Capítulo 44

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Na manhã seguinte, Vladimir me ajudou a dar entrada no meu afastamento das aulas. Por ser uma situação de urgência e munido dos laudos, eu fui imediatamente afastado da escola.
Não houve tempo nem de me despedir da minha turma e nem do trio, Ieda, Natanael e Hermes.
A cada dia que se inicia, eu me sinto mais fraco, parece que os medicamentos não estão fazendo o efeito desejado.
Uma vez fiz exame de sangue e descobri que o meu sangue é um tipo que acomete menos de cinquenta por cento da população mundial, conhecido como sangue dourado, ele é raro.
O sangue dourado ocorre quando as hemácias não contam com nenhum tipo de antígeno RhD, o que o torna. especial e, ao mesmo tempo, perigoso para quem o possui.
Sem o fator Rh, eu seria na teoria o verdadeiro doador universal, uma vez que o meu sangue não terá conflito com os antígenos existentes.
Desde que seja respeitado o sistema ABO, no entanto, suas hemácias têm a vida média curta e apresentam um certo grau de anemia. Só podemos doar para pessoas com o mesmo fenótipo, pois só podemos receber o sangue desse mesmo grupo, o que, devido à sua raridade, pode se tornar um grande risco à sua vida.
Ou seja, para que o transplante seja um sucesso, eu só posso receber um coração de quem possui o mesmo tipo sanguíneo que o meu, mas quem terá aqui em São Paulo o sangue dourado também?
Na sala de casa, com Alisson em meu colo, eu vejo meu amor se preparar para ir ao trabalho.
— Amor, eu estou cogitando contratar uma enfermeira para cuidar de você, só assim eu me sentirei seguro, principalmente nos dias de plantão.
— Vladimir, por enquanto eu não acho necessário, eu posso estar fraco, mas ainda consigo cuidar de mim, mesmo.
Meu amor, me olha e me beija os lábios.
— Está bem, amor, mas com uma condição, qualquer mal-estar mais grave me liga e eu envio a ambulância para resgatar você, deixe sempre o portão e a porta destrancados, só eu e você conhecemos esse esquema, então não haverá perigo.
Concordo com o Vladimir, a última coisa que eu quero é ter meus passos monitorados por uma enfermeira.
— Amor, hoje eu não tenho plantão, eu chego cedo em casa.
Vladimir, eu quero sair para namorar na praça quando chegar, eu preciso sair um pouco de casa.
— Amor, você pegou licença hoje, nem se passaram vinte e quatro horas. — Mas eu entendo, me espera e vamos sair para namorar na praça  tomar um sorvete.
Vladimir me beija na boca enquanto Alisson está em meu colo.
— João Carlos, eu tenho que ir, acha que consegue se virar e ir para o quarto se quiser se deitar?
— Por enquanto, eu consigo, amor, não se preocupe comigo. 
Vladimir me ministra o remédio e me beija na boca.
— Estou indo, amor, se cuide.
Acaricio o Alisson que está em meu colo, como pode em menos de uma semana meu coração falha e eu tenho que pegar a licença do trabalho, e agora estou na fila para transplante.
— Alisson, meu amigo, será que aqui há um doador com o sangue dourado?
— Meu tipo de sangue é muito raro, na adolescência eu achava o máximo, mas agora vejo que não é bem assim. — Eu só posso receber o coração de quem tem o mesmo tipo de sangue, amiguinho, e a cada dia que passa eu me sinto mais fraco e não quero ir para a UTI de um hospital.
Alisson olha para mim com os olhos curiosos e eu afago atrás de suas orelhas.
O medo toma conta de mim, pois meu tipo de sangue é raro e a chance de surgir um coração para mim é quase nula.
Tento afastar esse medo, caminho com certa dificuldade até a cozinha e pego uma fruta para comer.
" A essas horas eu estaria na escola dando minhas aulas e me divertindo com os alunos"
Como uma maçã, resolvo ir para o quarto, me deito na cama e, muito cansado, acabo dormindo.
Acordo com um beijo apaixonado de Vladimir.
— Amor, que horas são?
— São sete e meia da noite, amor, eu acabei de chegar, como se sente?
— Boa, vou mentir para você, Vladimir, eu sinto fraqueza, amor.
Me levanto e beijo meu amor de novo.
Enquanto o beijo, eu abaixo a calça dele para liberar sua pica para eu tocá-la enquanto o beijo.
— Não, amor, João, não podemos fazer isso.
Vladimir me afasta e levanta a calça.
— Não me leve a mal, João, eu quero e te quero muito, mas uma emoção e descarga de adrenalina mais forte podem te matar.
Inferno, eu só quero tocar o corpo do meu namorado.
— Eu sei que não devo foder, amor, sei que pode me matar, mas me deixe ao menos te tocar, amor.
— Eu quero que me toque também, cara, nos amamos e essa doença vai acabar nos afastando.
Vladimir percebe o meu desespero e me deita na cama.
Com calma, ele tira a parte debaixo de minha roupa. Ele me beija e toca a minha pica enquanto nossas línguas se encontram no beijo, o deixando mais ardente.
Vladimir tira a parte debaixo de sua roupa e se deita ao meu lado.
— Está bem, amor, vamos nos beijar e nos tocar, só nos tocar, João Carlos.
Olho para o meu namorado e ele está com os cabelos presos.
Eu os solto do rabo de cavalo.
— Amor, quantas vezes eu tenho que te dizer que eu gosto dos seus cabelos soltos?
Tornamos a nos beijar e, enquanto nos beijamos, nos tocamos, nossos pênis endurecem em nossas mãos, e assim conduzimos a nossa massagem sedutora até ambos gozarmos.
— Obrigada, Vladimir, por me entender. Quando eu receber o coração, eu vou te foder gostoso, amor.
Vladimir e eu fomos tomar uma ducha para atender o meu desejo. Ele irá me levar à praça para namorarmos.
E eu preciso estar ao lado dele, e curtir mais o nosso relacionamento, já que o meu futuro, portando o sangue dourado, é incerto. 

Melhor que antes Where stories live. Discover now