Capítulo 26

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Natanel

Com meus dotes, eu ajudo o professor a esconder um chupão que a sua gata fez em seu pescoço, e afirmo que, se ela o fez, foi para marcar território e dizer para quem quiser saber que ele tem dona.

Usei meu talento para maquiagem e cobri, mas confesso que me deu um certo trabalho, está muito roxo e eu acho que levará mais que os dois dias que falei para o professor para sumir.

Senti confiança nele e normalmente eu sou muito reservado quanto à minha homossexualidade, mas para ele eu me abri igual a uma flor, e lhe contei como me descobri.

Não sei senti confiança nele para falar, a minha missão agora é saber quem é essa gata para dar a informação completa para a Ieda, não irá adiantar eu falar para ela que o professor chegou na escola com um chupão digno de vampira.

Seria bom eu contar logo para acabar com esse crush que a Ieda tem no professor, mas sinto que devo investigar mais a vida dele, talvez não seja necessariamente uma gata que fez o chupão no professor e sim um gato, vá saber.

A questão é que senti segurança no professor para falar sobre a minha vida, essa segurança eu só sinto com a Ieda, que é minha melhor amiga, e com outros homossexuais, então não compreendo essa minha segurança com um professor que mal conheço.

Deixo de pensar nisso e aceno enquanto ele vai para a sala de professores. Por enquanto, vou deixar o lance da maquiagem em segredo, até eu ter certeza da personalidade do professor.

Saio do vestiário e vou até o pátio encontrar com a Ieda, que acabará de chegar, e como sempre ela está linda em seu uniforme e perfeitamente maquiada. A Ieda faz curso de maquiagem no mesmo local que eu. A diferença é que ela está ainda no módulo básico e eu já estou no avançado.

— Natanael, meu amigo, achei que não tinha vindo à escola hoje.

— O que fez achar isso? 

— Bom, normalmente você espera o Hermes no portão.

Hermes é meu namorado, hoje ele tem consulta no dentista, então não comparecerá à aula.

— Hoje o Hermes não vem, ele tem tratamento de canal amiga.

Então, eu fiquei andando por aí até que te vi chegar.

Ieda sorri e diz que seu dia começou bem, pois viu o professor João Carlos.

— Menina, não coloque tantas expectativas assim no professor, lembre-se de que ele é um cara mais velho que você e deve ter outros interesses.

— Falando nisso, você descobriu algo sobre o professor João Carlos?

— Ainda não, amiga, hoje descobri o sobrenome Galdino, através desses dados eu vou descobrir mais sobre ele, mas preciso de tempo.

Ieda concorda e, de repente, meu telefone toca e eu atendo. É meu Hermes que me diz que está na espera pelo atendimento, diz que assim que as aulas terminarem é para eu encontrá-lo na casa dele. Eu topo na hora, pois adoro a companhia de Hermes.

Desligo a ligação e sigo com Ieda para a sala de aula, e para sua sorte, as primeiras aulas são de geografia, ela poderá suspirar pelo professor por duas horas seguidas.

Ao entrarmos, Ieda, que senta na primeira carteira, troca de lugar com um colega que senta nos fundos. 

— Na próxima aula, eu destroco Natanael, é que eu quero ver o professor por inteiro.

— Tudo bem, eu compreendo a mente de uma pessoa apaixonada.

Ieda beija minha bochecha e se senta no fundo da sala.

Assim que o professor entra, eu observo o local do chupão e concluo que eu arraso em maquiagem, não há nem sinal de roxo ali.

Uma colega de sala me cutuca, com o lápis:

— Natanael, a Ieda está dando bandeira para todo mundo.

— Eu sei, mona, depois eu falo com ela, para ser mais discreta.

Tenho que zelar pela segurança da minha amiga e eu não quero que ela fique mal falada por gostar do professor.

Às vezes, eu acho que a Ieda não tem juízo, quando terminar as primeiras aulas, eu falo com ela.

Presto atenção na aula e na palidez do professor, além de possuir segredos sobre palidez, eu acho que a saúde dele não vai bem.

Quando a aula termina, eu me aproximo e pergunto se está tudo bem, pois sua pele está pálida.

— Você percebeu, amigo, eu estou com uma dor no peito, mas acho que não é nada.

— Espero, professor, pois seria um desperdício você ter um infarto, e não falo por sua gata, mas sim, pois eu perderia um grande amigo.

— Eu vou ficar bem, Natanael, deve ser o estresse.

Me despeço do professor e me surpreendo comigo mesmo, sou normalmente reservado e agora estou já considerando o professor um grande amigo.

Preciso dos conselhos do Hermes, aí pensar em meu namorado, eu sinto meu corpo arrepiar, eu definitivamente amo demais meu Deus grego.

Melhor que antes Where stories live. Discover now