Capítulo 60

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Meus pais não souberam do inferno astral que passei, achei melhor não preocupá-los com a doença do João Carlos, eles não poderiam fazer nada para ajudar. Tive apoio do Hermes, Natanael e da jovem Ieda.
Que agora vive no coração que doou para o meu amado João Carlos.
Não cabe contar para os meus pais tudo o que passei, o inferno astral, até porque o João está bem.
Após nossa transa matinal, eu pedi que João não contasse nada para os meus pais sobre a doença que ele teve e como vivemos o terror durante alguns meses.
Ele concorda, afinal, meus pais não souberam que ele teve o problema de coração nem da primeira vez.
— Precisamos convencer o Hermes e o Natanael a não mencionar o transplante.
— Eu concordo, Vladimir, não queremos ser questionados pelo que não dissemos nada, eles não poderiam fazer nada, amor.
— Quanto ao falar com os meninos, podemos falar com eles mais tarde quando nos encontrarmos para ir ao cartório, marcarmos a data.
Após tomarmos café, saímos ao encontro dos meninos para irmos ao cartório.
Muito ansiosos, conseguimos uma data para o final do ano, no primeiro sábado de dezembro.
Quando saímos do cartório, João pediu a seus alunos que não mencionassem o problema de João para os meus pais. Eles não sabem que o João tinha um problema de coração e ele prefere que continue assim.
— Por mim, está de boa, amigos, afinal, depois do falecimento de Ieda, seus pais mudarão de cidade.
Nos fala Hermes e Natanael concorda com ele.
— Melhor não dizer nada, mesmo, eles podem ficar chateados, e a última coisa que queremos é ver os seus pais chateados.
Natanael tem razão, meus pais estão muito chateados conosco, principalmente comigo, pois estando doente, o João, ao ver deles, não poderia opinar em nada, e se eu tivesse consideração por eles, eu teria falado e não passado por tudo isso sozinho.
— Vamos deixar esse problema embaixo do tapete, amigos — Eu estou curado, então não há necessidade de preocupar os meus sogros.
Então, nós quatro resolvemos deixar em segredo tudo o que passamos nos últimos meses. 
Nos despedimos para cada um ir para sua casa.
— Amor, tomamos a decisão correta em não falar para os meus sogros tudo o que passamos.
— Eu sei, amor, vamos só focar no dia do casamento. 
Digo isso para João e o puxo para um delicioso beijo de língua.
Quando olhamos para o Hermes e para o Natanael, eles também se beijavam apaixonadamente.
Esses dois são uns fofos, sempre souberam o que quiseram e eu os admiro por isso.
— João Carlos, o Hermes e o Natanael sempre souberam o que quiseram e isso me admira.
— São parecidos com você, Vladimir você sabia o que queria, amor, eu quem tive dúvidas. 
Ambos são decididos e sensíveis, assim como você.
João me diz essas coisas e eu sinto o meu corpo arrepiar.
Ao chegar em casa, sentamos no sofá da sala. Se colocarmos na balança tudo o que vivemos, desde a nossa adolescência, a luta da fase adulta para mim foi a mais complicada, pois mesmo vendo a situação difícil de João, eu tinha que demonstrar para ele uma certeza de recuperação que eu não tinha. Por várias vezes, eu tive medo de perder esse homem que está sentado ao meu lado.
Alisson, meu gato, gostou do João desde o primeiro dia. Mesmo quando eu estava em dúvida se aceitava João na minha vida de novo, o Alisson já o tinha escolhido para ser o seu segundo pai.
— Amor, no primeiro sábado de dezembro estaremos casados.
Ainda temos dois meses pela frente para preparar em nossa casa a recepção.
— João, temos que tratar dos preparativos para a recepção que vamos fazer aqui em nossa casa.
Digo para o meu namorado que agrada Alisson, em seu colo.
— Eu não esperava que depois de tanta luta, depois que batia aquele dia frio em sua porta, lembra?
Eu me lembro, estava frio e eu planejava assistir a um bom filme na televisão.
Olho para João e disparo uma pergunta que ele não estava esperando, mas que eu preciso saber a resposta.
— Se o seu coração não tivesse falhado, você me contaria sobre a sua insuficiência cardíaca?
João leva a mão ao peito e respira fundo.
— Talvez eu não te dissesse nada, se eu continuasse a viver normalmente com meu antigo coração.
— Eu nunca ia te contar para não te fazer sofrer na incerteza de que o meu coração, cedo ou tarde, poderia falhar.
— Te entendo, se ele não falhasse, talvez eu nunca iria saber de sua condição de saúde.
— Certamente que não, você jamais saberia.
Pergunto se ele acharia justo me omitir essa informação.
— Amor, talvez, sim, talvez não, mas isso não importa agora, para mim, importa é que vencemos juntos.
Respiro fundo, meu amado tem razão, não cabe voltar ao passado, ele já foi operado e passa bem.
— João, vamos preparar a casa para receber os meus pais para a recepção de nosso casamento.
João me olha com um olhar convidativo.
Segurando a minha mão direita, ele se levanta.
— Vamos, sim, mas depois não esqueça que você está de férias e eu vou descontar todo o tempo que ficamos sem transar.
Não houve tempo para respostas, o João envolve sua mão em meu cabelo e me beija ardentemente.
Terei que satisfazer os seus desejos, os quais são os meus, para podermos cuidar da nossa festa.
Ansioso, eu deixo João me levar para o nosso quarto e me beijar com paixão.
Me deixo levar pelo momento e deixo o João demonstrar todo o sentimento e desejo que ele recolheu devido à doença.

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