Sixth Chapter

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Brian Johnson

- Eu tenho o trabalho voluntario no hospital hoje - digo me levantando mesmo ainda comendo uma panqueca - volto mais tarde – continuei me despedindo de meus pais de forma amansada tentando burlar sua pergunta da forma mais correta possível.

Quando eu estava me virando escuto a voz do meu pai.

- Você deveria arrumar uma namorada logo Brian - disse meu pai, não como uma pergunta, mas sim como uma afirmação - se já tem uma já deveria ter nos apresentar ela – completou elevando um pouco a voz.

- Você sabe que eu estou completamente focado em meus estudo pai - digo dando um longo suspiro cansado ainda na porta entre a cozinha e a sala. Parado de costas, sem nem ao menos o olhar, embora ainda de cabeça baixa - eu não quero desfocar para pensar em um relacionamento, não nesse momento de minha vida.

- Se para-se de ir ao hospital desses demônios você teria tempo para uma namorada - disse meu pai nada feliz.

- Você sabe que eu amo o que faço no hospital - respondi do jeito mais manso possível - você já não me deixou ser enfermeiro, não tente não me deixar ir mais no trabalho voluntario que eu faço lá - embora manso ainda havia firmeza em minha voz.

- Mas tinha que ser o hospital da família Santinelle? - perguntou ele com a clara raiva na voz quando disse o sobrenome Santinelle - aqueles demônios mataram seu irmão.

- Você não tem nenhuma prova pai - digo me virando.

Sophia permanece sentado nos olhando um pouco preocupada, igual a minha mãe, era a primeira vez que o enfrentava diretamente sobre o assunto.

- Você sabe que até o FBI investigou isso, e você também sabe no que deu - digo o olhando, tentando abrir os olhos do meu pai sobre esse assunto.

- Eles são da máfia - afirmou o mesmo com raiva em seu tom de voz - não acho que seria difícil ele somente ter comprado a polícia para ninguém fazer nada. E sobre uma namorada, arrume logo uma, como aquela menina filha do pastor, a Ariadina, uma boa menina e ainda crista.

"Deus me ajude a colocar juízo na cabeça desse homem" penso nada feliz com as palavras dele.

- Eu não acho que ela seja a pessoa certa para mim pai - respondo olhando para o nada - eu tenho que ir antes eu me atrase.

Eu quase literalmente saio correndo de dentro de casa indo para o ponto de ônibus.

__________*__________

- Bom dia Gael - digo sorrindo para o mesmo assim que chego na frente do hospital, o cumprimentando com um sorriso entre meus lábios.

- Bom dia Brian - respondeu o mesmo me olhando com um meio sorriso - hoje é seu dia? - perguntou me observando.

- Claro que é - foi minha resposta enquanto esbanjava um grande sorriso - graças a Deus ninguém da minha família veio para o hospital.

- Eu tenho que ir - disse Gael me olhando sério - nos vemos na hora do almoço?

- No almoço - concordei sorrindo para ele - e quem sabe você me conta o porquê você e tão sério - com o passar do tempo essa pergunta se tornou nossa piada interna, então a digo em tom de brincadeira.

- Você pode sonhar que eu faça isso Brian.

__________*__________

- Você não fez um curso técnico de enfermaria Brian? - perguntou Aquira me olhando sorrindo.

Olho para a mesma estranhando a pergunta. Aquira é nova aqui, ela acabou a mais ou menos dois meses a faculdade de enfermagem, e a um mês está trabalhando no hospital.

- Eu fiz um curso profissionalizante a alguns anos, e quando fiz dezoito consegui um reconhecimento pele Conselho Regional de Enfermagem (COREN) - respondi olhando para ela - mas meu pai queria que eu fizesse se advocacia então não pode exercer a profissão.

- Então legalmente você é um enfermeiro? - ela perguntou sorrindo enquanto me observava me mover.

- Mais ou menos isso - respondi - mas o que precisa Aquira?

- Me ajuda com aquele homem desconhecido? - perguntou ela me olhando com os olhos de pindoncha - eu ainda tenho medo de machucá-lo com todas aquelas queimaduras, e marcas no corpo e rosto.

- Claro que posso lhe ajudar - digo sorrindo para ela - mas você sabe que todos os ferimentos já cicatrizaram, ele está em coma a o que? Três ou quatro anos, vem eu vou te ajudar e explicar um pouco o caso dele.

Ela sorrindo me acompanha ao quarto cento e cinquenta e quatro. Assim que abro a porta dou um longo suspiro olhando para o homem em coma deitado na cama.

O indivíduo é um dos muitos que ainda estão sofrendo pelo desastre nuclear da usina de Usina Vogtle. Ninguem sabe nada sobre ele. Foi encontrado depois de doze dias nos destroços, ainda estava respirando, mas muito fraco.

Os níveis de radiação das suas roupas são quase inimagináveis pelo homem. Ninguém sabe o porquê ele não ter morrido, mesmo sendo exposto a tanta radiação.

Quando eu me voluntariei para trabalhar aqui ele já estava, isso já faz dois anos. Hoje eu sempre que posso venho aqui e leio uma página de um pequeno livro que deixo ao lado da sua cama.

Tenho um pouco de esperança que eles estejam ouvindo e saiba que não está sozinho, mesmo parecendo.

Ele tem marcas de queimadura pelo corpo, e uma grande cicatriz perto dos olhos. Às vezes me pego imaginando como seria esse homem antes de tudo isso. Se ele não estava apenas lá por um engano? Se estava correndo quando a explosão aconteceu? Será que ele tem uma família? Mulher ou homem? Filhos? Pessoas que se importam? Que acham que ele está morto? Desaparecido?

Queria que ele acordasse e me desse essas respostas.

- Bom em primeiro lugar você tem que entender que essas queimaduras já foram tratadas, e já estão cicatrizadas - digo chegando perto do homem desconhecido - ele além de estar em coma, não pode sentir nada de dor quando pegamos nas cicatrizes e queimaduras.

Digo e a mesma começa a olhar e a fazer todos os testes regulares para qualquer paciente em coma.

- Acha que algum dia ele vai acordar e nos dizer quem ele é? - perguntou Aquira olhando para o homem deitado.

- Às vezes me pergunto se ele tem família - digo olhando para o mesmo.

- Quem sabe tenha mesmo.

- Não quero nem pensar, se ele tem mesmo uma família, o quanto essa mesma deve estar sofrendo com o desaparecimento dele. 

Capo da Mafia (Serie Filhos da Mafia - Livro 02)Where stories live. Discover now