3. Parte 2

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― A coloração do teu corpo muda de acordo com teu estado emocional e tu duvidas de magia? ― Ama é a primeira a falar o que se passava em mente. Toca os fios a tomarem-se por ruivos como algo precioso.

― Dizem que foram os sacerdotes que fizeram isso comigo quando criança quando me usaram para um ritual na mudança das últimas Reainas que não estas que causaram o atual Equinócio. Eles tratam a mim como uma criatura mágica ao invés de humano... Era confuso...

Ela coloca a lamparina no chão e com as duas mãos encaixa o rosto de Khlaus.

― É mentira. É mentira. Eles não fizeram a nada contigo, isso é teu. Isso é a magia sendo devolvida ao humano, tu és o princípio de um metamorfo. É magia e é tua, ninguém fizera a isto contigo. ― ela havia se tornado encantada e delicada mais uma vez. Agora olhava-o como o ser mais belo do mundo.

Khlaos novamente se entrega àquela pequena confusão, vivendo ao momento como se não houvesse outro. Sua boca se abre e fecha diversas vezes, não decida sobre o que falar.

― Como tu podes provar? ― ele decide esta frase.

― Como tu podes provar? Tu viras, eu posso não conter mágica como esta, mas esses campos são mágicos. Apenas a presença dos sacerdotes faz com que parte dela murche e se torne inapropriada para a saúde de refinamento que desejam na compra. Eles não fizeram a nada, isso nascera contigo, talvez por isso tenha sido entregue para o ritual. Adultos mentem, logo é mais fácil mentir para as crianças para que elas assumam como verdade. ― os olhos de Ama brilhavam ao vê-lo, agora a beleza alheia a preenchia como original e ela estava sendo arrebatada, liberando risos bobos apaixonados pelo que presenciava ― A magia já está se manifestando em humanos... ― dissera com alegria pura de coração ― A magia já está se manifestando em humanos...

A vontade de chorar retorna, mas por emoção boa, feliz.

Não era possível estimar qual a última vez que humanos receberam magia tão aparente que não através do exemplo do "Escolhido", vago e desclassificado por falta de informações.

― Eu não sei de nada, só sei que não tenho mérito por isso... ― diz Khlaus, catatônico e com suas cores novas tornando-se mais sólidas.

Ama o avaliava como a mais extraordinária das fitas, a qual contém todas as cores em si, seu maior sonho.

― A natureza tem, ela dera para ti. ― ela toca nos cabelos alheios com afeto e passa para as sardas na pele a serem expandidas, irregulares na coloração oscilante, mas não era possível ser visto graças à iluminação limitada. Ama pensa ― Outros devem possuir também... é diferente porque a tua é tão óbvia quanto a luz do sol, mas nem todo traço de magia pode ser visto...

Khlaos suspira e, constrangido, coloca os braços ao redor da cintura de Ama, demonstrando-a o que ocorria fora do plano da mente dela uma vez que não conseguia dizer verbalmente. Os peitos estavam quase unidos e ela se encontrava acima do outro, não mais prendendo-o. Os olhares se cruzam após a insinuação, o encantamento do rosto de Ama se torna ambíguo e ela arruma o vestido amassado.

― Eu não irei mais tentar impedir-te, lamento pode haver tentado, umas emoções egoístas subiram à minha cabeça. Pode ir à vontade lá, suicidar-se com estilo. Está entregue nas tuas mãos, eu irei respeitar e conter minha alma de perseguidor. ― ele explica, o aperto na cintura havia se tornado mais forte e os peitos unem-se. Khlaus perde o constrangimento e se torna sério mais uma vez.

― Suicídio? ― Ama ri demonstrando deboche calmo por uma última vez, espalma as bochechas de Khlaos com brutalidade. A cor do cabelo dele pisca com o tapa duplo, arrancando mais uma risada feliz dela. Ele era sensível. ― Meu pais morreram por trabalhar até a exaustão, sabendo que isso poderia ocorrer. Continuaram trabalhando até o corpo colapsar para recuperar a uma safra ruim que precisávamos e morrer conscientemente, pois até eu conseguia ver como criança. Morte por exaustão. Eu sou a descendente disto, o legado está repassado, eu que pergunto se tu entendes. Daqui um tempinho eu não parecerei mais este saudável e jovem, esse é o ápice da minha idade como trabalhadora braçal, daqui em diante é apenas o declínio até morrer por exaustão. Eles explicaram para mim claramente quando ainda estavam vivos: Não espere, faça. Se tiver de esperar, viva. Nada é garantido, mas nada poderá ser garantido caso se espere um milagre. Há de se viver acima do risco paranoico.

EsperanczAWhere stories live. Discover now