fazer acaba vejo um menino de mais ou menos dois anos, correndo desengonçadamente em direção ao parquinho que fica em frente a igreja, com um homem de roupas normais e cabelos pretos correndo atrás dele.

- VAI CALMATO SAMUEL, TI FARAI MALE (VAI COM CALMA SAMUEL, VAI SE MACHUCAR) - gritou o homem de cabelos pretos ainda correndo atrás do menino, que nem parecia ligar para o mesmo e continuava correndo desengonçadamente, mas ainda sim rapidamente - VERRAI VEDERE IL TUO BAMBINO VIZIATO, NON LASCERO' PIU' BERNARDO SANTINELLE CHE TI DIA NIENTE, NIENTE CAPITE SAMUEL? (VOCÊ VAI VER SEU GAROTINHO MIMADO, EU NÃO VOU DEIXAR MAIS BERNARDO SANTINELLE TE DAR NADA, NADA ENTENDEU SAMUEL?) – o homem continuou enquanto parecia desesperado para pegar o menino.

No mesmo momento ele para, e vejo um homem um pouco mais alta que o primeiro de terno chegando atrás do primeiro e segurando possessivamente a cintura dele e trazendo seu corpo dele para mais perto.

- lascialo amare (Deixe-o amor) - disse o segundo homem - vuole solo giocare un po' prima di andare in Brasile (ele só quer brincar um pouco antes de irmos para o Brasil).

Eu fico apenas admirando o casal.

Vejo todo o amor que havia entre ele, é uma cena lindo, posso ver claramente o amor fluindo ali, o que me deixa com o coração quentinho.

Eu estava tão perdido naquela linda cena dos dois olhando para a criança que é claramente filho deles, que nem percebi meu pai ao meu lado.

- Que coisa blasfemosa - disse meu pai ao meu lado - onde já se viu, dois homens cometendo essa insanidade, e ainda por cima contaminando uma criança inocente com esse negócio demoníaco.

No mesmo instante percebo que o segundo homem olhou por cima do ombro para o meu pai, um olhar nada agradável, o primeiro homem por outro lado não parecia ter notado nada disso.

Meu pai pareceu também não ter notado o fato daquele homem ter lançado aquele olhar.

- Não falei isso pai - digo olhando para ele - eles se amam, para Deus isso já não é o bastante.

- Não falei nunca mais que esses doentes se amam - disse ele chegando raivoso para perto de mim e começando a me arrastar para o carro - quando chegar em casa peça perdão a Deus por essas palavras blasfemosas.

É tão errado assim simplesmente falar que duas pessoas do mesmo sexo se amam, e só estão demonstrando amor e carinho de um jeito que qualquer casal demonstraria? 

Capo da Mafia (Serie Filhos da Mafia - Livro 02)Where stories live. Discover now