LIV

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Arthur

Ser forte... A força dos fracos vem da sua grande vontade de ser forte. Mas quando o fraco é incapacitado por todos e perde a esperança? Essa é a variável que ninguém considera.
Há apenas alguns dias atrás, eu tinha medo. Agora eu estou totalmente seguro de tudo aqui. Principalmente porque eu consigo vizualizar tudo daqui da cobertura do hospital.
O helicóptero que eu abati continha bastantes pessoas dentro deles? Eu deveria arrepender-me? Não sei mais. Afinal, nem humano eu sou mais. Eu queria que tudo fosse como antes. Olho para o céu escuro enquanto a trilha sonora de gritos, tiros e explosões continua. E então, vejo-me com alguma vontade de continuar a viver.
Toco meu rosto e percebo algo molhado. Eram lágrimas...

Pulei da cobertura e caí em cima do teto de outra parte mais baixa do hospital. Dou alguns passos por cima daquele teto. Acho que tem duas pessoas aqui embaixo, não?
Faço meu braço ficar em 20% e dou um soco onde estava pisando. Logo o teto caiu e um espaço estava aberto diante de mim. Vejo alguém na minha frente em meio à uma nuvem de poeira. Dou uma mordida em meu dedo e meu corpo começou a brilhar. A pessoa que estava na poeira me atacou. Eu dou um salto de esquiva, seguro-me na parede e pego impulso na parede. Lanço-me na direção da pessoa na poeira e meto-lhe um chute no peito.
A pessoa caiu na parte sem poeira. Fiz meu cristal aparecer a partir do antebraço e pousei em cima da figura masculina ma escuridão.

-AAHH. -Gritou a pessoa.

-Espera, Rich?

-Ai, Arthur, que droga!! Que susto mano. -Disse Rich colocando as mãos no rosto.

Saí de cima dele e ajudei-o a se levantar e o abracei. Senti a força e o calor de seu abraço e eu senti todo o meu desespero ir embora.

-Graças a Deus, Arthur, você... -Ele parou de olhar quando viu meu rosto. Parecia supreso.
Desviei o olhar e sorri.

-Diferente, não? -Disse.

-Arthur, o que houve com você? -Perguntou Rich. Percebo o olhar triste em seus olhos.

-Você acreditaria se eu dissesse que não sei?

-Você está mesmo bem?

-Sim, na verdade estou bem melhor agora que eu te encontrei. Onde estão os outros?

-Estão bem aqui. -Disse uma voz do outro lado da sala.
Viro-me e vejo Lisa, Lanny e Andrew se aproximando.

-Pessoal...

Percebi o olhar de susto vindo de todos. Como se estivessem olhando para um demônio... Não para seu amigo.

-Arthur... Eu.. Eu... -Disse Lanny começando a chorar. -E-Eu pensei que estivesse morto. -Ela colocou a mão no rosto.
Noto que seu braço direito estava destroçado.
Peço para que ela se aproxime e toco seu braço direito. Meu cristal começa a brilhar e logo seu braço se regenera.
Ela olha para mim, surpresa.

-Ainda bem que estão todos bem! -Disse -E aí, o que eu perdi?

-O que você perdeu? O que nós perdemos, seu idiota! O que houve com seu cabelo? E com todo esse visual novo? -Disse Lisa.

Desvio o olhar de todos. Perturbo-me.
Minha cabeça começa a ficar extremamente bagunçada. Não sentia nada mais além de tristeza. Queria chorar, chorar muito. Via-me em um espaço em branco onde estava meu antigo eu. Aos prantos.

-Me mataram muitas vezes... O que sobrou... foi o Phantom. -Disse.

Todos pareciam perturbados com o que eu tinha dito. Mas logo começaram a sorrir e dizer: "Você ainda está aqui" ou "Você está bem... Poderia estar pior".
Não!!!! Eu não quero escutar isso! Vocês estão ouvindo? Não!

-Isso completa a nossa missão? -Pergunta Richard à Andrew.

-Parece que sim - Diz Andrew checando um relógio. -São quase meia-noite. Devemos partir.

-Não! -Digo.

Todos olham e me encaram.

-Por que não? Já acabamos aqui. -Diz Lisa.

-Ainda tem uma coisa que eu preciso fazer! -Digo. Um breve silêncio se passou entre nós. -Quero que me esperem encima do edifício Colt Center. Seguirei para lá à alguns minutos.

-Acho que você não entendeu o que está acontecendo aqui. -Disse Andrew se aproximando de mim. Ele me pega pela gola e me puxa para perto dele.
-A Lanny quase morreu para que a gente te encontrasse, seu bastardo! E eu vou completar essa missão agora! Por mim, eu já cansei de suas birras infantis. Se vem comigo ou não, não é mais problema meu! -Disse ele com raiva.
Coloco minha mão sobre a dele.

-Tudo bem se quiser seguir! A minha vida não é conta de ninguém! Se quiser ir embora, não me interessa! -Gritei.

-Você vai atrás dele, não é?

-Tem coisas que eu preciso resolver. E não é com só com ele. Tem uma coisa que eu quero fazer quando sairmos deste prédio!

-O que você quer fazer?

-Isso fica para depois! Agora, poderia fazer o favor de me soltar?

Andrew me soltou e se afastou um pouco de mim.

-Eu tentei ser legal com você!

-Desculpe-me, foi apenas o momento da raiva. -Disse.

-Esperaremos no lugar solicitado. -Disse Lanny.

-Certo. Vou para lá daqui à vinte minutos! -Viro-me e corro.

-Espere! -Grita Andrew.

-Viro-me e vejo-o jogar algo em minha direção. Pego o objeto no ar e vejo a máscara.

-Vai precisar! -Disse ele.

Sorrio e visto a máscara.
Viro-me e saio correndo para o leste.
Planejo ir até Carlos. Para finalizar tudo aquilo que comecei!
O Phantom está de volta!!!

Humanos de cristalWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu