8. Parte 3

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― Príncipe Nikholaos é mais digno que participante aleatório, que tentara ataca-lo sem motivos palpáveis e acabara morto através da legitimação da autodefesa. ― Justicia anuncia, quebrando a tensão estabelecida pelo movimento repentino.

Os cabelos variavam novamente do dourado para o castanho escuro, todo o Florilégio assiste, contudo ele não se move. Ele passa a fazer o movimento repetitivo de levar ao corpo para frente e trás, aproveitando-se do silêncio e imobilidade externa, para acalmar-se. Cantarola um pouco para si, a multidão é atônita, à medida que cantarola e os movimentos repetitivos o acalmam, seus cabelos voltam ao loiro acinzentado e a pele volta a ser pálida como uma estátua.

Ele encontra aos olhos de Ama e deixa de fazer ao movimento.

A multidão pensa: Comportamento de espectro autista é normal, mas naquela situação era aterrorizante.

― Príncipe Nikholaos?

Os espectadores esquecem do assassinato como se nada fosse. Os soldados, após o anúncio protocolar do Juiz, recolhem ao corpo, devolvendo a lâmina ao dono ainda no processo de localizar-se no tempo, retiram a toalha das mesas e chamam criados para realizar a limpeza. Eles chegam correndo e em uma sequência de poucos minutos as evidências desapareceriam.

― Sobrinho, tu estás tão lindo quanto tua mãe. É bom vê-lo retornar para a participação, seria uma grande perca caso o Príncipe de Ágorantuon não representasse a excelência no Equinócio. ― Justicia era o tio de Khlaos, agora Ama podia ver as familiaridades das duas faces e estruturas ― Escolhidos, não se preocupem, este é o Príncipe da geração de Mael, filho das Reainas, ele havia feito uma longa viagem para encontrar seu caminho na vida, mas finalmente retornara. Não se incomodem com suas "cores especiais", ele fora abençoado pelo sacerdócio quando um infante e desde então possui esta característica. Nikholaos não é uma criatura, é humano e um símbolo do poder mágico dos templários, uma conquista especial de Mael. Sendo respeitosos com o rapaz, ele acaba de perder aos pais e viera prestar seus respeitos, também competirá como igual por sua posição de Rei, então tratem de observá-lo e aprender bastante.

Khlaos não pode responder ao tio. Pega sua máscara, mas não pode mais sentar-se na mesa que antes estava.

― Sente-se nesta, querido, está vazia. ― Justicia aponta para a mesa de Ama.

Ele reage à voz e se encaminha. O salão cochichava, cada qual tinha uma posição diferente sobre a presença do Príncipe.

― Príncipe? O que isso realmente significa em um reino que por teoria não é hereditário? ― Ama pergunta a Hunus e Amo antes que Khlaos chegasse.

― Nada realmente. Ele só é o filho das Reainas. ― Amo é quem responde ― O que diferencia a ele dos outros presentes aqui não é nobreza ou a mudança do pigmento misticamente, mas o fato dele ser a criança mais privilegiada e culta de todo o reino. Nascido na família real, ele recebe todo treinamento e estudo que pode ser oferecido, o bom, o melhor e o impossível. Ele só é o Príncipe típico de uma geração, um título, o que vale é a educação que ele recebera acima de todos os outros para que pudesse ser apto a assumir a coroa após a morte dos pais. Inúmeros e meros príncipes e princesas se elegeram Reainas por estar em um nível do privilégio inatingível ao ser humano comum, mas ao fim é apenas o filho das últimas Reainas uma vez que isto devia ser um seletivo por mérito e não hereditário. Todas as vezes isso ocorre, não é nada novo e é esperado assim como o sol nascendo pelas manhãs. ― Amo usa do sarcasmo deprimido para fazer a próxima insinuação, revirando aos olhos ― "Ó, Deus... O Príncipe bonito e mortal, ai que medo... Ai que injusto... Ó, o quão surpreso estou... Quem poderia esperar que essas pessoas continuassem a fazer dinastia inquebrável? Ó, meus queridos céus não-mágicos..."

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