Capítulo 3

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João Carlos

No abraço de Vladimir, eu percebo o quanto eu fui um otário ao tê-lo deixado aos dezesseis anos.

Eu comecei a namorar Vladimir aos treze anos, e ficamos juntos até os dezesseis anos, quando aconteceu a nossa primeira vez em sua casa.

Lembro-me de que naquele ano, caímos na mesma sala e sempre estávamos juntos, nunca levantamos suspeitas de que namorávamos, para a escola éramos bons amigos, nada mais, mas quando estávamos sozinhos, seja na casa dele ou na minha, namorávamos, para nós importava o que sentíamos um pelo, outro e não importava a opinião dos outros, até que aconteceu a nossa primeira vez.

Naquele dia estávamos fazendo um trabalho em dupla, lembro até hoje o trabalho de história, revolução francesa. Na nossa época, o estudo era mais forte, o ensino não era como hoje. Se eu perguntar para os meus alunos o que é revolução francesa, eles não sabem me responder.

Mas voltando ao passado, quando Vladimir se entregou a mim.

Terminamos o trabalho e Vladimir me sugeriu que fossemos ao quarto dele namorar um pouco.

Achei que não tinha nada de mais, eu fui.

Ao chegar lá, sentamos lado a lado na cama e, movidos pelo desejo, trocamos beijos e carícias mais íntimas. Até que o clima esquentou demais e quando dei por mim, já estava na cama seminu, beijando o Vladimir.

Que libertou rapidamente de suas roupas.

— Está seguro de que é isso que quer? Perguntei para não restar dúvida, eu nunca pensei que a dúvida de querer ou não o meu namorado partisse de mim.

Tirei a cueca de Vladimir e massageei seu membro com a mão, para mim tudo é uma novidade, pois afinal era a minha primeira vez.

Beijo a boca dele, enquanto massageio o seu membro que endurece na minha mão. 

Nus, descobrimos nossos corpos e eu, me preparo para fazê-lo meu.

Reagindo a cada toque de meus dedos, Vladimir vira de costas para mim e eu me ponho em cima dele e devagar o penetro. Sinto que ele sente dor, e vou devagar até que passa a minha glande, e depois disso vou empurrando devagar o restante. Percebo que o Vladimir está suando frio.

— Quer que eu pare, Vladimir?

— Não, eu só senti a dor quando me penetrou, mas estou me acostumando com seu membro em meu ânus. 

— Está bem, quer que eu comece a me movimentar? 

— Sim, por favor, já não sinto dor.

Devagar, eu me movimento em Vladimir e sinto meu membro invadindo a intimidade de Vladimir, enquanto eu transo com ele, beijo suas costas, quando a minha vontade era beijar os seus lábios.

Ficamos assim nesse momento íntimo por um longo instante até que eu me movo mais rápido e gozo em seu ânus.

Após esse momento de intimidade, nos beijamos e foi aí que surgiu a dúvida se era isso mesmo que eu queria para mim.

Ainda assim, no dia seguinte, eu fui assistir ao jogo de futebol que o Vladimir me convidou.

Mas após um tempo, eu passei a dar por perdido nele até que o abandonei.

Por mais que estivesse triste, Vladimir seguiu sua vida e eu soube depois de um tempo que ele jogava no sub-20, e depois abandonou o futebol para se dedicar à medicina. A partir daí, não tive mais notícias dele, me formei professor de história, mas nada preenchia o vazio que a ausência de Vladimir me causou.

Depois que percebi que fiz merda ao tê-lo deixado, passei a procurá-lo por todos os lugares sem sucesso, passei anos procurando por ele, até que fui até a casa de seus pais e eles me deram o endereço.

— Ele está em Campos do Jordão e eu vou atrás dele, para pedir perdão e reconquistar o meu amor.

Disse a mim mesmo e assim o fiz e aqui estou, abraçando o Vladimir e chorando, e não canso de pedir perdão para ele, que não diz nada, apenas faz carinho em minhas costas durante o abraço. 

Esse momento só me dá vontade de me deitar com o Vladimir novamente, mas é nosso primeiro encontro após doze anos. E eu acho que ele vai me rejeitar se eu tentar seduzi-lo.

— Vladimir, eu vou embora, e melhor para nós dois.

— Fica, por favor, não quero que vá, hoje é minha folga do hospital e eu quero ficar com você. 

Ele me pediu de uma forma tão embargada que eu não tive coragem de dizer não.

— Tá, bem, Vladimir, eu fico, só não me ofenda, por favor. Eu passei um inferno todos esses anos amando você sem saber o seu paradeiro, e agora que eu estou aqui ao seu lado, tenho medo de você me rejeitar, acabando com a minha esperança.

Sou patético chega ser , dizendo a verdade sem medo das consequências de seus atos.

Mas agora eu  entrei na casa dele não pretendo deixar não sairei tão facilmente pela simples razão que eu ainda o amo.

— Não vou te expulsar da minha vida, mas você tem que ser paciente, comigo, afinal o seu abandono me feriu demais.

Sou obrigado a aceitar, afinal essa reação de Vladimir é uma das consequências de meus atos passados.

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