Capítulo 49

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Vladimir

Se passou um mês desde a visita dos meninos à nossa casa, meu amor está fraco e o Dr Adrian quer interná-lo na UTI, mas meu amor se recusa a ser internado.

Como precaução, o Dr. Adrian receitou o cilindro de oxigênio para o meu amor, pois a sua insuficiência respiratória está aguda.

Ieda, Hermes e Natanael se tornaram nossos grandes amigos e sempre se revezam em quem ficará com o João Carlos, principalmente quando eu tenho plantão. 

Durante o dia, os três vêm para deixar o dia do meu amor mais leve. 

Eles cuidam de ministrar os remédios na hora certa para o João Carlos, e quando eu chego, eles vão para casa.

Por enquanto, meu amor não fica o dia todo no cilindro de oxigênio. 

Apenas usa quando sente fraqueza para respirar.

Evitamos sair por esse motivo.

Quando eu tenho plantão, quem fica com meu amor é Natanael e Hermes, Ieda retorna para casa, pois seus pais não aceitam que ela durma fora do seio familiar.

A cada dia que passa, o João Carlos fica mais fraco devido à sua doença do coração, e eu, com a ajuda dos nossos amigos, não preciso deixar mais o portão e a porta destrancados para o resgate, já que posso contar com meus três anjos da guarda.

Devido à piora em seu quadro de saúde, meu amor fica mais deitado na cama, evita fazer esforços, e já não temos mais tanta intimidade, só beijos e abraços, nem sexo oral, não fazemos mais, pois João tem muita dificuldade em respirar.

— Vladimir, amor, eu quero ir para a sala hoje, por favor, faz dias que eu estou aqui no quarto.

— Tudo bem-querido, mas veja que nossos anjos da guarda só chegarão por volta da uma da tarde, acha que ficará quieto deitado no sofá todo esse tempo?

— Vou, amor, eu estou com medo, eu não esperava que eu ia ficar tão fraco em tão pouco tempo.

— Não tenha medo, amor, eu sei que logo chegará o coração para João, você sairá dessa e não me deixará em paz.

— Eu não vou mesmo e eu vou fazer amor com você nas areias da praia de Suarão numa noite de luar.

Ajudo o meu amor a se sentar no sofá de dois lugares enquanto eu arrumo o de três para ele se deitar.

Tudo arrumado, eu ajudo João Carlos a se deitar.

O cubro e Alisson se deitam em seu colo.

Beijo os lábios de João e noto que ele está quente.

Meço a sua temperatura, está com febre de trinta e oito graus.

— João, eu vou lhe ministrar um antitérmico para baixar a febre, vou pedir para os meninos ficarem de olho.

— Se a febre não ceder, não haverá meio, você terá que ser internado.

João fecha a cara para mim, ele tem medo de ser internado, mas se a febre não ceder, eu não terei escolha, infelizmente.

— Amor, eu vou trabalhar, assista à televisão e não se levante, espere os meninos chegarem.

Beijo sua boca e a sinto ressecada devido à febre alta.

Estou de saída e João segura a minha mão e pergunta se irá sair dessa.

Para falar a verdade, eu não esperava uma piora no quadro do João Carlos, não assim tão rápido.

— Você vai, amor, tenha fé.

Caminho até a porta e não me viro para olhar o João, pois lágrimas desceram em meus olhos, entro no carro e, revoltado, esmurro o volante e choro, clamando a Deus:

— Droga, Deus, por que com o João eu não estou suportando mais ver o homem que eu amo daquele jeito?

— Prepara o coração para o João Carlos. Eu sei que é pedir demais, mas tenha misericórdia do meu amor.

Choro tudo que tenho para chorar dentro do carro, me acalmo a duras penas e dou partida e sigo para o trabalho.

Ao chegar lá, acompanho nascimento de crianças e faço cirurgias de emergência.

Hoje eu não tenho plantão, então posso sair do hospital direto para casa e ficar com o João.

Por volta de uma, eu ligo para o Hermes, eles já estão em minha casa, cuidado do João Carlos.

Pergunto se ele está bem? E se a febre baixou?

Hermes me respondeu que a febre cedeu, que ele se alimentou de um pouco de sopa e está dormindo.

Agradeço a Deus em pensamento.

Desligo a ligação e retorno para o pronto-socorro.

Trabalho duro e após vou para minha casa, lá encontro o João dormindo no sofá e Hermes e Natanael com ele na sala.

— Onde está Ieda?

— Ela precisou ir, sua mãe precisa dela para ajudá-la com o jantar, parece que virão parentes distantes dela passar o fim de semana.

— Dr. eu e Natanael vamos também. Amanhã não tem aula e vamos chegar aqui por volta das sete e meia da manhã.

Eu agradeço aos meninos e os acompanho até o portão.

Peço para Deus cuidar desses dois anjos, se não fosse por eles, eu não sabia o que faria.

Entro, me aproximo de João e confiro sua temperatura.

" Não, não tem febre"

Me ajoelho em frente ao sofá de dois lugares e derramo meu coração e minhas lágrimas para Deus.

Melhor que antes Where stories live. Discover now