XXXVIII

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Me levantei no meio das estantes quebradas.

-O que você...

Ele apareceu na minha frente. Logo tentei me defender mas ele deu um sequencia de três socos, o que quebrou minha defesa, seguido de um gancho.
Aquilo doeu. Quando eu rapidamente me recompuz ele já apareceu na minha frente de novo. Ele fez o seu cristal surgir. Ele tinha uma forma de manopla. Pelo visto ele era muito bom em manipular a forma do cristal. Ele bateu em mim, que tentou defender com os antebraços (o que só serviu para quebrar os dois ao mesmo tempo) e fui jogado no chão novamente.

-Você não sabia que eu sou deveras perfeccionista? -Perguntou William

-Escuta aqui, William. Eu sei que você quis que eu matasse o Carlos para o seu show ser algo impressionante. Mas eu tenho mesmo coisas para resolver. E não posso ficar lutando aqui com você não! -Disse me recompondo.

-Você é Arthur Walters. O candidato n° 11 para a fusão das pedras de energia e regeneração. O primeiro acerto dos WhiteVision! Deveria se orgulhar por ter esse megacrystal com você!

-MegaCrystal... Hein. Então é esse o nome.

-Você é apenas algo incompleto. -Ele mordeu o dedo e um raio de luz amarela caiu em cima dele. -Um produto de algo que no momento não posso explicar. -O seu cristal começou a crescer sobre seu braço formando uma mão gigante de cristal.

Mordi meu dedo. Meu corpo começou a brilhar e algumas faíscas de luz começaram a sair de meu corpo. Minha espada apareceu.

-20% liberar!

Ele veio até mim e eu consegui defender o seu soco daquele punho de cristal gigante com minha espada. Porém, a força do seu cristal era maior e quebrou minh espada e meu punho junto.
Gritei de dor. O punho de cristal de William diminuiu até virar algo parecido com uma manopla. Ele me deu 2 socos, uma joelhada no queixo e enquanto estava no ar, girou 180 graus e acertou o lado direito do meu rosto com seu pé esquerdo.
Nessa altura do campeonato, minha visão já estava embaçada devido às lesões na cabeça.
Ele, ao cair no chão, me pegou pelo pescoço e saiu me arrastando até bater minha cabeça em uma parede. Depois disso ele me levantou e me jogou na parede oposta ao lado de uma porta.
Minha cabeça sangrava e eu estava um pouco tonto.
A porta se abriu e de lá saíram Lanny e Lisa. As duas carregavam um corpo coberto por um lençol branco.

-Dramaturgo, é um morto que você quer? -Perguntou Lisa.

-O que seria isso? -Perguntei.

-Arthur, acho que você não é bom em resolver nada sozinho. -Disse Lanny olhando para mim, deitado num monte de pedregulhos misturados com madeira e livros.

-Quem seria este? -Perguntou William

-Um alguém por aí. -Gritou lisa colocando o corpo no chão.

William simplesmente começou a rir muito. E Pela janela estilo gótico atrás dele, fez com que parecece diabólico.

-Arthur (Riso), você ganhou um favor meu! Não importa o que seja. Pelo menos você segurou bem. -Ele tocou um sino e seu morodomo apareceu.
-Livre-se disso. -E o mordomo levou aquele corpo a qualquer que fosse o lugar. Ele olhou para as garotas e disse. -Vocês duas são as melhores pessoas que eu já vi.

-Diga por se só, Dramaturgo. -Disse Lanny me levantando e me ajudando a andar fazendo eu apoiar meu braço em seu ombro.

-Eu devo uma a você, Sr Arthur. Mas as informações que você deseja não está comigo.

-Só uma perguta. -Digo me mantendo de pé sozinho. -O que você é para os WhiteVision?

-Eu? -Ele fez uma pausa e olhou para uma estante de livros acima. -Apenas um vendedor de meus produtos. Nada mais.
As informações que deseja estão num bar no distrito 6. O melhor da região. Eles tem literalmente tudo lá.

