XLVI

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-Aah -Acordo com um pequeno susto.

Me levanto e vejo que eu estou numa cela de mais ou menos 9 metros quadrados. Rapidamente eu vejo que eu estou com outras roupas. Era uma camisa manga longa preta. E um sobretudo marrom. Minhas calças eram as mesmas. Levantei a manga que cobria meu braço direito. Ele estava cheio de cicatrizes. Literalmente coberto de cicatrizes.

-Finalmente acordou! -Olhei para o outro lado da cela.

-Carlos, o que aconteceu? -Perguntei. Eu não acreditava no que eu estava vendo. Eu pensei ter morrido.

-Fomos capturados. É isso!

-E por que você ainda não tentou escapar? -Perguntei

-Tenta usar sua energia então. -Disse ele dando de ombros.

Me levantei e tentei usar a minha energi em todo o corpo. Nada. Dei um peteleco em 25%. Nada. Procurei o meu cristal.

-Como isso é possível? -Perguntei assombrado. Meu cordão que Lanny havia concertado enquanto voltávamos para casa desapareceu.

-Supressores. Eles diminuíram o nível de nosso coração de cristal. Agora nós dois somos humanos.

-Não pode ser.... Não pode ser. -Disse colocando as mãos na cabeça.

-Engraçado... Não era isso que você queria? -Perguntou ele provocativo.

Me enfureci e corri até ele para lhe dar um soco. Mas quem levou o soco fui eu. Caí no chão. Mas aquilo também me acordou, de certo modo eu agora estava lúcido.

-O que houve lá? -Perguntei.

-Na escola? -Ele pegou algo parecido com um controle e ligou o que parecia ser uma televisão.

A escola estava destruída. Todo o primeiro andar desabou e e o teto. Estava com um buraco imenso. Fui eu...? O telejornal estava explicando o acontecimento. De acordo com o depoimento dos alunos. "Dois caras de branco entraram aí o Carlos meio que explodiu e o outro pegou o Arthur e tudo saiu explodindo". A pior notícia foi saber que houveram 7 mortes confirmadas. E 4 desaparecimentos. Sendo dois dos desaparecidos o Carlos e eu.

-Isso tudo é sua culpa. -Disse Carlos.

Culpa minha?

-Se não fosse você, já teríamos terminado a prova. Estaríamos em nossas casas. Não precisaria preocupar ninguém. Agora nós dois estamos completamente ferrados aqui!!! -Exclamou Carlos.

-Problemas para você? Você sempre fez o que bem entendeu! Se tem alguem ferrado aqui sou eu! -Exclamo de volta.

-Isso só prova o quão ignorante você é! O que você acha que sabe sobre minha vida? Quem você pensa que é?

Por mais que Carlos seja um bundão. Ele estava certo. Eu não queria assumir a culpa. Mas a verdade é que a escola desabar, os mortos e desaparecidos são tudo culpa minha!
Eu só não queria esse peso. Não queria que as pessoas lembrassem de mim como o causador de todas essas desgraças. No fim, tudo de ruim que aconteceu foram novamente minha culpa.
Alguém bate nas grades da cela. Era o Lâmina de guilhotina. Ele estava com roupas totalmente normais.

-Hora da merenda! Vamos! -Disse ele abrindo a cela.
Eu e Carlos nos dirigimos até a porta. Eu estava levando o sobretudo. Quando eu passei pelo Lâmina de guilhotina ele sorriu e disse:
-Vamos nos divertir muito aqui, Ghost.

Me arrepiei quando escutei isso. Andei mais rápido. Para ficar ao lado de Carlos. Mas ele deu de ombros e andou mais rápido. Admito que eu não gostava dele. Mas aquilo me doeu. Mesmo que um pouco.

Humanos de cristalTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon