Capítulo 15

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Vladimir

Ver a preocupação que meu amor tem com o meu gato me encantou, confesso, que ao ver que ele não estava ao meu lado na cama, me assustei e se passaram mil e uma besteiras em minha cabeça, uma delas é que o João tivesse me deixado, que bom que me enganei, pois eu não ia suportar ter uma desilusão amorosa novamente e vindo da mesma pessoa.

João Carlos caiu em minha vida de paraquedas, embora eu saiba que ele planejou tudo desde o princípio.

Mas ainda assim, após doze anos, eu ainda enxergo dessa forma, ele caiu em minha vida de paraquedas.

Ele me conta que se lembrou da época do colégio e eu pedi que deixasse o passado para trás, no qual fomos, sim, felizes, mas temos que seguir adiante.

Beijo seus lábios e ele me diz:

— Eu quem estraguei tudo no passado, amor, e não quero estragar tudo de novo.

— Se acalme, João, na época tínhamos dezesseis anos e você teve  dúvidas, é normal, nem todas as pessoas são resolvidas como eu na adolescência.

Abraço, meu amor, que retribui, mas ainda assim eu sinto que ele está triste.

— João Carlos, vamos seguir em frente, como você disse, uma vez que eu te amo, você me ama e isso é claro como a água.

— Tem razão, Vladimir, mas me conta o que faremos agora que acordamos.

Bem, quem sabe arrumar as suas malas em nosso closet, pois notei que ainda faltam algumas para serem arrumadas enquanto te procurava pela casa.

Não queria que o João soubesse que eu o procurava, pois pode achar que eu estava com medo de ter sido deixado, mas escapou.

Meu amor me olha e diz para mim:

— Se teve medo, isso foi culpa minha, mas querido, eu vou reconquistar a sua confiança, somos dois homens, sabemos o que queremos, eu sei o que eu quero, e o que quero é viver com você, Vladimir. — E você, quer viver comigo?

Puxo meu amor para um beijo cheio de necessidade.

" Se quero viver com ele, é claro que quero, eu indiretamente o esperei por doze anos, e não vou deixá-lo ir embora. O João Carlos tem a chave do meu coração"

— Quero viver com você, sim, João Carlos, eu acho que esperei por você toda a vida, pois eu evitava sair com outras pessoas.

— Não vou mentir, Vladimir, eu até tentei me envolver com uma garota de programa, mas na hora do vamos ver, o meu pênis morreu, literalmente falando.

Pedi para que o João me contasse a história e ele me contou. Caí na gargalhada.

— Você ri, não é Vladimir, rindo da vergonha alheia.

— Desculpa, amor, eu não aguentei, verdade seja dita, a garota só te mostrou quem você realmente é, e se seu pênis morreu, você não tem nada de bissexual.

— Foi o que ela me disse, e me pediu para procurar o rapaz que eu amo.

João tem me procurado todos esses anos.

— Quando te encontrei, tive medo de você me recusar a ter outro alguém em sua vida, mas seus pais me disseram que não, eles me incentivaram a procurar você para nos acertarmos, pois o verdadeiro amor não morre com o tempo.

Meus pais às vezes me surpreendem e, mesmo eu dizendo que estava bem sozinho, eles não acreditaram e mandaram o João Carlos diretamente para mim, e eu só tenho a agradecer a eles, pois estou tendo a oportunidade de ser feliz, novamente e com quem eu realmente amo.

— Ainda é cedo, amor, vamos dar uma voltinha?

— Por mim, tudo bem, Vladimir.

Caminhando pela rua, conversando e nos divertindo, vendo quão bela é Campos do Jordão, não notamos a aluna de João Carlos se aproximar, aquela que está em evidência em todos os lugares, pelo menos assim parece para mim.

Se joga nas costas do João Carlos, fazendo estardalhaço:

— Professor, que mundo pequeno, passeando com o seu amigo?

 — Menina, você não tem juízo nenhum mesmo! O que te leva a pular assim nas minhas costas?

— Desculpa, professor, eu quis fazer uma brincadeira, mas da última vez que nos encontramos, você não me apresentou o seu amigo, que é muito bonito.

Tomo a iniciativa e me apresento:

— Eu sou Vladimir, amigo do João Carlos e somos amigos de longa data.

— Que bacana, é difícil uma amizade assim duradoura.

Ieda é atirada e beija a bochecha de João Carlos em despedida, e eu tento disfarçar o meu ciúme, pois eu não quero que, por enquanto, essa menina saiba que estamos juntos, eu sinto que ela vai causar muitos problemas ainda.

Quando ela vira a esquina, João me pergunta o porquê de não ter dito a verdade para ela?

— É simples, Vladimir, ao que parece ela não sabe que somos gays.

— Penso que não, pois se soubesse, não teria se jogado daquela forma em minhas costas, talvez para me zoar, se soubesse, mas ela se jogou como se fossemos namorados.

Eu tive essa mesma impressão, mas eu não disse nada. João pode notar o meu ciúme e eu não quero que ele ache que quero tomar posse dele depois desses anos todos.








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