13. Parte 3

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― ...Como? ― ele pergunta, tocado pelas palavras.

― Caso meu corpo estiver bem, eu poderei lutar para estar mais próxima disso... Nós poderemos descobrir juntos. Chegando no topo desta civilização, eles não mais poderão prender-nos nas entranhas, nós poderemos dissolvê-las. Poderemos desbravar o mundo e redimir o humano perante ele... As tuas habilidades provam que é possível. Ajude-me a lutar pela coroa e eu darei tudo a ti em meu poder. Tu jamais serás humilhado ou julgado por quem tu és novamente, tu estarás livre para amar e fazer conhecimento como tu desejas... Tu poderás ensinar aos outros o que tu sabes e poderá descobrir o que vem em seguida, tu investigarás a verdade sem restrições... Este é primeiro passo para o mundo ideal. Juntos nós podemos crer nisso. ― as mãos de Ama também tremiam, mas de determinação. ― Hunus está comigo, assim como Amo, eles estão conosco. Não estaremos sós. Nós podemos ser espíritos nobres e provar-nos.

Yívan sinaliza para que ela se levante e a ajuda a fazê-lo. Ama senta-se mais uma vez na cama e ele caminha pelo quarto, pensando e segurando as têmporas em razão da velocidade torturante de seus pensamentos.

― Separaremos sessões sérias pelo tempo que nos resta, não podemos desperdiçar tempo ou nos distrair. Eu dividirei a consequência da cura contigo. ― ele conclui.

― Não. Eu aguento, deixe apenas comigo, tu não precisas levar minhas dores. ― ela rebate.

― Tua dor é a minha. Eu serei torturado emocionalmente ao ver teu sofrimento, então eu pularei esta etapa e dividirei contigo. É a minha decisão. Se não for desta forma, eu não aceito. ― Yívan é terminal, não haveria mais debate.

Silêncio.

― Nossa, isso foi tão heroico. ― Ama perde o tom sério para fazer a piada. ― Que moralidade lindíssima, que comprometimento com as razões humanas... Quanta sensibilidade e empatia, que aspecto honroso... Uau... Belíssimo. ― tudo ela fala com o tom aumentativo, sensacional.

Yívan desistira de ter compostura próximo a Ama há algum tempo, já esperava que ela retornasse com uma resposta excêntrica. Ele sente ao cérebro apitar como uma panela de pressão, Ama fazia com que ele quisesse rir e chorar a tempo único.

Ele decide não a responder, caminha até a cama e coloca nela seu joelho, erguendo e colocando-se sentado em suas panturrilhas frente a Ama, expressão concentrada. Ela entende que ele a espera para iniciar.

As pernas de Ama estavam mais saudáveis do que quando começara, logo pode reproduzir de sua forma o movimento feito por ele, mas, como não está bem a ponto de sentar nas panturrilhas, ela apenas se coloca sentada de lado com uma perna dobrada a frente dele, o tecido da "blusa-vestido" sendo levantado ligeiramente pela posição.

Yívan estava tão concentrado na dor que sentiria que não conseguia distrair-se por estes detalhes. Ele mais se aproxima dela, uma vez que era o mais apto. Toca-lhe a cabeça com as duas mãos e ela espelha o gesto.

― Tu preferes muito e rápido ou pouco e lento? ― ele pergunta, risonho, mas em agonia. Ama azeda a expressão.

― Muito e rápido para dor. Pouco e lento somente para o que é bom.

Ele não a avisa, estava a proceder em sua mente as palavras em preces. Executa. Quando seus corpos sofrem o espasmo como se toda a extensão colapsasse em câimbras e agulhas a perfurar, os dedos na cabeça do outro apertam ao crânio, mas não o largam. A dor causa gemidos, mas nada mais, pois Ama passara, de alguma forma, a guiar a sensação excruciante somente para si, tomando as consequências para que focalizasse somente o próprio cérebro. Yívan briga psicologicamente, tenta trazer o processo para o próprio, contudo não consegue. Ela sugara para si a responsabilidade de sentir a pressão dolorosa.

EsperanczAWhere stories live. Discover now