XXVI

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Minha visão estava embaçada. Eu só vejo duas coisas perturbadoras. A primeira eram os dois braços paternos enforcando-me. A segunda era minha mãe virando de costas e saindo do meu quarto.
Lembro-me que essas coisas já aconteceram muitas vezes. Eu tossia pela falta de ar. Sinto um impacto. Vejo os pés dele. Em seguida, vejo os seus joelhos. Sinto impactos em mimha barriga, peito e rosto.
Doía. Isso me lembrou muitas coisas. Não que fosse algo bom de se lembrar. Mas era algo que se recorreu em toda a minha história. A pior foi quando eu tinha 12 anos. Eu tive de faltar a escola por 3 semanas devido os hematomas. Só que dessa vez. Eu escutava vários gritos. Sentia algo quente. Sangue? Não sei. Só sei que após essa correção por mal comportamento, ele se levantou e saiu fechando a porta do quarto.
Tentei me levantar. Sem sucesso. Eu estava tonto. Consegui me sentar. Apoiei minhas costas na cama. E, com muito esforço, consegui me sentar na cama. Eu consigo me olhar no espelho. Sangue escorrendo do nariz, olho roxo, hematomas por todo o corpo, marcas de estrangulamento em volta do pescoço, meu braço estava soltando fumaça. Após meu braço, todo o meu corpo começou a ficar quente. Aparentemente, a regeneração era feita com calor. Me deito na cama e a cada segundo tudo parava de doer. Minha cabeça voltava a raciocinar normalmente e minha visão estava perfeita novamente.
Pressionei o travesseiro contra o rosto. Chorei. Mais do que posso imaginar. Chorei, até soluçar. Chorei, a dor estava sumindo com o vapor queimando as cobertas. Chorei, a noite toda.

Acordo, eu estava totalmente curado. Bem... Não todo. Minha mente estava a mil. Pensava em cometer loucuras. Me pergunto o por quê da minha não reação.
Eu queria matar a dor. Eu não estava ferido nem nada. Mas doía. Doía muito. Eu só queria correr para muito longe. Eu queria... Que a Carol estivesse comigo. Eu não podia fazer nada. Eu, novamente, estava completamente abandonado.
Desci as escadas. Meus pais já tinham saído. Coube a mim fazer o meu café da manhã. Comi torradas, ovos, bacon e tomei um copo de suco.
Fui para o Colégio normalmente. Eu não estava nem um pouco a fim de ir. Mas fui.
Chegando lá, sentei-me e abaixei a cabeça. Fiquei assim poe um bom tempo.

-Arthur? -Escuto a voz de Lisa a me chamar - tá tudo bem?

-Sim. -Respondo com um sorriso inocente. -Só estou um pouco cansado.

-Tudo bem então. -Disse ela, e então se afastou.

Chorei. Sim! Chorei de novo. Só aue ninguém me escutou. Eu não queria fazer mais nada.
Nem almocei. Disse que estava sem fome. Lanny veio me ver. Eu acabei não dizendo nada para ela. Eu não não disse nada a ninguém. Eu só precisava ser abraçado. E foi justamente o que ela fez. Ela pegou uma cedeira, sentou ao meu lado. E me deu um abraço dizendo "Tudo vai ficar melhor, basta fazer a coisa certa".
Chorei nos braços dela. Ela deu um beilo em minha testa e continuou ali comigo por um bom tempo.
Após eu melhorar um pouco, eu agradeci à ela. Ela me ajudou. Mesmo que um pouco. Ela saiu da sala e me disse para ir para casa com ela hoje.
Concordei.

Saindo da escola. Eu vi Carol. Ela me cumprimentou, disse que iria sair com o Carlos. E eu vi o Carlos. Nos encaramos por uns segundos e então saí. Nem acenei para Carol. Apenas entrei no Carro e Lanny saiu do estacionamento.
Chegando na casa dela, eu peguei algumas roupas confortáveis do tio dela. Eu tinha uma estatura um pouco baixa, cerca de 1,66 para 15 anos.
Lanny encomendou uma pizza e comemos junto de um vinho.

-Arthur, abre o jogo. O que foi que aconteceu?

Ela me pegou de surpresa com essa pergunta. Não esperava que fossw perguntar isso.

-Bem... Nada de tão importante. -respondo.

Ela se proxima.

-Eu sei que aconteceu algo sério. Estamos só nós dois. Pode falar. Eu estou aqui para te ajudar.

Contei para ela o que havia acontecido. Me segurei para não chorar. Consegui.

-Meu deus, Arthur. Por que você nao denuncia?

-Porque eu não sei!!! Eu tenho medo. Eu posso ser entregue a oitros membros da família e não quero isso! Eu... Não quero perder nada.

-Mas aí você sai perdendo. Por que não sai de casa?

-E para onde eu iria?

-Bem... Você tem aquela casa abandonada. E tipo...

-Quando descobrissem eu seria levado por invasão domiciliar. E posteriormente sescobririam que eu sou um humano de cristal!

Ela apoiou a cabeça em meu ombro.

-Descupa, não sei o que fazer.

Bufei e respondi apoiando minha cabeça na dela.

-Tudo bem... -Bebi tudo que havia no copo.
Enchi o copo novamente e virei. Enchi o copo novamente.

-Vai com calma.

-Eu tô calmo.

-Você parece um pouco com o Jonathan quando ele tinha uns 13 anos.

-Vocês eram amigos de longa data não era?

-Sim... Apesar de eu querer algo a mais. Ele me salvou quando eu era criança. Esse meu cristal. É da mãe falecida dele.

-Entendi...

-É sério, você me lembra um pouco ele quando tínhamos 13 anos.

-Pareço?

-Sim, me lembra ele.

-Você disse que queria algo a mais dele.

-Era algo que eu não podia ter.

-É a mesma coisa que eu quwro da Carol?

-Sim. -Bebo mais um gole do copo.

-Provavelmente. Acho que a mimha admiração por ele se transformou em algo a mais.

Lanny colocou a mão em minha perna esquerda e ficou fazendo alguns movimentos com os dedos.

-Eu vou lutar contra o Carlos.

-Sim, eu sei.

-Eu estou nervoso. Não sei como desafiá-lo.

-Dizem que tem m britânico no distrito 8 que pode te dar uma ajuda em relação a isso.

-Um britânico? Tipo da inglaterra?

-Sim! Chamam ele de dramaturgo.

-Depois tiro um dia para falar com ele. -Bebi tudo o que havia no copo.

-Você tá bêbado?

-Nem sei direito. Só sei que eu quero quebrar o Carlos.

-Ele é forte. Ele já alcançou a iluminação. Ou seja, ele tem alguma habilidade a mais.

-Eu quero arrancar uns dentes da boca daquele desgraçado!

-É, você tá bêbado.

Nem me importei tanto. Só de estarmos juntos e bebendo juntos falando algumas coisas já estava fazendo eu me sentir melhor.

-Sabe, Lanny, as vezes ej sinto que eu deveria sumir. Desaparecer. Quando estivesse dando tudo errado.

-É uma pena a vida não ser assim. -Disse ela. E então se aproximou mais.

Estávamos tão próximos um do outro que conseguia escutar sua respiração.
Foi bom... E até excitante.

Hello guys... Esse capítulo foi bem sério a questões qie emvolvem a vida de muitas crianças e adolescentes. Se há em sua vida alguma situação parecida com descrita na história, denuncie! Abuso físico é crime.
Obrigado a todos por terem lido e até o próximo capítulo

Humanos de cristalOnde histórias criam vida. Descubra agora