Vladimir
Se passou um mês desde a visita dos meninos à nossa casa, meu amor está fraco e o Dr Adrian quer interná-lo na UTI, mas meu amor se recusa a ser internado.
Como precaução, o Dr. Adrian receitou o cilindro de oxigênio para o meu amor, pois a sua insuficiência respiratória está aguda.
Ieda, Hermes e Natanael se tornaram nossos grandes amigos e sempre se revezam em quem ficará com o João Carlos, principalmente quando eu tenho plantão.
Durante o dia, os três vêm para deixar o dia do meu amor mais leve.
Eles cuidam de ministrar os remédios na hora certa para o João Carlos, e quando eu chego, eles vão para casa.
Por enquanto, meu amor não fica o dia todo no cilindro de oxigênio.
Apenas usa quando sente fraqueza para respirar.
Evitamos sair por esse motivo.
Quando eu tenho plantão, quem fica com meu amor é Natanael e Hermes, Ieda retorna para casa, pois seus pais não aceitam que ela durma fora do seio familiar.
A cada dia que passa, o João Carlos fica mais fraco devido à sua doença do coração, e eu, com a ajuda dos nossos amigos, não preciso deixar mais o portão e a porta destrancados para o resgate, já que posso contar com meus três anjos da guarda.
Devido à piora em seu quadro de saúde, meu amor fica mais deitado na cama, evita fazer esforços, e já não temos mais tanta intimidade, só beijos e abraços, nem sexo oral, não fazemos mais, pois João tem muita dificuldade em respirar.
— Vladimir, amor, eu quero ir para a sala hoje, por favor, faz dias que eu estou aqui no quarto.
— Tudo bem-querido, mas veja que nossos anjos da guarda só chegarão por volta da uma da tarde, acha que ficará quieto deitado no sofá todo esse tempo?
— Vou, amor, eu estou com medo, eu não esperava que eu ia ficar tão fraco em tão pouco tempo.
— Não tenha medo, amor, eu sei que logo chegará o coração para João, você sairá dessa e não me deixará em paz.
— Eu não vou mesmo e eu vou fazer amor com você nas areias da praia de Suarão numa noite de luar.
Ajudo o meu amor a se sentar no sofá de dois lugares enquanto eu arrumo o de três para ele se deitar.
Tudo arrumado, eu ajudo João Carlos a se deitar.
O cubro e Alisson se deitam em seu colo.
Beijo os lábios de João e noto que ele está quente.
Meço a sua temperatura, está com febre de trinta e oito graus.
— João, eu vou lhe ministrar um antitérmico para baixar a febre, vou pedir para os meninos ficarem de olho.
— Se a febre não ceder, não haverá meio, você terá que ser internado.
João fecha a cara para mim, ele tem medo de ser internado, mas se a febre não ceder, eu não terei escolha, infelizmente.
— Amor, eu vou trabalhar, assista à televisão e não se levante, espere os meninos chegarem.
Beijo sua boca e a sinto ressecada devido à febre alta.
Estou de saída e João segura a minha mão e pergunta se irá sair dessa.
Para falar a verdade, eu não esperava uma piora no quadro do João Carlos, não assim tão rápido.
— Você vai, amor, tenha fé.
Caminho até a porta e não me viro para olhar o João, pois lágrimas desceram em meus olhos, entro no carro e, revoltado, esmurro o volante e choro, clamando a Deus:
— Droga, Deus, por que com o João eu não estou suportando mais ver o homem que eu amo daquele jeito?
— Prepara o coração para o João Carlos. Eu sei que é pedir demais, mas tenha misericórdia do meu amor.
Choro tudo que tenho para chorar dentro do carro, me acalmo a duras penas e dou partida e sigo para o trabalho.
Ao chegar lá, acompanho nascimento de crianças e faço cirurgias de emergência.
Hoje eu não tenho plantão, então posso sair do hospital direto para casa e ficar com o João.
Por volta de uma, eu ligo para o Hermes, eles já estão em minha casa, cuidado do João Carlos.
Pergunto se ele está bem? E se a febre baixou?
Hermes me respondeu que a febre cedeu, que ele se alimentou de um pouco de sopa e está dormindo.
Agradeço a Deus em pensamento.
Desligo a ligação e retorno para o pronto-socorro.
Trabalho duro e após vou para minha casa, lá encontro o João dormindo no sofá e Hermes e Natanael com ele na sala.
— Onde está Ieda?
— Ela precisou ir, sua mãe precisa dela para ajudá-la com o jantar, parece que virão parentes distantes dela passar o fim de semana.
— Dr. eu e Natanael vamos também. Amanhã não tem aula e vamos chegar aqui por volta das sete e meia da manhã.
Eu agradeço aos meninos e os acompanho até o portão.
Peço para Deus cuidar desses dois anjos, se não fosse por eles, eu não sabia o que faria.
Entro, me aproximo de João e confiro sua temperatura.
" Não, não tem febre"
Me ajoelho em frente ao sofá de dois lugares e derramo meu coração e minhas lágrimas para Deus.
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Melhor que antes
Romancehttps://a.co/d/5JfetT0 Também complemento na Kindle O que fazer quando um amor da adolescência bate à sua porta? Por essa, Vladimir não esperava, mas aconteceu em um dia frio de inverno, lá estava ele seu amor de infância, João Carlos. Sem saber o...