II

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Eu moro apenas com os meus pais, e eles dizem querer o melhor para mim, mesmo que isso me prejudique uns bocados.
Minha mãe mudou de emprego, agora ela só chega às 20:00.
Meu pai sempre chega tarde em casa e eu tenho medo daquele estresse dele.

Após jantar com minha mãe, fui direto para o celular. Pois haviam pessoas com que eu tinha de falar.

Edward: você vêm amanhã?

Eu: Claro que sim... Espero não dar nada errado!!!

Edward: posso levar minha "amiga"?

Eu: isso é sério? Vou mesmo ficar só na vela?

Edward: Leva alguém ué... :V

Eu: só se for a Carol... ;-;

Edward: Nossa cara... Ela vai querer?

Eu: Ela não gosta das coisas que eu faço. Tipo... Ela vive dizendo pra eu parar de fumar ou beber e tals...

Edward: Sinto muito. Tchau...

...

Edward é o tipo de amigo que todo mês está com uma garota diferente. E eu sinceramente não sei como ele faz isso... E a Carol... Ela nunca irá aceitar ir se souber que lá vai ter bebida e cigarros...

Deito-me na cama e penso se algum dia alguém vai gostar de mim e dizer
"cara, você é bonito e eu quero namorar com você". Mas é apenas um sonho estúpido! Como se eu, que não tem nada de atraente fosse ser amado por alguma garota.

...

Acordei às 8:10 da manhã, teria que sair daqui a pouco. Por isso, como um ninja, pulei para o banheiro para escovar os dentes e tomar um banho rápido.
Vesti uma camisa do Nirvana, vesti uma calça jeans e fui de chinelos mesmo. Mas antes fui para a cozinha tomar um café, que, como na velocidade do som.

Sempre que vou fumar/beber, levo uma mochila, em especial a minha mochila azul que apelidei de "fiel escudeira". Nela, eu já guardei tudo o que é tipo de coisa estranha. E ela está comigo há 2 anos. Por isso sempre a uso, ela nunca envelhece, pelo menos para mim.
E hoje não foi diferente, eu peguei a fiel escudeira e fui direto para a casa de Edward

Edward estava com uma camisa larga vermelha com um "96" estampado nela e um short jeans. Mas algo estava estranho. Ele havia cortado os cabelos crespos dele de uma maneira diferente. Parecia que o topo de sua cabeça tinha muito volume. Até que combinava, mas vai por mim, estava estranho.

-E aí Arthur? Está preparado para hoje? -perguntou ele

-Ah, sim. Até trouxe a fiel escudeira comigo.

-Pois é! Vamos para a casa de Ângela, ela está me esperando.

Eu até havia me esquecido que ele iria levar uma garota. Mas de qualquer forma, eu estava com vontade de encher a cara.

Fomos até a casa de Ângela. Quando chegamos lá, Edward bateu no portão de sua casa, só que ele só faltou derrubar o portão de tão forte que ele bateu.

-Vai com calma, cara! -Disse.

Eu não estava a fim de ser preso por derrubar portões. Até que a tal Ângela atendeu. Era uma garota nem tão magra nem tão gorda, ela usava um short jeans um pouco curto e uma camisa branca com a palavra "fé" estampada, o que era meio contraditório.
Edward rapidamente abraçou a garota que devolveu o abraço, ela me cumprimentou e fomos até o Tom'sHouse.
Compramos uma garrafa de vinho e uma garrafa pequena de vodca, que, adivinho eu, era para deixar a garota menos lúcida deixando tudo a favor de Edward fazer o que tinha de fazer.
Andamos algumas ruas até que chegamos na nossa fortaleza. Uma casa abandonada que inconvenientemente, Edward e eu tínhamos a chave, mas eu ficava com a chave. Que por algum motivo, não me lembro qual, Edward disse que a chave poderia ficar comigo.

Ao entrarmos lá, a Ângela se impressionou com a nossa fortaleza. Lá tinha um sofá até que bem preservado, um colchão, uma estante com alguns dvd's do Ed que eu não me atrevo ver o conteúdo, uma mesa com 6 cadeiras e por fim, uma caixa de som que tinha rádio, mas podíamos colocar as músicas que queríamos por via bluetooth.
Rapidamente, Ed colocou uma música que ele e talvez até a Ângela gostam. Eu peguei as garrafas junto dos copos descartáveis e, após abrir a garrafa, coloquei um pouco de vinho no meu copo, que, rapidamente acabou pois dei uma "virada" no copo, mas o enchi de novo. Ed e Ângela também bebiam vinho quando peguei dois cigarros, e dei um para Ed.
Pego meu isqueiro (eu nem sei se devo chamar isso de isqueiro já que é bem ruinzinho) e acendo (depois de algumas tentativas) o cigarro, depois dei o o isqueiro para Ed que também acendeu o seu.
Depois de um tempo começamos a conversar sobre cigarros, música, e, sobre paixões...
Eu odiava conversar sobre isso por ótimos motivos: 1) eu estou a fim de alguém que 2) não me ama que 3) entra no perfil de todas as pessoas que já amei. Em suma, todas as pessoas que eu me apaixonei nunca nem cogitaram em me amar...

Depois dessa estranha conversa, percebemos que o vinho havia acabado, então abrimos a garrafa de vodca e começamos a degustar essa louvável iguaria.
Eu estava um pouco zonzo (na verdade eu já estava quase vomitando) quando os dois, Ed e Ângela, começaram a se beijar. Não satisfeitos em só se beijar, começaram a se pegar ali mesmo. Logo assumi que eu não deveria ficar ali. Perguntei se Ed tinha uma cópia da chave, ele confirmou, então eu saí, mas eu levei um pouco menos da metade da garrafa de vodca.

Humanos de cristalWhere stories live. Discover now