36. Brincando Com Lobos Excitados

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Rick Mason não era hetero?

Pisco duas vezes e abandono meu estado de estupor quando um aperto de mão pressiona meu braço. Olho para o lado e reconheço no olhar do meu padrasto - banhado pela luz púrpura do salão agitado - o sinal de que ele lembra do meu colega de escola. Ele esboça aquela careta dramática de choque e eu rio. Por fim, incapaz de me conter, apanho meu celular e aponto a câmera para Rick, registrando umas três fotos.

Será que os amigos dele e o resto da escola sabe que ele adora piru e rosquinha? Creio eu que não. Admito. Ele conseguiu me enganar direitinho fingindo ser o garanhão arrombador de bucetas. Mas se eu tivesse levado em consideração um único sinal, de que ele se incomodava com o fato de eu ser assumidamente homossexual e por isso me perseguia, eu já teria desconfiado.

- O que vai fazer com essas fotos? - pergunta León em tom alto no pé do meu ouvido.

- Vou fazer um uso muito bom delas - respondo da mesma forma, vendo ele semicerrar os olhos, desconfiando de mim.

Ele me leva até o balcão de bebidas, onde somos atendidos por um barman incrivelmente atraente e com um olhar atrevido perfeito. Quinn e Jeffrey se juntam à nós e pedimos quatro tipos diferentes de drinques. Brindamos e bebemos, saudando à minha primeira noite inesquecível com os irmãos Pascal.

Minutos depois, avisto Quinn escapando para os fundos da boate com um cara calvo saradão. León me explica que os dois estão adentrando na Câmara do Prazer, um local indicado para os clientes interessados em sexo. Não chega à ser surpreendente, só atiça a curiosidade.

- Você já foi muito lá? - pergunto à ele, referindo-se ao tal espaço.

- Varias vezes. É divertido e louco ao mesmo tempo. Mas aquilo não é mais pra mim - ele toma um gole de whiskey sour.

- Interessante.

- Tá afim de ir lá?

- Hoje não - respondo, desconcertado.

- Lá se vai mais um dos nossos - comenta León e ele está certo. Assim que sigo a direção do olhar dele, avisto Jeffrey entrando com um cara de pele escura na câmara. - Somos só você e eu agora.

Meu padrasto segura a minha mão delicadamente, beijando-a. Logo ele me puxa para o centro da pista de dança. Sou envolvido e me rendo à uma dança sensual. As mãos dele descem pela minha cintura e sobem pelo meu peito, ao mesmo tempo que esfrego minhas nádegas na virilha dele. Fecho os olhos, submergindo no delírio que é tê-lo agarrando-me, respirando a minha pele. O hálito dele - quente e cheirando a álcool - esbarra com o meu e termino com a língua dele umedecendo a minha boca com um gosto excitante.

Beijar León em um lugar daqueles proporciona uma experiência pra lá de inédita. Outras pessoas podem nos ver fazendo isso agora. Ficamos perdidos e longe do mundo, unidos por uma corrente inquebrável.

León e eu saímos do Heliogábalo às três da madrugada e partimos para a estrada escura, trazendo Jeffrey e Quinn no banco de trás do carro um pouco bêbados. Chegamos à cabana e todos se recolhem para dentro.

Indispostos à lidarem com preferências de locais para dormirem, Quinn se joga no sofá da sala de estar, automaticamente pegando no sono. Jeffrey produz o mesmo, esparramando-se na poltrona do canto. Por fim, parece que nada os importunará.

Sendo assim. León e eu seguimos para o nosso quarto e adormecemos colados um no outro sobre as cobertas.

Desperto na manhã radiante de domingo sentindo um cheiro delicioso de comida vindo da cozinha. O lugar de León ao meu lado da cama está vazio. Dou um pulo e entro no banheiro. Tomo um banho, escovo os dentes e me enxugo antes de vestir roupas confortáveis. Quando chego a escada, já estou ouvindo a caixa de som no volume alto tocando You Only Live Once do The Strokes.

Adentrando no local, dou de cara com três homens vestindo apenas cueca box, cantando e requebrando os corpos musculosos enquanto equipam a mesa do café da manhã. Junto-me ao clima alegre e sexy dos três irmãos, que me recebem com "um belo bom dia". Sento-me e encho o meu prato com omelete, salsichas e pão de forma, acompanhado de um copo de suco de laranja gelado.

- Muito gostoso - elogio a refeição após a primeira mastigada. - Quem fez?

- Todo mundo ajudou - conta Quinn, pegando -me de surpresa ao pressionar minha coxa com a mão grossa dele.

Encaro ele, que me lança uma piscadela e deixa o aperto mais carinhoso. Espio na direção de León, mas ele não parece ter notado. Sorrio meio sem jeito para Quinn e tento me concentrar na comida.

Assim que termino, retiro-me subindo de volta para o meu quarto. Tenho que adiantar as lições da escola. Levo dez minutos folheando um módulo de biologia e realizando anotações importantes e de repente escuto passos vindo pelo corredor e vozes masculinas sussurrando coisas ininteligíveis.

Suspendo a cabeça para olhar e lá vejo León , Quinn e Jeffrey surgindo na entrada do cômodo.

- Tá ocupado, baby boy? - pergunta meu padrasto, cruzando os braços e encostando-se no pé da porta.

- Mais ou menos - digo, meio hesitante. - Por que?

- A gente queria brincar um pouco - responde Jeffrey, com um olhar e um sorriso maroto.

- Brincar de que? - meu coração toma um solavanco e engulo em seco. Estou ansioso.

- Esconde-esconde. Vai ser o seguinte. Você se esconde em algum lugar da cabana e nós três vamos te procurar. Se um de nós te encontrar, trazemos você pro quarto e fazemos o que quisermos com você. Essa é a consequência - explica Quinn, empolgado e com o semblante travesso.

Por alguns segundos, penso que León deva ter planejado isso, acertado com os irmãos dele em algum momento entre eles, e agora, isso fica bem estampado no instante em que o fito.

- E aí? Você topa? - indaga o meu padrasto.

Se não fosse pelo meu pau latejando de tesão sob os shorts, eu não diria:

- Topo.

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay) - Agora No KINDLEOnde histórias criam vida. Descubra agora