XXVII

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Dramaturgo?
Sim, me peguei pensando o que isso queria dizer. Talvez um homem que gostasse de teatro? Não sei. Lanny dormiu na cama enquanto eu fiquei com um pequeno (e quando digo pequeno, me refiro a algo que crianças de 8 anos usariam) colchonete.
Estava fazendo frio lá fora. Apesar de ainda estarmos em maio. Não queria passar frio então cobri-me todo com a coberta e então caiu uma chuva torrencial.
Me encolhi. Começou a fazer frio e o barulho de chuva, apesar de gostoso, estava irritando.

-Arthur?

Levantei a cabeça e vi Lanny olhando para mim.

-Se quiser pode subir. Está fazendo frio. Não quero que fique resfriado. -Disse ela se cobrindo com a coberta.

Espera... Dá para ficar resfriado?

-Sério mesmo que não tem problema? Pode mudar de ideia se quiser. -Disse. Eu estava com um pouco de vergonha.

-Vem logo! -Disse ela, manhosa.

Subi na cama. Confortável. Me aconcheguei e me cobri com a coberta. Olhei para a esquerda e vi Lanny. Seus cabelos castanhos estavam cobrindoseu olho direito. Ela abriu os olhos e me olhou de volta. Desviei o olhar. Ela sorri. Envergonhado, pergunto o que foi. Ela responde que "nada".
Deito-me e me encolho um pouco.

Acordo no outro dia com um despertador fodidamente alto. E então, parou. Levanto meu torso e vejo Lanny se espreguiçando. A alça de sua blusa tinha daido de seu ombro e caído para o braço fazendo meus olhos desfrutarem de um lindo sutiã azul.
Ela se levantou dizendo bom dia e foi para o banheiro. Peguei as mesmas roupas. É estranho você não ter roupas novas em folha para usar. Mas era isso que se tinha por hoje.
Agora havia lembrado. Eu dormi fora. Sem avisar. Acho que fodeu.
Eu entrei em pânico.
Esperei Lanny sair do banheiro e contei tudo à ela.

-Basta você fazer uma oferta. Ofeça seu retorno por um pedido de desculpas.

-Acha que pode funcionar?

-Não sei. Mas se eles te querem de volta provavelmente vão aceitar.

-Espero não terem chamado a Polícia.

-É verdade. Ah! É sua vez de usar o banheiro.

Fui ao banheiro e banhei-me e usei um antisséptico bucal pois estava sem escova de dentes.
Saí dali sem camisa e lanny ficou me encarando.

-O que houve? -perguntei, envergonhado.

-Desde quando você tem esses gominhos aí? -Lanny fez essa pergunta fazendo uma expressão de surpresa.

Olhei para minha barriga e ela estava diferente. Voltei ao banheiro lá estavam. Uns gominhos estavam aparecendo. O meu peitoral estava um pouco saltado. E eu havia ganhado um pouco mais de carne.
Um mês apenas?
Saltei de alegria.

-Ei, Arthur, o que está acontecendo aí dentro? -Gritou Lanny.

Percebi que eu estava agindo como uma criança e me comportei normalmente.

-Nada! -respondo de volta.

Saio do banheiro e digo.

-Andei fazendo uns exercícios com o Rich. E os resultados estão chegando.

-Hum... Interessante. Agora vamos comer e ir para ao Colégio. -Disse ela parecendo estar um pouco estressada.

Fomos ao colégio de carro. Era estranho ir ao colégio com a mesma roupa de ontem. Porém o mais importante é que eu nem deveria estar indo ao colégio porque se meus pais ligassem perguntando se eu estou por lá eles confirmariam. Enfim. Eu acabei indo sem falar nada.
Ao chegar lá. Lanny estacionou o carro e descemos juntos. Nesse momento vi Lisa e Rich no portão do colégio conversando com Carlos.
Depois disso, os dois vieram em nossa direção.

-Você já está se sentindo melhor? -Perguntou Lisa colocando os braços para trás e se inclinando um pouco para a frente.

-Sim, estou. -Respondo

-Cara, a gente ficou preocupado. Pensamos que tinha acontecido algo.

-Não foi nada de mais. -Disse sorrindo.

-Se precisava ir ao banheiro porquê não foi? -Disse Lisa num tom cômico.

Rimos e fomos até os armários.
Me despedi de Lanny, já que os armários do segundo ano eram no segundo andar, e fomos para os nossos.
Peguei os cadernos normalmente como outro dia. Mas um dúvida me assolou e então perguntei.

-O que o Carlos estava falando com vocês? -Pergunto.

-Nada de mais. Ele só disse que se você ficar enrolando até o próximo mês ele vai te quebrar no meio. -Disse Lisa olhando para o celular.

-Valeu. Eu já sei o que vou fazer.

-Espera, já? -Perguntou Rich.

-Quero falar com o Dramaturgo. -Disse.

Nesse momento ambos olharam para mim e riram.

-O que houve?

-Você conhece o dramaturgo? -Perguntou Rich.

-Eh... Não. -Disse.

-Ele é um cara podre de rico e fica fazendo vários jantares para os humanos de cristal ricos. Você falando que quer lutar num lugar como esse é até cômico se não fosse trágico. -Disse Lisa.

-Rico? Isso quer dizer que eu seria meio que uma atração para o jantar?

-Sim! Sua luta seria algo para os convidados apreciarem enquanto o baile estiver um pouco parado.
O bom é que rolam apostas e o voncedor pode ficar com cerca de 20% do que foi arrecadado.

Nesse momento me decidi o que fazer.
Pego na mimha mão o cristal. Olho para ele com um sorriso no rosto.
E pelo visto só falta saber o dia e que horas irei partir para a porradaria!

Humanos de cristalWhere stories live. Discover now