Última Chance

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Narrador onisciente:

A vida é feita de ciclos, uns mais longos e tranquilos, outros curtos e intensos, alguns contínuos, outros que vão e vêm. E a gente aguarda ansiosamente a nova semana, o novo mês, um novo ano inteirinho pela frente para que tudo recomece, e recomece melhor. Como uma nova oportunidade de, desta vez, fazer diferente ou de viver tudo de novo.

A gente precisa desse recomeço constante para impulsionar a vida. O que é novo nos encanta, abre janelas por onde entram feixes de luz e esperança, acompanhados daquele friozinho na barriga. Agora vai!

Encerrar ciclos e iniciar novos faz parte do nosso crescimento. Entre ganhos e perdas, lutas e rotinas, esperamos por um certo renascimento constante. Tipo a fênix, o pássaro da mitologia grega que morre e retorna das cinzas renovada.

Não aprendemos a lidar com uma passagem que é tão natural, tudo nasce e morre, o fim é uma consequência natural de tudo o que tem vida. Um ciclo de dualidades assim como o dia e a noite, o frio e o calor, o quente e o frio, a presença e a ausência.

Quando conseguimos entender e aceitar esses desafios a dor fica mais leve, pois toda situação que passamos traz uma aprendizagem que é necessária para o nosso desenvolvimento como pessoa.

Nada é por acaso e se tivermos essa consciência, mesmo com a dor se fazendo presente, o processo fica mais leve, conseguiremos passar por essa experiência e sairmos mais fortalecidos.

...

Após ir embora da casa da Yasmin, Darlan mal sabia o que lhe esperava. Um carro fechou o seu caminho e dele desceu dois homens encapuzados apontando cada um uma smt 40, a rua sem movimento, desarmado a sua única opção foi se render.

Depois de horas dentro do porta malas do carro, Darlan foi tirado de lá e jogado num abatedouro.

Ele tentava enteder o que estava acontecendo, na sua cabeça passava um filme com todos os acontecimentos de sua vida, lembrava de todas as pessoas que ele teve o prazer e o desprazer de conhecer...

- Grava aí pra mandar pra família desse cuzão. Diz aí tuas últimas palavras, vamo mandar pra tua coroa e pra tua mulher.

Darlan: Tenho nada pra dizer a ninguém não, se for pra me matar logo pô.

Horas se passaram naquele lugar frio e sombrio, Darlan tentou negociação, mas todas as conversas foram em vão, eles tinham uma ordem, e a ordem era matar.

No complexo do Lins a troca de tiro já tinha cessado, mas quem foi que invadiu? Isso ninguém sabia dizer...

Dona Fabiana já estava ficando angustiada sem notícias do filho, já tinha se passado mais de doze horas sem alguém ter o visto ou falado com ele...

A última pessoa que o viu ainda com vida foi Yasmin, a mulher que mesmo ele não demonstrando e errando com ela, ele a amou, Yaya como ele a chamava, foi o seu primeiro e último amor.

Oito de novembro, às duas e cinquenta e cinco da tarde Darlan foi morto com três tiros na cabeça e outros cinco no tórax, oito tiros foram disparados por uma smt 40.

Em poucos minutos vídeo e fotos do seu corpo já estava circulando pelas redes sociais, várias teorias, especulações, mas a verdadeiro motivo da sua morte ninguém sabia..

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Soltei e fui dormir, beijos!!