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-Elas fugiram! Nunca teremos outra chance como essa! -Gritei.

-Arthur...

-Por que as coisas nunca saem como o planejado? Eu só gostaria que as coisas dessem certo! Pedi isso!!!

Lanny passou a mão nos meus arrupiados fios de cabelo.

-Calma, não precisa disso tudo. -Respondeu ela.

Depois daquilo tudo, voltamos para a fortaleza. Eu tinha ficado muito triste, depois acabei ficando com raiva de mim mesmo. Desabafei muito para Lanny. Ela sempre me escutava.

-Vamos ter outra chance! -Disse ela animada.
Bufei, sabia que provavelmente teria uma nova chance, mas estava impaciente.
Acendo um cigarro.
Levanto-me e visto roupas convencionais, mas acrescento óculos escuros e um boné.

-Aonde você vai? -Pergunta Lanny.

-Quero ler o Jornal. -Digo.

-Deixe-me ir com você! -Disse ela levantando-se também.

-Melhor não. -Digo.

-Só quero me certificar de que não vai fazer nada. -Disse ela

-Você ainda tem dúvidas?

-Eu nunca tive -Disse ela pegando-me pelos ombros.

Olhamos um para o outro. Não pensei em mais nada. Aqueles olhos de mel olhavam me com tanta preocupação que acabou por me fazer desviar a vista.

-O que aconteceu com você? -Perguntou ela.

Permaneci calado.

-Foi desde o hospital, você começou a agir estranho. Você fala sozinho às noites. Não dorme mais, começou a ser mais orgulhoso... O que está acontecendo. Você não é mais o Arthur de antes! -Disse ela apertando meus ombros.

-Eu não sei! Eu só... Ah! Que inferno! -Grito e me desprendo dos braços dela. Uso 20% em todo corpo e saio da fortaleza.

...

Passeio pela cidade novamente disfarçado. Entro num bar qualquer e pelo uma dose de whisky. O dono bar olhou para mim (talvez por conta do meu tamanho), mas me serviu. Enquanto isso, a TV anunciava que a avenida principal estava fechada por conta de um acidente envolvendo humanos de cristal e um carro forte.

-Parece que foram aquele pessoal do Ghost. -Escuto um cara falando de uma mesa atrás de mim.

-Que nada, foram os WhiteVision, a Anne estava por lá. Eu vi ela fugindo para o distrito 14 após aquilo tudo. -Disse um cara de óculos ao lado dele.

-E onde os "Ghost" se enquadram nessa história?

-aparentemente em lugar nenhum, há boatos que eles adentraram o evento aue estava rolando por lá. -Disse o cara de óculos.

-Você poderia trabalhar com o pessoal que vende informaçoes. -Disse o cara bebendo seu copo de Vodka.

-Que nada, só repasso os boatos. -Disse o cara de óculos.

Bebo minha dose e saio dali às pressas. Ando pela calçada da rua 11 do distrito 17. A cada passo, mais rápido eu ia. Acabo entrando num beco e o escalo usando 15% no corpo inteiro, chegando assim, no topo de uma clínica dentária. O céu estava lindo. Tons de azul com um laranja envolvente às nuvens roxas. O vento balançava meus fios arrupiados, que já não desciam mais. 
Distrito 14!, penso. Deixo os 15% pelo corpo todo, eu retiro a roupa normal ali mesmo, pois estava, por baixo, a roupa que eu usava em batalhas.
Saí a pular de prédio em prédio a fim de chegar lá o mais rápido, porém, eu queria conservar energia.

...

Anoiteceu. Azul escuro. O sol acabara de se pôr, deixando a aquela linda iluminação em frente à várias arvores de Pinheiro que acobertava o Oregon. Lá, avisto White Visions, aparentemente fracos.
Escuto algo cortar o vento por trás de mim. Quando me preparo para atacar, uma mão pousa sobre a minha.

-Somos nós! -Sussurrou Richard.

Dei sinal à eles. Iríamos descobrir onde ficava o novo Lab, base ou seja lá o que for dos White Vision.
Coloco a máscara no rosto. Eu me via em ódio.

(...)

A luta não timha sido tão difícil. Eram três contra quatro, no final. Acabamos por vencer e deixamos apenas um vivo. Ele estava deitado no chão.
Me aproximo dele e o pego pelos cabelos.

-Creio que saiba onde fica a sua "casa" -Digo fazendo um cristal cobrir meu dedo, que por sua vez, caminhava pelo pescoço dele.

-Casa? O que quer dizer com isso? -Perguntou ele suando frio.

-Onde ficam os experimentos que fazem? -Digo em voz alta.

-Experimentos? Não ficavam naquele hospi... -Dou um soco no chão ao lado de seu rosto.  -Aaah, por favor não me mate, -Disse desesperado, -Você é o Phantom, certo?

-Ghost, atualmente. Diga:

-A casa do Dr Bayard Cross. No distrito 11. Fica lá. Eu juro, é lá que eles fazem os experimentos! Principalmente com os cristais.

Senti meu corpo inteiro estremecer ao ouvir tais palavras. Eu gostaria de deixá-lo vivo, mas não podia repetir o que aconteceu no Colégio, naquela maldita sexta feira. Tive que superar a fraqueza. Relutante, suguei toda a energia de seu cristal; ele morreu após 1 minuto. Sem energia.

Movemo-nos para o distrito 11, lá, estranhamente haviam carros de luxo, típicos de classe média alta. E lá, havia uma certa mansão.
Nunca me senti tão perto de terminar tudo aquilo. Pulamos para dentro da mansão e destruímos a porta a fim de surpreender. Mas incrivelmente estava tudo escuro. Olhei em volta. Papéis e livros, uma estante, a Tv, a mesinha de centro com vários papéis, uma cartola.

-Não tem ninguém em casa? -Pergunta Lisa.

-Shh, Elisabeth*, eu escutei algo! -Diz Lanny.

-Eu também escuto algo. -Digo ao escutar um som vindo da lareira. Nos aproximamos e uma luz passou pelos nossos corpos, até parar em meu cristal. Demos um pulo para trás quando uma porta abriu em nossa frente. Era um elevador.

*Nota-O nome "Lisa" é apenas um apelido, assim como Rich; Lanny também é um apelido, seus nomes são respectivamente: Elisabeth, Richard e Weslainny.



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