Capítulo 21

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Natanael

Sei que Ieda tenta me despreocupar com um beijo na bochecha, mas, ainda assim, eu me preocupo com essa maluquinha.
Que o professor de geografia é um Deus grego, isso eu não discuto, mas acho que a minha amiga novamente está trocando os pés pelas mãos.
Ieda me disse que não se manda no coração e que ela se apaixonou pelo professor de geografia e história, assim que colocou seus olhinhos nele.
Eu sou uma pessoa muito analítica e, observando esse professor, eu sinto que ele guarda um segredo de todos aqui na escola, não tem relação com casamento, não, ou algo parecido, com ter uma companheira, nada a ver com isso, é algo mais íntimo, e eu sinto que esse algo mais íntimo ainda vai machucar a Ieda e decepcioná-la mais uma vez na questão amorosa. E eu não quero que a minha amiga sofra de novo devido a uma pessoa babaca.
Não que o professor aja como um cretino e um babaca com ela, isso não, ele aparenta ser uma pessoa correta e muito bacana, mas ele é muito reservado e, ao que parece, tem escapado das investidas de Ieda e eu acho curioso isso, pois e Ieda é uma garota muito bonita e qualquer homem iria querer namorá-la.
Na escola, eu até entendo o professor não dar muita entrada para ela, mas fora dela ele é apenas João Carlos e Ieda, fora da escola são dois seres comuns e não o professor e a aluna.
— Ieda, eu vou ser sincero com você, eu não estou tranquilo em relação aos seus sentimentos pelo professor Natanael. 
— Então, fofura, eu vou investigar a vida do professor, só me dá um tempinho e não me afobe, eu gosto de ser minucioso e cuidadoso em tudo que eu faço, querida, mas eu prometo a ficha do professor completa para você desde a infância.
— Natanael, eu agradeço, mas não exagere, só preciso de informações recentes, e a principal, se o professor tem namorada ou é casado, se ele for uma dessas duas situações, eu dou área, não serei talarica, muito menos fura olho, pois eu não iria gostar que chegasse uma terceira pessoa e viesse me tomar o namorado.
Nesse ponto, eu sei que a Ieda é correta, ela jamais furaria o olho de outra garota, e é isso que eu admiro na Ieda, ela simplesmente tira o seu jegue da chuva e dá literalmente área, vi ela fazer isso várias vezes, e nessas vezes todos os garotos que se achegaram nela eram os meninos todas às vezes eu descobri que eles eram comprometidos, e com meninas que não eram do nosso ambiente escolar.
E quem descobriu fui eu, dando uma de investigador.
O que eu sei é que a Ieda tem um coração grande e quem se der a oportunidade de ser amado por ela vai ser o cara mais feliz dessa terra que Deus criou.
Ao chegarmos na rua de nossas casas, a Ieda me convida para entrar.
— Natanael, hoje não quero ficar sozinha e meus pais estão no trabalho e você sabe que eles chegam tarde, por favor, fica comigo!
Ela me pede como um cachorrinho sem dono e para mim é humanamente impossível negar o pedido para ela.
Então, entro com ela em sua casa e me sento, a seu pedido, na sala, enquanto ela vai preparar um suco de laranja para nós.
Hoje está incrivelmente abafado e esse mormaço nos deixa com um calor monstro.
Observo a sala da casa de Ieda, a sua mãe tem um bom gosto para decorações de ambiente e quando eu entro, eu não canso de olhar para essa sala que é para mim muito aconchegante.
Respiro fundo e sinto a delicioso aroma da energia positiva que aquele ambiente tem. Se eu não me engano, a dona Cláudia é uma pessoa que é adepta do Fengshui.
Muito à vontade, me espreguiço em seu sofá.
— Meu Deus do céu, que ambiente delicioso.
— Natanael, você sempre se sente à vontade aqui em minha casa, não é mesmo?
— Sim, muito, sua casa é muito aconchegante.
— Então, toma um suco de laranja comigo, você vai sentir o verdadeiro aconchego, meu amigo querido, e coma esses salaminhos que são um bom aperitivo.
Claro que não recuso, estou na casa de Ieda em sua boa companhia.
Ieda é mais que minha amiga, ela é como se fosse a minha irmã de alma, ela me compreende e eu a compreendo, é uma conexão louca, que muitas pessoas iam desacreditar, mas quem tem uma amizade assim como a minha e a da Ieda nos entendem e torce para não brigarmos nunca se bem que os irmãos de alma dificilmente brigam pelo contrário dialogam e chegam a um consenso, e é nesse consenso que eu quero chegar com ela em relação ao nosso professor de Geografia e história.

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