LXIX

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Ainda em cima do prédio, eu queria simplesmente um fim para isso tudo. Um fim de verdade.

Eu caminhava pela extensão do distrito 12. A cada passo ficava mais ansioso. Por que Lisa não atende a droga do telefone?
Eu estava praticamente correndo pelas ruas até finalmente chegar na avenida principal.
A Avenida principal parecia coisa de filme: carros passando, telões gigantes em edifícios passando propagandas da Coca-Cola, Táxis passando o tempo todo.
Notei o trânsito parado. Os pedestres atravessavam a rua sem problemas visto que os carros estavam todos parados por toda a avenida. Segui em frente pela faixa de pedestres. Não queria usar meu cristal por que, diferentemente dos outros bairros, nos distritos 10,11,12 e 13 os humanos de cristal estavam erradicados e não haviam casos há mais de 6 meses.
O telão em um prédio de uma empresa chamada On'Left começou a transmitir uma notícia. Uma casa do distrito 11 estava em chamas. Eu estava olhando para o telão enquanto as pessoas passavam por mim. Eu havia congelado.
Pego o celular novamente e ligo para Richard. Caixa postal. Ligo para Lisa. Caixa postal também. Eu fiquei desesperado e comecei a correr. Ligo para Lanny.

-Lanny, é o Arthur!

-Meu Deus! Volta para casa por favor. Onde você está? -Venha para a casa de Richard e Elisabeth! Rápido. Eles podem estar correndo perigo se vida! Vamos rápido! -gritei com o telefone enquanto corria em desespero.

-Calma, o quê? O que está acontecendo?

-Agora a pouco Lisa estava me ligando mas eu não pude atender. Agora, uma casa do diatrito 11 estava queimando! Vem rápido.

Ela desligou.
Eu comecei a correr muito rápido e comecei a usar a liberação de energia. Notei uma fumaça preta saindo da rua onde eles moravam no distrito 11. Eu não estava acreditando.
Chegando lá. A casa ainda estava pegando fogo. Haviam pessoas em volta além muitos ICHCS. Eles estavam me esperando.
Usando a liberação de energia, entrei na casa na frente de todo mundo. Dane-se se eles iriam saber quem sou! Só quero saber onde estão meus amigos!
Fazia muita fumaça. Eu mal podia respirar e estava ficando cada vez mais sem fôlego. A casa estava toda bagunçada. Haviam papéis queimados, quadros derretidos, vidro espalhado pelo chão e outras coisas. Corri para o quarto de Richard e peguei a maçaneta. Ela queimou minha mão e eu a soltei. Me preparei e chutei a porta. Não aconteceu nada. Carreguei minha mão com energia do cristal e destruí a porta. O que eu vi me deu enjôo. Eram 4 cadáveres e dois deles eu reconhecia. Eles queimavam como lenha em uma fogueira. A barriga aberta de Richard emanava um cheiro forte e Elisabeth ainda estava com uma expressão de dor no rosto, ela mantinha os olhos abertos mesmo não estando mais viva. Olhei sua mão e vi um celular. Eu gritei. Gritei e estava chorando. Tossia por causa da fumaça. Meu corpo se regenerava e eu continuava a chorar. Eu chorei muito. Que droga de dia é esse. Eu fui tomado por uma teisteza absurda. Não conseguia fazer mais nada. Eu estava absurdamente furioso com o que tinha acontecido ali. Peguei o celular da mão de Lisa e saí do quarto.
Na parte de fora, militares me esperavam. Eles sacaram seus cristais de mão e armas. Euainda estava em lágrimas e não queria me controlar.
Na parte de trás das minhas costas, duas estruturas flexíveis saíram parecendo-se com asas. Um anel de cristal azul escuro com tons escarlate começou a se formar em cima da minha cabeça, seguido por duas estruturas que se assemelhavam a chifres. Uma estrutura de cristal começou a cobrir meu rosto era como um triângulo irregular que possuia sua base em minha testa e sua extremidade se extendia à altura do pescoço. Então isso é a iluminação?, pensei. Pensei.
Mordi meu dedo e os cristais ficaram mais bruscos e resistentes. Meus olhos cegaram-se e um grande olho apareceu no meio da estrutura triangular em meu rosto.
Minha boca se juntou ao cristal fazendo-se maior e com dentes pontiagudíssimos.

-Vocês vão pagar seus desgraçados! -Gritei depois de um raio de energia de cristal cair em cima de mim. Parti pra cima deles. Rasguei seus corpos. Feri-lhes a cabeça e quebrei seus ossos. Qualquer um que se aproximasse dali virava uma bomba de sangue. A chuva caía de maneira dramática e quando me vi. Haviam estruturas de cristais nos meus braços também. Eu não usava mais a espada. Eram duas lâminas imensas que iam do ombro, cobria toda a extensão do braço e de tamanho, chegava até os meus joelhos.

Humanos de cristalWhere stories live. Discover now