LVI

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Caroline

Já faz dois meses... Que o vi pela última vez.
Por que ele teve de fazer isso comigo?
Por que as coisas tiveram este fim?
Eu estava deitada em minha cama estava escuro. As aulas já haviam começado e até agora não houvera alguma notícia do Arthur. Ele sumiu completamente.
Levanto-me. Visto uma blusa azul, uma saia casual e visto o jaleco dos ICHC por cima. Faço um coque com o cabelo e pego meu celular.
Eu desci as escadas e ando em direção à porta.

-Caroline, onde você está indo? -Disse uma voz por trás de mim.

-Vou para a Central, mãe. -Disse pondo a mão na maceneta.

-Mas você já foi lá ontem! Seu pai não está gostando disso.

-Pai? -Rangi os dentes.
Abro a porta e a bato. Estava estressada. Eu não me lembro de quando isso começou. Eu só queria ter uma notícia dele.

No ônibus, abro a galeria do celular e fico vendo as fotos em que ele aparece. O que houve com você, Arthur?
Eu estava confusa. Pela primeira vez eu não conseguia compreender o motivo que o fez partir. Mas dessa vez, eu descobri que, por mais próximo que você seja de uma pessoa, ela ainda sim esconderá coisas de você. Quando vi aquela máscara, logo o reconheci. O Arthur era o Phantom.
O Arthur era um assassino. Ele era um humano de cristal... E eu queria vê-lo novamente.
Quando cheguei no distrito 1, fui logo checar o horário. 19:09.
Corri para a central. Eu tinha que vê-lo de novo.

Entrando lá, passei minha identificação e adentrei o edifício. Era um prédio de quase 50 andares. Lá eram tomadas as decisões da ICHC além de todos os profissionais trabalharem por lá. Poucos acabaram se tornando professores.
Segui ao elevador. Queria ir para a secretária.
Aperto o botão do elevador para subir. Espero um pouco, ansiosa. Checo o relógio novamente: 19:13.
As portas se abrem e de lá, saem várias pessoas. Sobrando apenas uma que logo reconheci: Sr Diogo.
Entrei no elevador.

-Você por aqui? -Perguntou o Sr Diogo.

-Sim, vim checar umas coisas. Como está o Carlos? -Pergunto.

-Ainda está superando. Além de que, agora, sob meus cuidados, ele vai ser de grande ajuda para a ICHC. -Disse ele.

Eu estava nervosa. Cerrei meu punho quando ele me chamou atenção.

-Onde você está indo?

Olhei para ele e fiquei um pouco nervosa.

-Para a s-secretaria. -Disse.

-Está preocupada com seu amigo?

Gelei quando ele disse isso. Ele ajeita os óculos no rosto e desvia o olhar de mim.

-Sei que está preocupada com ele. E sei o quanto quer achá-lo, mas ainda não o encontramos.
Por favor, deixe os adultos cuidarem disto. -Disse ele.

-Tudo bem. -Acabei dizendo.

-Você quer uma carona para casa? -Perguntou ele checando um relógio de pulso.

Assenti com a cabeça. Aqueles olhos negros pareciam conseguir exyrair qualquer informação de qualquer um. Igual ao Carlos. Mas, diferente do Carlos, os olhos de seu pai possuiam uma certa profundidade. Algo "inalcançável". Seja lá o que isso signifique.

...

Ele me levou de carro de volta para casa. Eu estava no banco de trás. As ruas da cidade iluminavam o carro. Eu olhei para cima, no topo dos prédios. Lá, vi algumas figuras. Eu pensei estar alucinando, mas não. Eram mesmo figuras humanas.
Será que... Ele... Voltou..?

Humanos de cristalWhere stories live. Discover now