LVIII

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19 de Julho.
Sábado
Acordo em cima do meu colchão de ar. Estava entardecendo. Levantei-me e fui até o nosso "armário".
Descendo algumas escadas, vejo as sacolas cheias num canto entre duas paredes. Pego uma barra de cereais e um café de latinha.

-E aí, Arthur.

-Vocês voltaram? -Pergunto.

-Sim, eu e Lisa já percorremos todos os distritos enquanto você dormia. Ordens de Lanny. -Disse Rich

Dou uma mordida na barra de cereal e tomo um gole do café. Estava ruim.

-Conseguimos uma informação que vai mudar todos os nossos planos.
O dramaturgo sumiu.

Viro-me para Rich e pergunto, perplexo.

-O quê?

-Simplesmente não há sinais dele em lugar nenhum. Seus espetáculos pararam de aparecer, não tem ninguém na sua casa nem notícias de seus feitos.

Eu engoli em seco. Eu precisava dele. Mas tinha uma coisa que eu sabia. Ele tinha me dito algo há três meses atrás.

-Acho que sei o que fazer. -Digo.

-Não quer voltar para o hospital! -Disse Richard irônico.

Lisa aparece pela porta. Ela estava usando um casaco. Seu cabelo tinha crescido durante estes dois meses. Ela segurava um pacote de salgadinhos.

-Então o Dramaturgo sumiu. Mas, você lembra daquilo que ele te falou há três meses, Arthur? -Disse ela.

-Lembrei sim, agora pouco. -Digo com um sorriso no rosto.

-Quando partimos? -Pergunta Richard.

-Agora mesmo. Tenho certeza de que ele não está naquele hospital. Eu quero saber onde estão os outros cristais e onde o dr Bayard Cross mora! -Digo.

...

Estávamos no Distrito 7. Na avenida principal Lange Down. O último estabelecimento era o que queríamos.
Estávamos todos com roupas formais. Eu usava uma calça preta com sapatos sociais e uma camisa social branca com um sobretudo preto. Richard usava um terno preto meio azulado junto de uma cartola. Lanny usava um vestido preto e Lisa um vestido branco.
Após chegarmos no estabelecimento, descemos do nosso novo carro. E fomos adentrando o Bar pela porta.

-Finalmente chegaram. -Disse Droviscki. Um careca de olhos claros.

-Vejo que prepararam tudo como o avisado. -Disse irônico.

-Da próxima vez, iremos cobrar mais! -Disse Droviscki colocando mais uma dose de Whisky

Eu e o pessoal entramos e a Dona do Bar, Cassie, logo apareceu.

-Queremos apenas um pouco de vinho. -Disse para ela.

-Foi mal garoto, Não servimos crianças aqui! -Disse ela.

-Acho que ela tá zoando com a minha cara. -Disse à Droviscki.

-Não, -Disse ele, sério -Não servimos crianças.

Dei de ombros e peguei meu maço de cigarros e acendi um.

-Ok, Ghost, o que você quer saber? -Perguntou Droviscki tomando outro gole de seu Whisky

-Ghost? É assim que fiquei conhecido por aqui?

-É, em algumas regiões ainda te chamam de Phantom. Mas isso não é importante. Cadê o dinheiro?

Humanos de cristalWhere stories live. Discover now