-Obrigado(?). -Disso saindo pela porta.

No carro, Lisa foi na frente e eu fui no banco de trás.

-Como sabiam?

-Eu vi você pulando ums edifícios por aí na direção dos distritos ricos. Logo presumi que você viria para a casa do dramaturgo. -Respondeu Lanny.

-Que medo.

-Você deveria estar estudando e não apanhando por aí. -Disse Lisa num tom cômico.

Calei-me. Fiquei olhando a janela enquanto Lanny e Lisa conversavam. Eu estava no 0x0 de novo. E me parece que o Ed vai ter que esperar um pouco mais. O que eu não queria que acontecesse. Mas ainda não desisti. Talvez, depois da prova eu volte para lá. Distrito 6 no melhor bar.

-Vai nos dizer o porquê de estar aqui? -Perguntou Lanny olhando para a pista enquanto dirigia

Expliquei tudo. Mas é óbvio que giardei alguns segredos. Como o MegaCrystal, e que eu era o n°11.
No fim elas apenas assentiram e concordamos em tentar resgatar o Edward e nos transformar em humanos novamente.

...

Quarta feira 13 de maio.

Algumas piadas como "gazela magrela" pararam. Bom, pelo menos só algumas. Mas pelo visto, a popularidade de Carlos fez com que todos me odiassem, não só na sala, mas grande parte da escola me olhava e cochichava, alguns riam, outros mudavam seu rumo ao ver que passariam por mim. Mas todos mantinham um olhar de ódio. É como se não me quisessem por perto.
Quando eu participava das aulas, grande parte da sala me vaiava. Alguns me xingavam de coisas piores que gazela magrela. Eu não entendia o que estava acomtecendo. Mas resolvi deixar isso guardado comigo mesmo. Não estava muito a fim de incomodar os outros.
No horário de almoço, eu tinha acabado de encher meu prato quando um grupo de jogadores do terceiro ano derrubaram meu prato e me empurram no chão. Eu não fiz, não falei, nem demonstrei nada. Apenas corri para o banheiro. Percebi que o meu olho esquerdo estava começando a ficar azul. Naturalmente tentei forcá-lo voltar ao normal. Mas não dava. Mesmo ele voltando à tonalidade cinzenta, ele ainda ficava com poucos tons de azul. O que eu comecei a achar um pouco estranho.
Mas era como se eu estivasse com um pouco de fome. Mas não era fome física.
Voltei ao refeitório e Rich me acolheu. Comi enquanto conversava com ele na mesa. Mas em momento algum eu quis falar sobre isso tudo. De toda forma, eu não precisava incomodar os outros com problemas que eu mesmo podia resolver.

Quinta feira, 14 de maio.

Continuei ignorando os outros, mas o meu olho era algo que não podia ignorar, ele ficava oscilando de vez em quando. Sempre que sentia ele ficando azulado, eu dizia que precisava ir ao banheiro. Dentro do banheiro, eu fazia toda a força do mundo para fazê-lo voltar ao normal.
Só que quanto mais eu o forçava voltar ao normal, mais ele ficava oscilando.

Sexta feira, 15 de maio

Passei a colocar colírio em meus olhos. Ajudava a disfarçar e controlava a oscilação de cor do meu olho esquerdo.
De novo aquela garota de voz insuportável veio me pedir o cordão de novo. Mas dessa vez ela disse de um modo diferente.

-É sua última chance, meu nome é Yenna L. James. Você tem até o dia 30 para me dar essa droga de cordão... Ou eu conto o seu segredo para todos.

Após ela dizer isso, ela saiu. Foi a coisa mais bizarra que já me aconteceu. Será que ela sabia que eu era um humano de cristal? O mais bizarro foi a data. Ficaríamos de férias dia 25. E ela queria o cristal até dia 30?
De todo modo, continuei o de sempre. Estudar como se não houvesse um amanhã.

Humanos de cristalWhere stories live. Discover now