LXXIV

16 1 0
                                    

Após passar pela fábrica, eu encontrei o lugar que estava todo mundo fugindo. Mas diferente do que eu ti ha ouvido, o caminho era úmido e próximo ao rio. Seria normal, exceto pela cor daquilo: Vermelho. Um vermelho que escorria de sua saída e não de sua entrada.
Senti um frio na barriga, mas na minha cabeça veio um pequeno alívio.
Escutei um som vindo do rio de morte. Uma transmissão de rádio. Pelo visto, a neutralização dos distritos havia terminado. A transmissão dizia que todos os distritos atacados haviam sido dominados e que muitos humanos de Cristal tiveram seus cristais "recuperados" pela ICHC. A transmissão acabava com a data de hoje: 02/11/2018...
Continuei meu caminho, seguindo o rio de morte. Estava ansioso por isso e seguia em frente. E no final, havia um campo de morte. No sentido perfeito da frase. Eu pisava em cadáveres. Mulheres, homens, crianças e até idosos.
Ali era onde começava o rio. Talvez as pessoas que eu salvei... Não. Esse campo está muito recente. Mas afinal, o que está acontecendo?

Continuei até que escutei passos em minha direção. Parei bruscamente. O som de sapatos pisando em um som úmido se mostrou na minha frente. Um grande demônio branco. Porém com seus olhos extremamente escuros.

-Parece que eu encontrei. -Disse ele para um transmissor de voz. Sua aparência, a barba por fazer e voz se assemelhavam à alguém que levava o mesmo sobrenome: Carlos.
Era o Sr. Diogo. O grande anjo da morte de toda instituição.
Pálido, eu dou um passo para trás. E então vi ele puxar uma maleta e de lá saiu uma lança. Era uma lança de três pontas, duas na frente e uma atrás.
Aquilo era... Lindo. E então me esquivo.
O estrondo levou todo o corrimão e vários corpos se deitaram ao rio. Eu saltei na direção dele e o Sr. Diogo tirou uma arma da cintura e atirou em mim. Aquilo me eletrocutou, com a mesma energia que fui bombardeado no hospital nacional.
Ainda sim, ele não mostrava expressão alguma. Pois já sabia que eu apareceria ali.
Caí duro no chão. A lança tentou me peefurar a carne, mas eu me defendi com o cristal.
Pensei, ele é só um humano. Apenas um ataque em algum ponto vital vai incapacitá-lo!!
Cobri todo o meu corpo com energia e comecei a me movimentar bem rápido.
Um ataque! Um ataque!
Eu fiz um ataque em sua frente na qual ele dedendeu. Corri para trás dele e dei um soco no ar à 35%. O impacto no ar fez que ele se movimentasse. Ele foi para a direita e atirou mais uma vez.
O tiro me acertou em cheio. Mas não parei de me movimentar em sua direção. Fiz um grande cristal aparecer em meu braço direito e mirei em seu peito. Até tudo ficar escuro.
Pûs a mão em meu olho esquerdo e senti aquele líquido vermelho sair do meu olho direito.
Gritei. Eu havia perdido meu olho! Duas asas saíram de minhas costas (provavelmente era a iluminação) e puxaram algo de dentro do meu olho. Era a ponta de trás daquela lança. Ele havia quebrado seu cristal no meio para me cegar. Balancei a cabeça em desespero, procurando onde ele pudesse estar. Olhei para trás e, com meu olho direito, vi um punho fechado que acertou meu rosto em seguida. Rolei um pouco, mas me levantei. Mas não tive tempo a reagir ao seu último ataque, em meu peito direito. Meus ossos foram destruídos e o sangue começou a jorrar descontroladamente. Em seguida veio um soco em minha traquéia. Sim, eu fiquei mudo.

Só caí no chão. E não conseguia me levantar, e muito menos me mexer. Não queria, mas parece que é aqui. No meio do nada. Sem ninguém para ver, contar ou noticiar.
Ele veio para perto da minha cabeça, aticou o transmissor e falou:

-Arthur Walters foi eliminado. Seu cristal está em um pigente, no peito. Acertei-o com três ataques diretos: um soco no rosto, um ferimento mortal no peito seguido pelo pescoço.

Alguém começou a falar com ele e então ele olhou para mim, pegou o cristal e então, tudo ficou escuro.
Escutei ele dizer que aquele era seu novo cristal.

...

Eu vi um monte de brinquedos jogados ao chão, com uma criança brincando. Me aproximei dela e vi que era meu eu. Porém, com mimha aparência normal. Me aproximei e disse:

-Por que você está aqui?

-Você fez o que pôde?

-Eu tentei..

-E conseguiu?

-Não... -Revirei a cabeça

-Não se culpe por isso. Você me ajudou o quanto precisei. Você foi meu eu forte. E depois de tudo que aconteceu, acho que precisamos de um descanso...

Tudo foi ficando preto enquanto eu caía em lágrimas.
-Sim, Arthur... Acho que preciso descansar um pouc....




















______________________________________

Olá pessoal, esse é o meu final para humanos de cristal. Amanhã, eu vou começar a escrever o epílogo. E queria agradecer a todos que leram por terem me ajudado a continuar com esse projeto.
De coração: Gustavo Pereira

Humanos de cristalWhere stories live. Discover now