Capítulo 16

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Meu celular toca e eu atendo, é uma emergência. Uma criança chegou no hospital com apendicite aguda, uma situação complicada em que o apêndice tem que ser retirado.

Disse para o meu superior que estaria no hospital em cerca de dez minutos, que tudo estivesse preparado para a cirurgia de emergência.

— Amor, acontece alguma coisa?

— Uma criança chegou à Santa Casa com o quadro de apendicite aguda. 

— Eu tenho que ir para o hospital.

Interrompemos o nosso passeio, mas o João entendeu que é por uma boa causa.

Chego em casa, tomo um banho rápido e me despeço de meu amor.

— João, te vejo em algumas horas.

— Você nem comeu nada, amor!

— Não se preocupe, meu bem, eu como algo depois que salvar a vida da criança.

Beijo meu amor ardentemente nos lábios e saio.

Em cerca de menos de vinte minutos, eu chego e já me preparo para entrar na sala de cirurgia.

Peço para que o médico que fez os primeiros atendimentos à criança me dê uma visão geral do quadro.

Ele me conta que o menino chegou com uma dor aguda do lado direito do corpo e com vômitos e febre alta. Um ultrassom obstétrico revelou que o apêndice do garotinho está inflamado, e com muito pus.

— Merda, por que não operaram o garotinho?

— Dr Vladimir, você é o melhor pediatra da Santa Casa, foi o diretor do hospital quem pediu para te ligar. Por mim, eu tinha operado, mas o diretor não me deixou operar o garoto.

— Merda, essa demora poderia ter causado a ruptura do apêndice e uma infecção generalizada, foi uma imprudência.

Corro para me arrumar para realizar a cirurgia.

Após estar pronto, eu vou até o setor de observação onde o garotinho está internado.

— Dr, que bom que chegou.

 Tranquilizo o menino e sua mãe dizendo que vou operá-lo.

— Tio, tá doendo muito.

— Eu sei, pequenino, o titio vai operar você e tudo ficará bem.

— Promete? 

— Eu prometo, agora vamos à sala de cirurgia, está preparada.

Digo à mãe do garotinho que em uma hora ele estará de volta à ala de observação.

Ela me agradece e eu levo o menininho para o centro cirúrgico.

Em cirurgias de apendicite eu costumo optar pela ráqui, mas como se trata de uma criança e demoraram para atender, eu optei pela anestesia geral.

Foi a melhor decisão que tomei. O apêndice do garoto estava perto de romper, com muito cuidado eu retirei o apêndice dele, precisei realizar com calma cada corte nele e, após retirado do corpo, ele se rompeu.

Se demorasse mais para operar, o garotinho, o apêndice iria romper e causar uma grave complicação, mas deu tudo certo com a cirurgia. 

Tratei de fechar o local após cuidar da assepsia do mesmo.

— Dr Vladimir, a cirurgia foi um sucesso.

Na correria, nem tinha notado que a enfermeira Ariel estava me auxiliando.

— Graças a Deus, Ariel, mas foi arriscado, eles deveriam ter operado o garotinho, você viu, se demorasse, o apêndice ia se romper dentro dele.

— Acho que o clínico viu no ultrassom e preferiu chamar você, e eu achei uma sábia decisão. Você foi cuidadoso, Vladimir, e salvou a vida do menino, não fique bravo.

A questão não é eu estar bravo ou não, eles deveriam ter operado de imediato, poderia custar a vida do menino, mas como deu tudo certo com a cirurgia, eu ficarei quieto desta vez.

Após operar, o menino vai para a recuperação e eu verifico se há um quarto na ala pediátrica para o garotinho depois que ele sair da observação. Acho um leito vago e levo a mãe do menino para lá.

— Mãe, assim que o Ricardo acordar, eu o trago aqui, não se preocupe, eu vou cuidar pessoalmente dele.

— Obrigada, Dr., eu vou aguardar aqui então.

Me retiro do quarto e vou pessoalmente cuidar do menino na sala de recuperação.

Lá encontro Ariel checando os sinais do menino.

— Vladimir, o que faz aqui?

— Eu disse à mãe do menino que vou cuidar pessoalmente dele aqui na observação. Chegou mais alguma criança aqui?

— Só uma mais, a Dr. Andréia já está atendendo e eu soube pelas meninas da triagem que é possivelmente virose.

Agradeço a Ariel pela informação e fico ali até o Ricardo acordar.

Cerca de uma hora depois, ele acorda.

— Oi, Campeão, tudo bem?

— Sim, Dr. Só sinto um incômodo aqui.

— É natural, Campeão, você sentirá um pouco de incômodo, mas o titio já vai lhe dar o remédio para dor.

Ariel volta com os remédios e eu dou para o Ricardo tomar.

— Obrigada, Dr, quando vou ver a minha mãe?

— Já vou te levar para ela.

Retiro a cama do lugar e a levo para o quarto na ala pediátrica.

Lá, a mãe de Ricardo está à sua espera.

— O campeão chegou e ficará aqui por três dias, para observarmos. A cirurgia foi simples, mas o apêndice estava quase se rompendo, então eu acho prudente ele ficar aqui. Se não houver nenhuma complicação, ele vai para casa no sábado.

A mãe de Ricardo me agradece e eu digo que a vejo amanhã pela manhã.

Me retiro do quarto e encontro Ariel, que me convida para tomar um café.

Me lembrei de que não comi nada antes da cirurgia e aceito acompanhá-la até a copa.

Melhor que antes Where stories live. Discover now