Humanos de cristal

III

Ao sair da fortaleza, viro de uma vez a garrafa de vodca, o que me deixou completamente bêbado.
Ando e cambaleio pela estrada até que eu simplesmente caio! Sim eu caí.
Olhei em volta mas não conseguia ver nada sem distorções... Vi um beco entre dois prédios, queria vomitar, então fui direto para lá. Encontro uma lata de lixo e... Vomitei litros de vinho.

Após terminar de vomitar, dou dois passos para trás e caio de novo. Só que dessa vez fiquei encostado na parede.
Resolvi pensar na minha droga de vida e em como eu era um lixo perto de outras pessoas, todos pareciam felizes menos eu... E tem a Carol... Não paro de pensar nela... Aqueles cabelos loiros levemente cacheados me encantavam! E aquele corpo! É de fazer cair o queixo!
Mas... Eu nunca conseguiria ter o amor dela. É apenas uma fantasia idiota! Eu vou morrer sozinho!
Começo a chorar baixinho ainda no beco quando escuto uma voz:

-Arthur Walters?

Levanto a cabeça e vejo um cara com um sobretudo e não dava de ver seu rosto. O cara estava completamente vestido. E sua grossa voz era abafada.

-Sou eu!? -respondi -quem é?

-Pronto para o teste?

Estranhei, teste? Que teste? O que aquele cara queria dizer?

-Teste? -pergunto.

-Se vai ser compatível com você! Afinal... Você não foi recomendado por nada!

De repente o cara pega-me pelo pescoço e me levanta sobre a parede. Após isso, ele dá um soco em minha barriga e acaba perfurando-a

-um humano de cristal?

O homem mostra a estrutura de cristal em seu punho ao tirá-lo de minha barriga sangrenta. Era uma dor horrível, sentia meu corpo todo se contorcer pelo fato de minha barriga ter sido perfurada.
O homem me solta, enquanto eu caía, o homem, com a estrutura de cristal, dá um soco em meu braço direito, que acaba por ser furado, e o cara me deixou pendurado assim, enquanto eu gritava de dor e via meu sangue se derramar por todo o chão.
O cara me solta no chão e coloca algo em meu pescoço.
Eu então, com minha visão embaçada, o vi atender um telefonema...

Desmaio...